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Show-off sem fundamento
Ferro Rodrigues tem toda a razão em criticar o Governo por este se ter vangloriado de no ano passado o
défice das finanças públicas ter ficado abaixo dos 3% (limite permitido pelo PEC da zona Euro), quando em 2001 (último ano do governo PS) fora superior a 4%. É uma pura operação de propaganda, politicamente pouco séria, comparando medidas diferentes, pois o défice normal do ano passado, descontado das operações extraordinárias (designadamente a venda dos créditos do Estado), atingiria quase os 5%. Com tal engenharia, o défice nominal pode sempre ficar aquém do real, sendo óbvio que, com essa "receita", também teria ficado muito abaixo dos 3% em 2001.
[Aditamento:] Sobre este assunto escreve o editorialista do Jornal de Negócios hoje («O que valem os 2,8%?»):
«Clamar por “uma vitória do rigor, uma vitória da política económica e financeira”, como fez Durão Barroso, é colocar o acessório à frente do essencial. É fazer-nos crer que os nossos problemas orçamentais se resolveram com uma simples operação de titularização de créditos. (...)
O resultado disto é a completa falta de significado económico e político do défice público. Gerida desta forma, a conta anual do Estado terá o saldo que o Governo bem entender. Pode ser 3%, 2% ou 1%. Pode até ser nulo, que isso não entusiasma ninguém. Assim haja criatividade financeira e uns anéis para ir vendendo.»
Vital Moreira
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O Mito
1. O ex-primeiro-ministro Passos Coelho veio dizer que é ainda possível alcançar no corrente ano um défice das contas públicas abaixo dos 3%, "bastando manter o nível de esforço de despesa e de ter o mesmo padrão de receita que foi observado até...
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"hic Labor Est"
1. Não pode haver dúvidas de que o principal desafio deste Governo do PS com o apoio da demais esquerda parlamentar está na gestão orçamental e financeira. Ao apostar no "fim da austeridade orçamental" como primeira prioridade, o Governo vai...
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Uma Questão De Seriedade
Demarcando-se das medidas de austeridade tomadas pelo Governo para sanear as finanças públicas, o PSD vem agora dizer que o défice deve ser resolvido com receitas extraordinárias (vendas de património, "securitização" de receitas futuras, etc.)....
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Pior Não Poderia Ser
Como aqui se referiu desde há meses, o orçamento aprovado pelo Governo PSD-CDS para o presente ano é uma ficção em todos os planos: previsão irrealista de crescimento económico, despesas subestimadas, receitas sobre-avaliadas. O défice orçamental...
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"depois De Mim Virá..."
Como bem se suspeitava, o défice das contas públicas do ano passado, oficialmente declarado em 2,8% do PIB, foi realmente superior a 5%, se se descontarem as receitas extraordinárias que o “maquilharam”, equivalentes a 2,5%. Essa verificação...
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