TROLLS, HATERS, E OUTRAS PRAGAS
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TROLLS, HATERS, E OUTRAS PRAGAS


Eles não costumam ser tão fofinhos

Outro dia vi uma palestra interessante da consultora Nicole Sullivan sobre trollagem (aqui, em inglês; dura quase treze minutos). 
Começo não concordando com sua definição de troll: pessoas que buscam conflito. Trolls não buscam apenas conflito -- buscam destruir. E tem gente que não é troll e que "busca conflito". Por exemplo, há ativistas que “buscam conflito”. 
Em outras palavras, que questionam o que outras pessoas dizem e fazem. Isso pode ser visto como buscar conflito, não? E eu nunca chamaria essxs ativistas de trolls.
Entre alguns haters, eu tenho uma fama -– totalmente injusta, a meu ver –- de barraqueira. Mas eu nunca iniciei uma treta, a menos que se considere que escrever um post sobre um assunto ou um tweet seja buscar conflito. Criticar ideias não é buscar conflito.
Eu diferencio entre troll e hater. Troll, pra mim, não é a pessoa que vem uma ou duas vezes xingar no blog ou no twitter. É alguém insistente, que faz isso com frequência, que quer perturbar a caixa de comentários, ou que pensa que eu me incomodarei com as idiotices que fala (minha favorita é o troll que diz que, depois de me dizer todas aquelas “verdades”, eu irei me retirar e chorar em posição fetal, ha ha). 
Hater é diferente. O hater em geral fala pelas costas, pra galera, e não está tão interessado em que eu saiba o que ele diz (até porque em 99% das vezes eu não faço a menor ideia por que aquela pessoa me odeia a ponto de falar tanto de mim. Antes de me avisarem, eu nem sabia que ela existia). 
Concordo quando Nicole diz que algumas pessoas sentem-se energizadas pelo conflito. Ela acrescenta: se vc não for uma dessas pessoas, sempre irá perder, se jogar pelas regras do troll. 
Trolls se alimentam de atenção. Quanto a este ponto, nenhuma dúvida. Acho que ninguém discorda. A dúvida é seguir ou não aquela velha sugestão, "não alimente os trolls".
Nicole obviamente é contra alimentá-los: “Se você só responder a cretinos, sua vida em breve estará cheia de cretinos”. Acho que isso é verdade também. “Opiniões mais gentis tendem a se perder na bagunça”. Pois é, e esse é um dilema que, imagino, muitas pessoas que recebem um monte de opiniões passam. É super injusto, e até ridículo, perder tempo respondendo a idiotas, enquanto vc não tem tempo pra dialogar com gente boa (este é um dos motivos que eu adorava quando tinha tempo pra responder todos os comentários). 
Quando comecei a tuitar, mais atrasada que todo mundo, logo passei a incluir alguns comentários de trolls que apareciam nos posts do blog. Imediatamente fui advertida a não fazer isso, porque era dar a atenção que eles queriam. Eu sei, mas tem alguns comentários que são tão absurdos, tão incríveis, que ficam divertidíssimos. Eu gosto de rir. O mascutroll que acusou a mim e a leitoras de sermos “ingratas com o patriarcado” teve seu momento genial, vamos admitir. 
Nicole continua: “Nem todos os trolls são 100% trolls. Alguns podem ser parcialmente trolls”. Ela dá alguns exemplos relevantes. Vamos imaginar que o sujeito escreve “Isso é uma estupides (sic). Vc não sabe do que está falando. Legolas nunca afunda na neve”. Como vc responde? “Estúpido é vc, que nem sabe escrever estupidez”. Segunda opção: “Vc não precisa ser rude. Vou corrigir a informação”. Terceira: “Obrigada pela informação, vou corrigi-la”. 
Nicole é a favor da terceira opção. Tá. O problema é que eu não encaro uma pessoa que faz esse comentário como um troll (porque, pra mim, troll tem que ser insistente). Se ela não estiver falando besteira, vou lá e corrijo. E nem respondo. 
Nicole também cita outros tipos de trolls, como o troll invejoso: “Fiz tudo que vc fez, só que cinco anos atrás e melhor”. O que ele quer é reconhecimento.
Tem o troll “nazista da gramática”, que centra todas as atenções num erro que vc cometeu. Meu preferido nesse caso nem é um troll, se bem que ele é insistente e quer muito que eu saiba que ele exista. É um reaça da internet que escreve vários posts contra mim, ou manda seu pitbull de estimação escrevê-los. Num deles, o sujeito passou o post inteiro falando de como eu era burra por usar a palavra... seios
É, sabe seios, que todo mundo fala? O cidadão inventou que estava errado e que o correto é seio, um só, apesar de todo mundo menos ele falar seios. Pois é, meus grammar nazis preferidos são aqueles que dizem que o que vc escreveu corretamente está errado... porque as vozes disseram isso pra ele.                                                               
Tem também o “troll preconceituoso”, que Nicole mal explica o que é, mas que é o mais comum em qualquer blog de ativismo. São os trolls machistas, homofóbicos, racistas, gordofóbicos, ou mesmo os sujeitos que acham que não são nada disso, mas vem aqui fazer mansplaining ou tentar desviar o assunto. Neste ponto Nicole pisa na bola mesmo, e diz que esses trolls preconceituosos são parecidos com os trolls anti-preconceito que, segundo ela, veem preconceito em tudo. 
E aí eu vejo que Nicole vive numa realidade alternativa quando ela cita o “troll amedrontador”. Ela menciona um exemplo de email que costuma receber: “Por quanto tempo vc vai desvirtuar a internet antes que você desapareça?” Sério que este é o email ou comentário mais amedrontador que ela recebe? Nadica de ameaças de morte e estupro diretas?
Uma dica bacana da Nicole, e que não tem quase nada a ver com trollagem, é o Project Implicit, uma ideia de Harvard em que vc pode fazer vários testes para detectar seus preconceitos internalizados, através de associações. É muito legal, mas vc precisa ter tempo e concentração pra responder a esses testes. 
Devo dizer que no Project Implicit também tem muita coisa besta. Tipo: sobre legumes e vegetais. Eu fiz o teste, e deu que eu tenho uma ligeira preferência por vegetais. Isso pra mim é óbvio, porque a propaganda de que vegetais são maravilhosos pra saúde, e de que comidas com muito açúcar e gordura são péssimas, é muito forte. Então é lógico que eu aceito essa propaganda (e não tenho por que discordar dela). 
Ao mesmo tempo, eu não gosto muito de vegetais (tirando tomates, que muita gente considera fruta. Adoro tomate). Mas alface é um insulto pra mim. Não tem gosto de nada. Se eu tiver que escolher entre uma cenoura e um hambúrguer, eu nem olho pra cenoura, embora eu saiba que ela é boa pra minha saúde. Portanto, não sei o que o teste provou. 
Do sempre ótimo André Dahmer.




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