UM PARAÍSO CHAMADO JERI
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UM PARAÍSO CHAMADO JERI


No final de semana passado eu não estava aqui. Deixei minha pobre mãe cuidando da moderação de comentários do bloguinho (felizmente, neste caso, muito menos movimentado sábados e domingos) e fui me desligar do mundo em Jericoacoara. 
Eu e o maridão nunca tínhamos ido pra essa que é uma das cidades litorâneas mais badaladas do Ceará. Só deve perder pra Canoa Quebrada, que fica pro leste de Fortaleza, enquanto Jeri fica pro oeste, a uns 300 quilômetros daqui. 
Jeri realmente é lindíssima. Só que é cara, por causa do acesso complicado a tudo quanto é lugar. Chega-se fácil ao município de Jijoca, mas de lá pra Jeri tem que decidir se você quer deixar o carro num estacionamento (R$ 10 por dia) e pagar 70 reais de táxi pra ir até Jeri (que faz parte do mesmo município, mas tem que se passar por uma reserva ecológica, estradas sem pavimento e areia da praia), ou esperar a próxima "jardineira", ou pagar R$ 40 para um guia e ir com o próprio carro. Optamos por essa alternativa.
O maridão dirigiu numa boa, seguindo as instruções do guia, até a primeira vez que atolamos, na praia. Aí decidimos que era melhor o guia dirigir nosso Uno, que nunca esteve tão perto do mar na vida, até a cidade. Ele foi calmamente e elogiou muito o carrinho.
Sem querer, pegamos de guia o Bruno, que parece ser uma lenda viva entre os guias de Jeri. Ele é o que ganha mais dinheiro porque é o único que fala inglês, daí pega os turistas estrangeiros. E aprendeu inglês sozinho. Ele também é famoso por ser um pão duro incurável. Ou seja, é dos nossos.
A cidade de Jeri é um charme, com vários restaurantes, pousadas, lojinhas, e ruas todas de areia. A atmosfera do lugar é diferente, com muita gente que largou a cidade grande pra se aventurar por lá. Conhecemos um cara lindo de Curitiba que havia feito faculdade e pós em engenharia em Joinville. Desempregado, dez anos atrás ele aceitou o desafio da madrinha e, sem nunca ter viajado de avião na vida, foi parar em Jeri pra tomar conta de um restaurante. Agora ele tem sua própria cantina, boa pacas, onde a especialidade é batata suíça. E já quer abrir uma franquia.
Conhecemos também uma moça que havia chegado a Jeri há duas semanas. Cansada de São Paulo, agora ela está vivendo dia por dia em Jeri. À noite ela vende passeios de buggy, e durante o dia gasta o que ganhou à noite. Sem planos, sem correria, com a única ambição de aproveitar a vida num outro ritmo. Parece tentador, né?
E, bem naquele fim de semana, havia um magnífico festival de jazz na praça central. Eu quase comprei um dinossauro (R$ 60) criado por um artista que tem várias esculturas na praça. Feitas com latinhas de alumínio. É fascinante vê-lo trabalhar.
Comemos bem e gastamos quase todo nosso dinheiro numa sorveteria incrível, a Gelato Grano, bem melhor que qualquer sorveteria que conhecemos em Fortaleza. Copinhos com dois sabores a R$ 7. A foto do maridão não me deixa mentir sobre a qualidade desse sorvete.
Ficamos numa pousada um tanto meia boca (o quarto era ótimo, mas não tinha nada além do quarto), que pagamos em promoção por 100 reais a diária. Amigos se hospedaram numa pousada a um quarteirão da nossa por R$ 125, com direito à piscina, jardim exuberante, gatos e cachorros sociáveis, e uma proprietária simpática. A da nossa pousada foi a única pessoa rabugenta que conhecemos em toda Jeri. Ela estava lá, manchando o bom nome de Santa Catarina, de onde tinha vindo.
Todo mundo que vai a Jeri tem que fazer pelo menos um passeio de buggy (R$ 40 por pessoa) para conhecer dunas e lagoas paradisíacas. A primeira parada é na árvore da preguiça, que ganhou esse nome por se recusar a ficar de pé. 
Eu vi uma coruja linda na areia! Não tem foto porque eu fui a única no buggy que vi a coruja, e muito rapidamente. Edson, um guia jovem e na dele (mas gente boa), disse que dá pra ver preás, raposas e guaxinins na reserva ecológica, mas só à noite. 
Tivemos a sorte de dividir o buggy com um casal tão tranquilo quanto nós, que não fez questão de andar um quilômetro a pé em areia fofa pra chegar até a praia da Pedra Furada. Ficamos horas na Lagoa Azul mesmo, que é tudo de bom. Água cristalina e profunda. 
Não tem muito mais de um ano que descobri um superpoder meu, bastante invejável, modéstia à parte: devido a minhas bóias naturais, meus seios, eu flutuo em qualquer lugar. Não preciso mexer as pernas ou os braços, que eu bóio. Posso ficar horas boiando onde ninguém faz pé. Eu só volto pra borda pra beijar o maridão.
Depois fomos à Lagoa do Paraíso, que é pertinho. Ela também é esplendorosa (são 12 km de lagoa!), mas tem ondas, ao contrário da Lagoa Azul, e os restaurantes são mais caros.
Mas tem aquilo que virou marca registrada de Jeri: redes pra deitar dentro d'água (totalmente inúteis pra quem tem o dom de flutuar).
Como em todo Ceará, não chove em Jeri faz meses, e os animais (vimos muitos soltos: vacas, bois, jegues, jumentos, cavalos, porcos) estão sofrendo, tadinhos, magros que só eles. A vegetação está toda diferente, quando há, e uma das lagoas, a do Coração, ficou completamente seca. Espero que chova muito, e logo, pelo bem dos animais fofinhos.
A praia central de Jeri também é maravilhosa. Mar calmo, quentinho, praia sem prédios (como toda praia deveria ser), com piscinas naturais que se formam por toda a orla.
O maridão tirou inúmeras fotos do por do sol.
No total, gastamos R$ 630 por dois dias e meio (duas noites) de paraíso, a maior parte da grana (R$ 240) em transporte. O resto foi em comida (R$ 190). Ahn, em sorvete, devo dizer. Foram só três refeições, tirando o café da manhã. E sorvete.
É caro, mas vale demais a pena. Acho que da próxima vez retornaremos a Fortim (do lado de Canoa Quebrada), desconhecida, e que não oferece grandes opções (recomendo a Pousada da Eva), principalmente de restaurantes, e é uma pechincha. Deve sair por um terço de Jeri. E eu sou apaixonada pelo Rio Jaguaribe. Ainda tenho muito que flutuar por lá!
Lolinha boiando no Rio Jaguaribe, em Fortim, em julho




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