Geral
Um parênteses
Eu poderia até dizer que esse post é fruto da minha TPM, mas eu nao tou com TPM. O post é de graça e ja faz um tempo que eu venho pensando em escreve-lo.
Sei que cada pessoa que decide morar fora do seu pais tem uma experiência unica em relaçao a isso. Ha os que vao pra nunca mais voltar pela saudade da terra natal ser muito menor que as vantagens em se morar longe dela. Ha aqueles que sonham com a cidade em que cresceram todos os dias, num banzo sofrivel. Eu, eu ja nem sei mais o que sentir.
Quando cheguei pra morar definitivamente aqui, eu chorava horrores e ficava entre a delicia de estar com Camilo e o sofrimento de nao poder ver o rosto dos meus amigos. Aqui, descobri que eu iria enfrentar mais despedidas do que se tivesse me fixado no Brasil. Porque aqui, todo mundo vai embora. A Europa te da essa oportunidade de estudar sei la onde, de trabalhar do outro lado, e eu ja venho me preparando pra, de novo, me despedir da minha atual "melhor unica amiga", aquela que foi, no ultimo ano, a peça fundamental pra que eu me sentisse viva e nao murchasse nessa terra fria. E ela disse que eu ia sofrer. Nao é por maldade, ela sabe: "todo mundo vai embora daqui, Luci, e eu nao sei como tu aguenta tanta despedida". E depois continuou dizendo que nao teria minha coragem de abandonar tudo assim. Aih eu tive que incorporar Bob Dylan e explicar.
Me encontrei formada, sem emprego, sem perspectiva de nada, com o cara que eu amava puxando minha mao, me convidando gentilmente a dividir teto e problema com ele. Quem nao iria? E hoje, eu olho pra Camilo em silêncio, e até o dentinho discretamente rachado que ele tem, me encanta. Mas eu tenho um buraco que nao pode ser preenchido por ele (por favor, nao tirem essa frase de contexto): necessidade de amigos. Nao tou falando de qualquer tipo. Falo do perfil dos meus amigos que francês nenhum, nem de longe, pode parecer alcançar.
E isso tudo era pra dizer que o blog e tudo o que ele me traz, direta e indiretamente, tem me feito bem. Ele passou de uma simples ferramenta de contato entre mim e meus amigos à uma poderosa forma de escape nos dias de furia (e de tristeza, e de saudade, e de alegria) e vocês sao as grandes responsaveis por isso, por aliviarem essa necessidade de contato humano. Claro que minhas relaçoes virtuais nao irao nunca substituir o contato real. Claro. Mas fico super satisfeita de conhecer um pouco mais da vida daquelas que estao no meu blog hall, de poder compartilhar momentos da minha vida aqui e de perceber que pessoas interessantes se interessam por eles.
Talvez esse post tenha saido hoje porque, essa manha, eu acordei e me deparei com um recado no Orkut muito carinhoso, inesquecivel, deixado pela maluca da Glorinha (lindo, viu? Vocês nem imaginam como ela foi fofa. Ou imaginam. Fiquei toda besta!). Eu sou sensivel demais pra deixar essas "demonstraçoes publicas de afeto" passarem sem serem reconhecidas. Fico realmente muito feliz com as mensagens que vocês deixam aqui: quando dizem que torcem por mim, quando ficam preocupadas, ou quando simplesmente riem da minha cara por algum post mais avacalhado. Como igualmente é adoravel lê-las, questiona-las e conhecê-las um pouco mais. Escolho a dedo os blog que leio e adiciono, e sinto muito orgulho das visitas que recebo.
Quero agradecer, mas nao vou citar nomes. Quem vem aqui com frequência deve saber que me sinto agradecida pela sua presença e os outros, devem saber que sao sempre bem-vindos. Esse post é pra isso, pra um grande obrigada.
Go to him now, he calls you, you can't refuse
When you got nothing, you got nothing to lose
You're invisible now, you got no secrets to conceal
How does it feel?
To be on your own
With no direction home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?
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Va para ele agora, ele te chama, você nao pode recusar
Quando você nao tem nada, você nao tem nada a perder
Você esta invisivel agora, você nao tem mais segredos a ocultar
Como se sente?
Por estar por sua conta
Sem direçao alguma pra casa
Como uma completa estranha
Como uma pedra a rolar?
(Dylan)
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