Visão da Semana
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Teórica Investimentos

Visão da Semana (de 13 de maio a 20 de maio).

Neste semanal gostaríamos de reforçar nosso viés otimista com a economia mundial e, consequentemente, com os ativos de risco. Nesse sentido, vale destacar nossa visão positiva para os ativos de renda variável no Brasil, que parece ter boa assimetria favorável, dado o excesso de pessimismo. Não se constitui um cenário de curto prazo, mas acreditamos que o mercado acionário brasileiro se apresenta com bom potencial de valorização e boa relação entre risco e retorno.

Como temos repetido, a economia mundial pode surpreender positivamente o consenso pessimista atual dos participantes de mercado. Dos três principais vetores de crescimento da economia mundial, acreditamos que em dois deles o maior risco seja de surpresas positivas e o terceiro seja de neutralidade. Repetindo o que já colocamos nesse semanal, temos a visão que a Europa pode surpreender positivamente, mostrando algum crescimento nos próximos trimestres e deixando de ser uma draga para o crescimento global. Acreditamos que o pior da economia europeia já tenha passado e, por isso, o risco é de nos surpreendermos com dados mais fortes que o esperado. Nada de muito maravilhoso, mas grandes chances de entramos num período menos pessimista.

O segundo vetor que podemos observar surpresas positivas é a economia americana. O setor privado vem mostrando elevado grau de resistência, alta capacidade de investimento e gordura de caixa para entrar num período de maior tomada de risco. O ajuste fiscal do setor público também vem surpreendendo positivamente. Uma queda mais rápida do déficit, acelerando o processo de desalavancagem, pode abrir espaço para o setor privado se antecipar e buscar novas oportunidades de crescimento. O terceiro vetor da economia global, a China, não deve surpreender positivamente, mas também não acreditamos em surpresas negativas vindas da economia chinesa. Temos a visão que o processo de reequilíbrio e mudança de perfil do crescimento chinês será bem administrado pelo governo, o que será positivo para o crescimento da China e do mundo no médio e longo prazo, apesar de um menos vigoroso crescimento no curto prazo.

Nesse ambiente de recuperação e possíveis surpresas positivas na economia global, os investimentos nas economias emergentes, em especial nos BRICs, que passam por um momento de questionamento sobre a relação entre risco e retorno, podem voltar ao foco de interesse dos tomadores de risco. Todavia, apesar do nosso maior otimismo sobre a economia global, o lado doméstico continua sendo o ponto mais desanimador do nosso ambiente de investimento. A baixa qualidade da atual gestão econômica enfraquece o bom funcionamento da economia brasileira e retira o mínimo de condições, que antes existiam, para o desenvolvimento do sistema. Apesar disso, a história nos mostra que, mesmo com péssimas gestões, a economia brasileira aos trancos e barrancos consegue se desenvolver.       

Repetimos que o ambiente de liquidez global abundante tem conseguido evitar eventos de cauda, porém, uma expansão mais fundamentada somente ocorrerá através de reformas e ajustes estruturais, que precisam de tempo e consenso político. Acreditamos que essas reformas estão acontecendo, todavia, mais lentamente do que gostaríamos.  A liquidez é a ponte para se chegar no acordo político e nas reformas. Porém, sem os ajustes necessários, será uma ponte para lugar nenhum e voltaremos ao ambiente de crises e incertezas.   




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