Mas essa imagem de Anticristo eu acho linda.
não acompanhei. Só sei que o último Almodóvar, Los Abraços Rotos (veja o trailer aqui), decepcionou, assim como o último Tarantino, Bastardos Inglórios (algum dia eu cri-critico esses trailers). Li que o Taranta vai voltar com o filme pra sala de edição, pra dar alguns retoques antes que BI estreie nos EUA, em agosto. E sei que A Fita Branca (Das Weisse Band) levou a Palma de Ouro. Todo mundo anda dizendo que é a obra-prima do austríaco Michael Haneke. Não encontrei o trailer, só um pedacinho, com legendas em inglês. É um drama de guerra em preto e branco. Em geral, como sou fã do Hanek
e (gosto muito de Funny Games, tanto o original quanto o remake americano, e de Caché, e menos de A Professora de Piano e de Código Desconhecido, mas é sempre bom seguir o que ele apronta), vou esperar ansiosamente pra ver A Fita Branca. Mas é melhor esperar sentada. Quem não mora no eixo Rio-SP e não frequenta as mostras das duas cidades não vai ver esses filmes tão cedo.
seu clítoris com uma tesoura enferrujada, bem à vista da câmera. Taí uma boa razão pra eu não querer chegar nem perto do filme. Qual o propósito de incluir uma cena explícita de mutilação feminina? Não pode ser só pra traumatizar a Lolinha e 99% da população feminina.
o filme mais misógino do autoproclamado maior diretor do mundo”. Um cineasta romeno atacou dizendo que, segundo Von Trier, “as mulheres deveriam ser queimadas na fogueira para que os homens possam finalmente se liberar”. Bom, normalmente, não tenho (quase) nada contra o Von Trier. Adoro Dogville e Manderlay, e gosto bastante de Dançando no Escuro e Ondas do Destino. São três ou quatro filmes com mulheres como protagonistas, e ainda que elas sofram o diabo a quatro, não os considero misóginos. Tá cheio de gente que detesta o Von Trier por ele ser assumidamente
anti-americano. E ele conseguiu colocar todos os movimentos de defesa dos animais contra ele ao incluir a morte real de um jumento em Manderlay. Esse é o tipo de coisa que o cara faz pra chamar a atenção, como se fosse uma criancinha mimada. Tipo: não é possível que ele não soubesse que matar um animal num filme iria causar indignação. Aí vem com discursinho de que o burro tava velho, ia ser sacrificado mesmo, e a gente come animais, mas não importa. Eu até hoje não perdoo a besta do John Waters pelo que ele fez com galinhas em Pink Flamingos.
ue a Dai percebeu no ato foi o seguinte: “Lendo aquela lista me dei conta de que a maioria dos filmes 'controversos' (aqueles feitos com a intenção de causar desconforto ou mesmo escândalo, 'causar', como se diz hoje) utilizam o estupro e a mutilação (geralmente de mulheres) como clímax em seu roteiro abusivo. Eu não tenho nenhum elemento para julgar, não li estudos sobre, mas acredito que seja uma tendência (assim como é uma tendência explorar a nudez feminina, o abuso de mulheres, etc) e que haja uma permissividade social, um assentimento do insconsciente coletivo de que se utilizem corpos de mulheres (atrizes) nesses experimentos pela arte”.
a cai a ficha de que eles foram criticados por organizações feministas, na época. Foram filmes que eu assisti um pouco antes de me aprofundar em minha formação feminista. Admito que me causava desconforto observar a perversidade com a qual as mulheres eram tratadas. Embora eu siga gostando de Veludo Azul e Laranja, a vontade sempre foi apertar o fast foward naquelas cenas abusivas. Mas o que eu não sabia na época é que aquilo era misoginia, que era concedido aos diretores usar o corpo das mulheres em suas metáforas de dor e miséria humanas”.
tema recorrente entre tantos desses filmes “polêmicos” é o mau trato a que as mulheres são submetidas. Pensa só: se tantos filmes usassem uma outra minoria (por exemplo, negros, gays, judeus) para ser estuprada, mutilada, torturada, espancada, encarceirada e abusada, a gente não diria “Putz... Acho que esses filmes são racistas / homofóbicos / anti-semitas”? Mas como o abuso é contra mulheres, e vivemos numa sociedade em que isso é tolerado e, em alguns casos, até incentivado,
passa como “controvérsia”, e viva a arte.
não amam é porque não querem admitir. Que ódio! Nem sei se esse filme vai ser lançado no Brasil (tomara que não seja mesmo). Mas enfim. Tinha que comentar essa contigo. Fique de olho: SM Rechter, Bélgica, 2009”. (Veja o trailer aqui).