"SOU FEMINISTA!" "NÃO SOU FEMINISTA!"
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"SOU FEMINISTA!" "NÃO SOU FEMINISTA!"


O post sobre mulheres contra o feminismo rendeu excelentes comentários. Difícil selecionar apenas alguns. Peguei esses dois, ambos anônimos.

"Bem oportuno fazer este post, Lola!
Me entristece saber que há mulheres que escolhem reproduzir essa estrutura machista, acreditando que vai ser beneficiada pelo machismo, sendo vista como uma 'boa moça'. Há uns anos eu tive a infelicidade de cair nas graças de um relacionamento abusivo, com um mascu reaça. Na época eu era bem novinha, isso aconteceu entre os meus 12-15 anos. Minha família é católica, carola até os ossos e ultraconservadora.
Esse ex, mesmo que ELE fizesse comentários e piadinhas machistas e racistas, quando eu reproduzia algum machismo em relação a outra mulher falando acerca de promiscuidade, fazia questão de dizer que eu era tão vadia quanto ela e que eu não deveria me achar superior por nada, já que eu me escondia por trás da capa de 'moça de família', mas não era nada e nem ninguém na vida. 
Essas coisas que ele dizia me deixavam, obviamente, pra baixo (estar com ele, por si só, já me deixava pra baixo), já que fui criada por um pai machista e quase nunca podia sair; amizades eram vetadas, pois qualquer menina que viesse na minha casa era tachada de 'vadia'. Também nunca tinha me relacionado com nenhum outro garoto, já que meu pai me fazia ameaças. Quando ele permitiu que eu namorasse, foi sempre sob vigilância. Então eu acreditava que se eu fosse uma 'boa menina', não tivesse amizade com meninas consideradas 'vadias' e me mantivesse à distância de meninos que só queriam me usar e deixar pra lá, eu poderia me relacionar com um bom rapaz e ter uma boa vida e família no futuro. 
Graças a Deusa eu amadureci e percebi que isso nunca seria verdade. Meu pai sempre distribuiu grosserias gratuitas entre mim e minha mãe, e notei que não era esse o modelo de família que eu queria pra mim. Percebi que existem várias formas de família, de amor, e que relacionamentos não são equações matemáticas em que se encontra um certo e errado inexorável. 
Passei a questionar muitas coisas na minha vida depois que entrei em contato com o feminismo: sobre maternidade, violência, toda a sorte de abusos que nós, mulheres, sofremos só por sermos mulheres. E percebi que o mascu que atormentou minha vida, apesar de querer acabar com a minha autoestima, tinha razão em uma coisa: não sou melhor ou pior que nenhuma outra mulher por me abster de expressar minha sexualidade.
Talvez essas mulheres anti-feministas ainda não tenham percebido que somos condicionadas a desprezarmos e a odiarmos todas outras mulheres, as julgando e condenando por coisas tão naturais, numa competição sem fim. Talvez tenham medo de perder a 'autoridade' para julgar as demais e acreditar ter algum atributo superior às outras. Mas não. No jogo do machismo, se você é mulher, você está fadada a perder ou a perder. Espero que sejam capazes de refletir sobre isso. 
Nós, enquanto estivermos presas ao patriarcalismo, sempre estaremos sujeitas a julgamentos de todas as espécies, a sermos tachadas de 'vadias', mesmo nunca saindo de casa, e a toda forma de abuso, violência e discriminação. E é contra isso e contra todos os preconceitos cegos que o feminismo luta. E hoje eu digo, com orgulho, que sou FEMINISTA!"
1. "Você é feminista?" 
2. "Como você se atreve a me chamar assim?!"
3. "Desculpe, quero dizer: vc acredita em tratamento igual para mulheres?" 

4. "Ah, claro!"

E, do lado irônico da força, uma comentarista anônima bem-humorada mandou isso:

"Eu não sou feminista! E digo não ao aborto! Só Deus dá a vida, só Ele pode tirá-la.
A menos, claro, que eu tenha engravidado de um estuprador. Aí não, aí tem que tirar logo! Não me interessa se o feto é perfeito e vai ser uma linda criança loira de olhos azuis que irá compor a mais bela sinfonia do mundo ou quiçá, descobrir a cura do câncer. Aí não! Quero meus direitos!
A menos também que meus contraceptivos tenham falhado e eu esteja solteira. Veja bem, eu sei que a minha Igreja proíbe o sexo fora do casamento e sem finalidade procriativa, mas isso é uma coisa muito de antigamente né? Naquele tempo nem existia anticoncepcional, como que a religião iria ser contra algo que não existe? Pois hoje existe eu me adapto, só sigo aquilo que me interessa, e se eu engravidar fora de hora (Deus me livre!) tive tão pouca culpa quanto a mulher estuprada, então eu aborto sim!
Que homem iria me querer depois disso? Não um honrado, certo? E ninguém vai me impedir de ir à Marcha de Deus Pela Vida porque Ele está comigo, inclusive fala comigo, mas não saio contando pra todo mundo senão me internam.
E esse negócio de feminismo, isso é coisa de Satanás com certeza! Eu que não preciso dele. 
Até pedi pro meu marido digitar essas coisas para mim, afinal de contas uma mulher não precisa saber ler e escrever, só cuidar da casa e ter bastante saúde para ter filhos, tá mais do que bom. Já avisei pra Carla, Claudia, Clara, Camila, Cássia e Carolina: NADA DE FEMINISMO NESSA CASA, MENINAS! E para o Cláudio, Camilo, Cássio, Cristiano, Claudecir e o mais novo, o Carlinhos, que nora feminista é totalmente fora de questão e homem que é homem não namora essas vadias comunistas sem Deus e religião em suas vidas.
Eu não preciso de feminismo porque Deus é homem, Jesus é homem, meu marido é homem e os homens sempre souberam o que é melhor para as mulheres. Senão daqui a pouco vão querer que eu trabalhe fora, quem vai cuidar dos meus filhos -- um homem?
Vão lavar louça, suas mal-amadas sem Jesus no coração!"




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