Por Flávio Aguiar, na Rede Brasil Atual:Margareth Thatcher, a prestigiada e/ou odiada Dama de Ferro, primeira e única mulher a exercer o cargo de primeira-ministra do Reino Unido, teve sua morte por AVC anunciada nesta segunda-feira (8) à tarde (horário centro-europeu) por seu porta-voz, Lord Bell.
Nascida em 1925, Thatcher fez uma fulgurante carreira na política inglesa. Tornou-se líder do Partido Conservador em 1975, e foi eleita primeira-ministra em 1979. Reinou (com perdão da Rainha Elizabeth) em Londres desde então até 1990.
Neste período tornou-se a campeã mundial do neoliberalismo. Defendeu ardorosamente tudo o que de mais reacionário havia no mundo. Combateu duramente os sindicatos britânicos, sobretudo o dos mineiros, que a enfrentaram numa greve histórica e fracassada, da qual não se recuperaram até hoje. E aboliu na prática o salário mínimo, restaurado apenas por Tony Blair.
Junto com o papa João Paulo II e o presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, Thatcher foi uma das estrategistas da derrocada da hoje extinta União Soviética. Apoiou a extrema-direita na América Latina, sendo amiga pessoal e sustentadora política do ex-ditador Augusto Pinochet. Já ex-primeira-ministra, levou-lhe sua solidariedade pessoal e política quando, de outubro de 1998 a março de 2000, ele foi detido em Londres devido a um processo movido contra ele pelo juiz espanhol Baltazar Garzón por crimes contra a humanidade durante sua ditadura.
A exceção com este “love affair” com as ditaduras foi o caso da argentina, quando os ditadores, para desviar a atenção de seus conterrâneos dos duros problemas que o país vinha enfrentando, resolveram tomar as ilhas Malvinas do britânicos, em abril de 1982. Na guerra que se seguiu até o mês de junho morreram 255 soldados britânicos, 649 argentinos e 3 civis nas ilhas. A derrota dos argentinos apressou a queda da ditadura, e a vitória britânica praticamente garantiu a reeleição de Thatcher em 1983.
Mas como não há mal que sempre dure, o reinado de Thatcher encontrou seu Waterloo em 1990, ao pretender instituir um imposto territorial único por habitante, do mesmo valor, em lugar do imposto antigo, que variava de acordo com o valor da propriedade, como o nosso IPTU. O imposto preconizado era claramente regressivo, beneficiando os mais ricos, como, aliás, quase tudo que Thatcher fez no governo. A medida provocou reações iradas em todo o Reino Unido, com manifestações que resultaram em confrontos com a polícia, as chamadas “Poll Riots”, sendo “Poll” o nome pelo qual o imposto era conhecido.
Depois de deixar o cargo de primeira-ministra, Thatcher dedicou-se, através da fundação que leva o seu nome, à defesa dos ideais de livre mercado que patrocinou durante seus anos de governo. Progressivamente tomada por uma forma de demência cerebral, acabou retirando-se de qualquer atividade pública mais recentemente.
A personificação de seu personagem no filme ‘The Iron Lady’ (2011), dirigido por Phyllida Lloyd, valeu a Meryl Streep o Oscar de Melhor Atriz em 2012, além de outros prêmios internacionais.
Da página do Femen Br no Facebook Eu não ia falar nada da morte de Margaret Thatcher porque estou incrivelmente sem tempo e porque várias pessoas morrem todos os dias e nem por isso eu tenho que escrever sobre elas (por exemplo, só tratei da morte...
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