A DAY IN THE LIFE
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A DAY IN THE LIFE


Lembrei dessa música dos Beatles que eu tanto amo. Fala de rotina

Tem um cara no Twitter que vive me trollando e que é gay misógino (nada contra ser gay; tudo contra ser misógino, e na minha opinião xingar mulheres de vadias, piranhas, vacas, rameiras etc é um claro sinal de misoginia,
e gays deveriam ser aliados de mulheres). Acho que nunca tinha ouvido falar nele, ou ao menos registrado o nome, até que o sujeito, do nada, começou a xingar um amigo meu, professor de Física aqui na UFC. O motivo? É que a gente, na UFC, pertence a um sindicato de professores diferente ao que o cara em questão pertence. Por esse motivo, fomos chamados de pelegos. De lá pra cá, qualquer coisa que eu digo ou não digo é usada pelo cara contra mim. Eu dei block rapidinho, porque o sujeito ataca todo mundo (ele torce, por exemplo, pra que a Dilma morra de câncer vomitando sangue), e porque não preciso acompanhar o que uma pessoa visivelmente desequilibrada tem a dizer. E não é por ele ser gay que eu tenho que passar a mão na cabeça, né? O que sempre me chama a atenção é que gente que eu gosto e respeito o segue no Twitter. Aí eu fico pensando: será que o seguiriam se fosse um hétero misógino e desequilibrado? Enfim, essa conversa só veio à tona hoje porque uma das pessoas que o seguiam, a Letícia, que eu sempre admirei, deu unfollow no cara por ele ser desrespeitoso com alguém que ela gosta. Foi até divertido quando ela falou isso pra ele, e ele precisou tentar adivinhar quem é a pessoa que a Letícia gosta entre as 750 pessoas que ele constantemente trolla. Mas daí o cara passou a me dedicar montes de tweets me chamando de mau caráter, mentirosa, attention whore e sei lá mais o quê, porque parei de ler. Eu fico pasma. O sujeito twitta loucamente a cada minuto, xinga todo mundo, e eu que sou attention whore? Acho incrível a fama que eu tenho entre alguns haters, que não fazem ideia de em quantas brigas eu evito entrar todos os dias. Eu sou xingada o tempo todo, e ignoro 99% dos ataques que recebo. Se eu falo de 1% desses chiliques, sou vitimista, barraqueira, e carente de atenção. Então tá. See if I care (pensando muito em inglês hoje).
Teve um dia em setembro do ano passado em que a Myrian Rios foi verbalmente atacada pelos mascus sanctos. Como eu tinha acabado de publicar um post sobre esses doentes, alguém deve ter passado o link pra ela, e ela me enviou uns tweets. Eu fiquei de mandar pra ela (como mandei pra todo mundo que pedia, de procuradora da República a advogados) as informações que eu estava coletando sobre os sanctos. E foi o que fiz. Isso foi suficiente pra que o gay misógino e mais uma metade de meia dúzia de pesssoas que pra mim são completas desconhecidas me condenassem por estar “me aliando” a Myrian Rios, uma deputada estadual que ficou famosa por fazer declarações homofóbicas, e por quem eu nunca nutri a menor admiração.
Bom, resumindo, depois de uma série de besteiras de que eu estaria de conchavo com a deputada, decidi escrever um post explicando que só troquei tweets com alguém que, por ser deputada, poderia ter influência pra combater os sanctos. Isso foi antes da Secretaria Especial das Mulheres fazer um pedido formal para a Polícia Federal exigindo que os dementes fossem investigados. Foi bem no começo, muito antes do blog de ódio ficar popular e gerar 70 mil denúncias à Safernet.
E aqui vai uma coisa que nunca revelei neste blog (nem no Twitter). Aliás, só falei sobre isso numa palestra na Unicamp, porque foi na mesma época. Pois é, sou tão louca por atenção que nem comentei esse assunto um tanto explosivo. É o seguinte: naquele mesmo dia em que fui atacada por um grupinho por trocar tweets com a Myrian Rios, quem me manda um email à noite? A própria!
Alguém deve ter avisado à deputada que ela havia escrito pra uma feminista abortista pró-direitos das minorias (moizinha). No email que Myrian, furiosa comigo, me enviou à noite, ela usou o termo gayzista (um termo tão preconceituoso como feminazi), desancou o feminismo, e disse que sentiu-se ofendida com os meus posts, e que se eu não os removesse em até 24 horas, ela iria me processar. Respondi que, no meu blog, só havia o post daquele dia sobre ela, e um outro, um guest post muito educado, que não tinha nada de ofensivo. E que, por isso, não iria remover post algum. Claro que consultei duas advogadas amigas minhas, pra ver o que elas achavam. Enfim. Nunca mais falei com a deputada de novo. Não retirei os posts, nem ela me processou.
Mas minha vida é assim: primeiro sou atacada por um grupo de doentes, os mascus sanctos, que me ameaçam de morte (e ameaçam outr@s também). Aí uma das muitas vítimas deles entra em contato comigo pra trocar informações sobre eles. Então um grupinho de haters me ataca por eu trocar informações com a pessoa. E em seguida a mesma pessoa me ameaça de processo após descobrir (como se eu escondesse minha ideologia de alguém!) que sou feminista. Tudo isso no mesmo dia. Parece piada, né? E o pior é que acontece com certa frequência. Logo, estou acostumada! Ou vacinada. E tem aquele clichê: o que vem de baixo não me atinge.
Bom, só escrevi este post porque fiquei com preguiça de escrever o que tinha planejado pra hoje, que era a crítica de Jogos Vorazes. Mas pra amanhã, eu prometo a crônica!




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