A GUERRA CONTRA AS MULHERES MIRA O ABORTO
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A GUERRA CONTRA AS MULHERES MIRA O ABORTO


Recebi este email hoje da professora de história Valéria:

"A guerra contra as mulheres, já detectada e discutida com propriedade por Susan Faludi na virada das décadas de 1980/90, continua. Exemplos:
Mulher grávida leva tombo da escada, vai para o hospital em busca de ajuda e termina presa por tentativa de assassinato.
Mulher grávida de 26 semanas e gravemente enferma é obrigada a uma cesariana por ordem judicial mesmo com os médicos assegurando que o bebê não sobreviveria e a mãe... Enfim, ambos morreram.
Mulher grávida tem um sangramento, vai ao hospital em busca de ajuda e termina presa por um ano por tentativa de assassinato em segundo grau. Ela sofrera um abortamento espontâneo.
Mulher está em trabalho de parto domiciliar e termina sendo levada pela polícia para uma cesariana forçada em um hospital, porque seus direitos não se sobrepõem ao do feto.  Lembra o caso Adelir, não é?
E a lista segue."

Eu de volta. Você acha que esses casos assustadores de mulheres sem direitos aconteceram no Oriente Médio? Acha que aconteceram no Brasil, onde o aborto é criminalizado e os fundamentalistas cristãos querem implantar o Estatuto do Nascituro, que faria com que todas as gestantes que sofressem um aborto espontâneo fossem investigadas (e várias delas processadas e condenadas)? 
Nada, esses casos acima, e muitos outros, aconteceram e seguem acontecendo nos EUA, país que "legalizou" o aborto há 41 anos, mas que sofre retrocesso após retrocesso, com inúmeras clínicas sendo fechadas, perseguição a médicos, leis que dificultam cada vez mais o acesso ao aborto.
Neste artigo publicado no New York Times, as autoras expõem o que parece óbvio: "Medidas anti-aborto representam um risco a todas as mulheres grávidas, incluindo àquelas que querem estar grávidas". 
Aqui no Brasil, com o Congresso recém-eleito, o mais conservador desde 1964, caminhamos para o retrocesso total de proibir o aborto em todos os casos -- até para os que são hoje permitidos, como risco de vida para a gestante e gravidez como resultado de estupro. E, se os fundamentalistas cristãos saírem-se vitoriosos, será um golpe sujo contra todas as mulheres. 




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