ADENDO AO POST SOBRE BICHINHOS QUE (NÃO) COMEMOS
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ADENDO AO POST SOBRE BICHINHOS QUE (NÃO) COMEMOS


Eu, hein? Pensei que quase todos vocês ficariam indignados(as) com a ideia de comer carne de cão e gato. Mas não, vocês estão aí dizendo que dá na mesma. Alguns, porque são vegetarianos e defendem que nenhuma carne deve ser consumida. Outros, porque são carnívoros e, já que se come um animal, que comam-se todos. Acho esses dois argumentos muito estranhos.
Vamos ao menos concordar que o que comemos é um ato socialmente construído (como todos os nossos hábitos e gostos na vida)? Então vamos. Aprendemos desde pequenos que comer isso é aceitável, e aquilo é nojento. O que não quer dizer que não possamos reaprender, lógico. Pouquíssimas crianças são criadas como vegetarianas, e, no entanto, várias viram vegetarianas quando adultas. Mas ser vegetariano, assim como ser carnívoro, é outra construção social (e o exemplo do sushi é péssimo! Quer construção social maior que aprender a comer peixe cru? Na minha infância, sushi nem existia no ocidente. Foram os yuppies que o transformou peixe crue em moda a partir dos anos 80. Sushi é um prato caro, está ligado a status. Pra fazer parte de um clubinho algumas pessoas reaprendem qualquer coisa. Com todo respeito aos comedores de sushi).
Gostar de animais para companhia também é um ato socialmente construído. Nojo de insetos, idem. Talvez, se os adultos deixassem, as crianças adotariam insetos inomináveis como bichos de estimação. Graças aos bons céus, elas aprendem que cães e gatos são muito mais fofinhos, companheiros, simpáticos e limpos que insetos. E aprendem que bichos de estimação não se comem.
Eu já disse que a maior parte de nós só pode comer carne se não tiver que pensar de onde vem essa carne. Uma coisa é ver o bife embalado, ou, melhor ainda, pronto no seu prato (tem gente que detesta cheiro de carne crua); outra é ver uma pobre vaquinha ou boi, seres lindos e totalmente inofensivos, ser esquartejada. Não sei quanto a vocês, mas eu, pessoalmente, fiquei uns meses sem comer carne suína depois de ver Babe, o Porquinho Atrapalhado. E um ano sem comer frango após ver uma vizinha matando uma galinha (e notem os eufemismos que criamos pra nos distanciar da comida: a gente não come porco, come carne suína!).
O Brasil mudou radicalmente nas últimas décadas e hoje é um país urbano. A maioria de nós vive em centros urbanos, não rurais. O que isso significa? Que podemos passar anos, senão a vida inteira, sem ver um porco, galinha, ou vaca ao vivo. Vocês já chegaram bem perto de algum desses bichos a ponto de poder tocá-los? Eu não. Tenho a impressão que, se nós estivéssemos num sítio, e fossemos apresentados ao leitãozinho que em breve seria sacrificado para satisfazer o nosso paladar, não aceitaríamos comê-lo. Seria violento demais saber que aquele bichinho querido teve que ser morto pra nos render uma refeição.
Lembro de quando eu e o maridão visitamos Chinatown, em Nova York, no começo do ano passado. Ao passar por um entre inúmeros (e bons e baratos) restaurantes orientais, o maridão parou diante de uma vitrine e me fez observar uns belos peixes, coloridos e vivos, do outro lado do vidro. Ele não tinha se dado conta que o esquema do restaurante era que você escolhia o peixe, vivo, que iria comer. Eles o tiravam do aquário e o matavam e o preparavam pra você. Eu não como peixe, mas não aguentei olhar praqueles peixinhos nos seus últimos minutos ou horas ou dias de vida. Aquilo estragou o meu dia.
Se estamos acostumados a conviver com cães e gatos e amá-los, porque fomos ensinados a fazer isso, e se não precisamos ver os bichos que comemos (galinhas, porcos, vacas), não dá pra dizer de forma alguma que “tanto faz comer um cão ou gato quanto qualquer outro bicho”. Não é igual. Fomos programados pra aceitar um modo de vida e não o outro. Uma desprogramação não é nada fácil.
E quem falou que é desejável? É isso que queremos: comer todos os bichos? Fazer campanhas para que viremos vegetarianos me parece mais realista, e mais humanitário, que essas bravatas de “vamos comer cães e gatos, ueba!”. Esse tipo de conversa nem me faz bem. Meus gatos estão me olhando estranho desde o primeiro post.




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