BARATAS ATRAPALHAM O SEU FEMINISMO?
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BARATAS ATRAPALHAM O SEU FEMINISMO?


Tem um post de quase seis anos atrás aqui no blog que ainda atrai várias leitoras desavisadas. Tipo, leitoras que nem são feministas. 
É um post sobre a pior noite da minha vida, quando passava meus últimos dias em Joinville e apareceram dois insetos inomináveis no quarto na mesma noite, um deles no meu travesseiro (aaarghhh!). Dois anos antes, eu havia tido uma experiência marcante no box do banheiro. Também guardo ótimas lembranças dos meus quinze anos vividos em Santa Catarina, lógico, mas essas duas ocasiões foram realmente aterrorizantes. Ainda não vivi nada parecido aqui em Fortaleza (toc toc), talvez porque eu pague a dedetização da casa todo ano (compensa, recomendo!). 
À primeira vista, pode parecer que um post sobre um bicho tão nojento não tenha nada a ver com feminismo, mas tem. Eu tenho pavor de barata, e não importa o quão empoderada e forte e fodona eu seja ou venha a me tornar, eu sempre terei pavor de barata. O maridão também morre de nojo, vejo isso nos seus olhos, mas ele meio que se conforma que, por ser "o homem da casa", o papel de matador oficial de todos os bichos repulsivos cabe a ele. 
Se eu me sinto menos feminista por recorrer a ele nesses momentos de pânico? Um pouco. É uma contradição, admito. Mas acho que temos direito a ser contraditórias às vezes. Espero que as meninas cresçam sem medo de nada, insetos inclusos. 
E sei que existem muitas mulheres que não temem baratas. Nunca vou me esquecer de uma noite em que estava no banheiro lotado de um alojamento. Parecia que a equipe de handball inteira estava lá. E eis que surge uma barata na parede. Algumas mulheres gritam, enquanto eu me preparo pra sair correndo do banheiro. Uma moça pergunta, "Vocês estão falando disso aqui?" e, sem pestanejar, pabft, dá o maior tapão na barata e a mata com a mão.
Queridos veganos, favor não defender
baratas neste post. Grata.
Bom, uma leitora que não conhecia o meu blog, a Roberta, chegou aqui por causa de uma noite traumática. Sigam o seu relato. 

Uma das piores noites da minha vida e eu estava só. Também não foi uma, a segunda era o dobro da primeira no tamanho. Eu podia ter morrido intoxicada antes dela, de tanto spray. Ela parecia pegar mais "gás", subia nas coisas, até no teto sem cair. 
Ligo, e ao telefone o tal macho alfa me dizia o que eu deveria fazer, como se fosse assim assim, tudo bobagem. Não consigo mais dormir, vocês bem sabem, e nessa de gastar tempo enquanto olho para os lados, cheguei nesse blog que tomou meu tempo compreendendo meu momento e parte dos problemas de minha vida. Por que baratas não somem para nunca mais?! Meu Senhor Deus, baratas?!
Minha mãe sempre diz que barata vem pra cima porque percebe o pavor. Não posso desacreditar, pois nunca corri atrás com o spray, é o contrario, corro dela com o spray. Ela desvia do produto, eu nunca deixando de vigiar seus passos, e vem de volta em minha linha. 
Havia meses que não aparecia uma em casa, só no comecinho de morar aqui, quando liguei pro meu pai na madrugada e chorei tanto, queria ir embora. Não tenho mais meu pai no quarto ao lado pra ligar, ele aparecer e matá-las.
Milhões de anos atrás esses gigantes
dominavam a Terra
Ontem pus a mão na pia pra abaixar, tive que espanar o braço porque senti algo subindo nele. Spray, ela se bateu passando pelas coisas e me enchendo de raiva a cada objeto que passava. Caiu virada, pronto, neutralizada, porém ali. Eu não podia continuar meu dia com ela ali. Nem seria capaz de removê-la. Esperei um cara com jeito de mais inocente passar na rua e pedi pra pegar. 
Ele limpou os pés (olha que fofo), entrou e olhou direto pra barata, a tirou de casa e saiu, nem bisbilhotou (ufa). Louco foi ele dizer: "Ahhh, barata, isso eu como. Vou jogar ali que é adubo". Respondi: "Essa sua ideia ecológica não está fazendo diferença na minha vida, mas muito obrigada". Ele sorriu, foi embora. Depois pensei no que falei e me senti egoísta. Eu quis dizer que o que ele disse não mudou meu conceito sobre baratas, mas enfim.
Desta vez passou da meia noite, eu estava deitada com sono, pensei em levantar e beber um copo d'água antes de dormir. E acreditem, minhas amigas de fobia, antes de levantar me lembrei do fatídico dia em que cheguei em casa, como sempre revirei meu lençol e travesseiros para não encontrar surpresa quando já deitada, o fatídico dia em que encontrei uma na cama. Lembrando desse dia levantei tentado recordar ainda o tamanho da barata (desgosto até em nomear), se a tal ousadia vinha de uma jovem ou monstra. 
Curioso ainda foi ter acendido a luz do canto (e não a central) pra lavar um prato e copo. Olhei pro balde com molho da toalha e vi algo preto naquele verde. "Mentira!", disse eu. Olhei melhor, claro. Sim, era uma delas. Raiva foi a primeira coisa que senti, porém não dava pra ficar ali só sentindo, tive que agir, e a poha do spray estava a centímetros dela. Não tive escolha, ela tinha que morrer e não teria outro modo. Peguei o spray. Foi sorte ela não correr com o barulho do metal arrastando no chão.
Usei. Ela caiu do balde de costas e desde então até agora está lá se debatendo como horrivelmente conhecemos, neutralizada mas imortal. Continuei a lavar, agora p da vida, quando vejo algo preto na parede do lado do pano de prato. "Mentira! Não!", grito pra mim mesma. 
Enooorme, querendo ser um papel de parede. Não hesitei, taquei veneno na parede com pano com tudo. Essa me estressou mais. Rodou rodou, por quase toda a pequena casa, e enfim tá de volta ao esgoto de onde nunca deveria ter saído. Porque eu consegui, eu consegui! Dei umas cutucadas com a pá nela pra ver se estava morta mesmo. Em prantos, desesperada, consegui junto com a vassoura levar a defunta pro vaso, dei descarga. Afff, terrível até ela rodando na água. 
Só depois o meu sistema nervoso deixou de mandar espasmos. E cá estou eu, que precisava acordar cedo para um longo dia, deixando as horas passarem, desperta por conta dessas asquerosas que querem entrar aqui em casa mesmo contra minha permissão. Ainda tendo que pensar que foi sorte ter levantado, fico impressionada em pensar o que poderia ter sido de mim se não levantasse.
Dei uma olhada, a primeira morreu. Sou mais capaz de dormir com ela ali morta onde não vejo do que passar pelo desespero de ter que levá-la a qualquer lugar, mesmo morta. Meus nervos não aguentam.
Difícil dizer que estou mais calma depois do desabafo, meu corpo sim, minha mente em noia, de prontidão! 
Observação: ela se mexeu.




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