MOMENTO FILME DE TERROR
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MOMENTO FILME DE TERROR


Janet Leigh vê a barata no box, e se mantém calma. Já a Lolinha...

Três semanas atrás... Terminei meu banho. Abri a porta do box. Peguei minha toalha. Fechei a porta do box. E passei a me secar. Nada fora da rotina. É como sempre faço. Mas daí que vejo, andando pelo lado de fora do box, um vulto enorme e escuro. Torço para que seja uma lagartixa. Mas minha esperança dura milésimos de segundo, porque imediatamente eu vejo antenas, patas, sei lá, essas coisas horrendas que caracterizam o mais medonho dos bichos: uma barata. Mas não era uma barata qualquer. Era uma barata gigante, daquelas da era metozóica. Uma anomalia da natureza. O pai, mãe e avó de todas as baratas. Eu grito desesperada. A Janet Leigh em Psicose quando é atacada pelo Anthony Perkins de peruca é fichinha perto de mim. Mas eu não entro totalmente em pânico. Lembro de chamar o maridão e, ainda, de pedir pra trazer o inseticida (já sabendo que não dá pra dar uma chinelada no box). Ele demora. A barata se mexe. Ora ela ameaça subir e entrar por cima (porque o box não vai até o teto; veja foto), ora de entrar pelo meio. Eu não paro de gritar um minuto. A barata se movimenta mais ainda por causa dos meus berros.
Quando o maridão finalmente chega, ele não vê a barata. Típico! Ele nunca vê a barata. Eu só ouço patafá-patafá porque ele vê a barata bem quando ela tá se preparando pra dar o bote nele. A barata foge; ele consegue pegá-la. É o meu herói. Só aí eu páro de gritar.
Essa foi a quarta barata a aparecer em casa nas últimas doze horas. É, eu disse a quarta. Estou em pânico. Lembram que eu contei que nos primeiros três meses apareceram apenas duas baratas? Pois é, a festa acabou. Nas últimas duas semanas tem aparecido quase que diarimente. Pode ser porque a validade daquelas iscas de mata-barata venceu. Eu não sei. Só sei que durmo muito mal. Ontem à noite, a última que apareceu (o maridão matou) estava na porta do nosso quarto, não sei se entrando ou saindo. Eu só fiquei balbuciando: quero dormir numa redoma de vidro, quero dormir numa redoma de vidro. Eu já bolei tudo. Seria uma redoma do tipo em que a Branca de Neve fica antes de ser acordada pelo Príncipe Encantado. Uma espécie de caixão, mas de vidro, com furinhos minúsculos por onde eu possa respirar mas por onde nenhum inseto possa entrar. Pode ser um pouco mais alta para que eu possa ler lá dentro. Pensei também que a redoma pudesse ter uns braços de cada lado, tipo astronauta, pra se eu precisar fazer algo com as mãos. Mas acho isso supérfluo. Também pensei por onde eu iria entrar e sair. A redoma se abre pra cima ou pelo lado? Discuti isso com o maridão, que perguntou quantas horas eu gastei pensando nisso e como ia a minha tese de doutorado. Ele acha que uma bolha de plástico, do tipo que o John Travolta usava, seria mais adequada. Ridículo.
Tá, a redoma resolve o problema de conseguir dormir com baratas por perto. Mas e no resto do tempo? Não posso andar com uma redoma em volta de mim. Pensei em andar com roupa de astronauta. Mas, no banho, sempre vou correr risco. Além do mais, alguma barata pode entrar na roupa enquanto eu não estiver vestindo-a. Isso pode ser solucionado tendo mais uma redoma só pra armazenar a roupa. Assim talvez eu esteja segura. O maridão diz: “Acho que você está subestimando as baratas”.
A gente brigou hoje, bem antes disso, porque ele foi um estúpido o dia inteiro, só reclamando de tudo. Mas nesses momentos difíceis não posso expressar o quanto ele é importante na minha vida. Eu até disse pra ele:
- São momentos assim que você mostra ter alguma utilidade e eu desisto de te expulsar de casa.
- Eu não me trataria assim se fosse você.
- As baratas me fazem manter você. E também a gatinha que nunca está por perto quando se precisa dela. A Blanche pediu pra eu ficar com você porque no fundo você é um cara legal. Palavras dela, não minhas.
- Engraçado. Quando eu falei pra ela de te expulsar de casa ela não fez nenhuma objeção.
- Ha! Você me expulsar de casa! Você e mais quem?
- Eu e mais duas baratas.
- Ah.
- A Blanchinha até pediu: “Posso assistir? Prometo não atrapalhar”.
Minha vida está muito complicada.




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