Chicago fica perto de Detroit, a menos de seis horas de ônibus, e é a terceira ou segunda maior cidade americana (há controvérsias sobre o tamanho de Los Angeles). Ao contrário de Detroit, Chicago tem uma reputação esplendorosa, e é realmente uma cidade bonita. Fui lá por cinco dias acompanhar o maridão num torneio de xadrez. E o bom de uma cidade grande é que sempre tem coisas acontecendo. Havia um Festival Internacional de Cinema, e o Anthony Hopkins estava lá. Além dos filmes, vi também “Passion Play”, uma peça de três horas e meia num teatro chique. Fui pedir informações e o guarda me disse que, chegando duas horas antes, dava pra comprar ingresso pela metade do preço. Nao sei se o jeito que ando vestida inspira as pessoas a me darem dicas de economia, mas o fato é que paguei só quinze dólares por uma superprodução. Uma peça tão luxuosa que o último dos seus muitos cenários trazia um navio cobrindo o palco inteiro – por dois minutos.
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Outras coisas que vi em Chicago:
- Na vitrine de um restaurante chinês, um bolo de casamento gigante à venda por 860 dólares. Lembrei do meu livro de cabeceira sobre como evitar situações sem chocolate. Uma das dicas: não vá a casamentos, porque eles só servem esses bolos brancos.
- A reputação de Chicago de ser chamada de “Windy City” só foi justa no primeiro dia. Aí sim foi uma ventania danada. Bateu Floripa.
- Uma velhinha muito curvada andando pela rua, gritando histericamente. Ela não parecia estar drogada ou alcoolizada, ou sequer pedindo ajuda, só berrando consigo mesma. O que consegui ouvir partiu meu coração: "Pra onde vou? Nao tenho pra onde ir!" E seguiam-se gritos que podiam ser ouvidos do outro quarteirão. Era tão "Rei Lear"...