CONSCIÊNCIA NEGRA PRESENTE
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CONSCIÊNCIA NEGRA PRESENTE


Alguns ótimos comentários tirados do post sobre a Consciência Negra:

Sou parda e aluna do 5º período de Engenharia em uma Universidade Federal e sinto na pele o que é ser a única pessoa parda de uma sala com quase 50 alunos. Única pessoa PARDA, negra eu nunca vi passar nem no bloco de Tecnologia. No início o curso, já ouvi inúmeras vezes piadinhas e perguntas direcionadas a mim sobre como foi passar na frente dos opressores (falavam fazendo aspas com as mãos) e ficado com a vaga deles sem precisar estudar nada. O curioso é que eu não passei por cotas porque terminei o ensino médio em escola particular - também era a única parda da sala. Eles acham que minha cor estaria diretamente relacionada as costas e a vagabundagem. Depois do que eu sofri no começo das aulas, sou completamente a favor. A ignorância é tanta que muitos juram que alunos cotistas não estudam na-da, só ficam de boas esperando seu nome na lista de aprovação. :( (Anônima)

Olá Lola. Se você não conhecia uma negra que cursa Medicina em uma Federal, eis-me aqui! hahaha Sim, sou a única negra da sala e sim, já sofri preconceito declarado por pelo menos 70% da sala. Por que né, como assim uma negra com cara de doméstica estudar na mesma sala que meu tesouro estuda? Absurdo! kkk Hoje eu realmente não fico chateada quando ouço ou leio algo de cunho racista, eu mostro que eles terão que aceitar sim e se reclamar terão muitos e muitos médicos negros no país. Não me importo mais porque apanhei muito, é uma vida inteira de preparação pra chegar a esse ponto que cheguei, de não ligar mais. Já estou calejada sabe? Depois que as pessoas viram que eu não "voltarei para o meu lugar", e que não estava nem aí se x ou y achavam um absurdo uma negra cursar Medicina, elas simplesmente pararam de tentar me intimidar. Algumas hoje são minhas amigas, e abraçaram a pauta negra pra si sem tomar o protagonismo. Jamais aceitarei um branco falando sobre como eu, negra, me sinto ao ser ofendida. Ele não sabe da minha dor, nem mesmo se quisesse sentir, então se não tiver nada aproveitável para falar, que ele não diminua a dor e revolta dos meus irmãos. (Anônima)

Sempre estudei em escolas públicas. Quando eu estava no ensino médio, eu era categoricamente contra a política de cotas. Acreditava que era concorrência desleal. Afinal, eu sou pobre, minha família sempre enfrentou dificuldades financeiras e o mesmo conteúdo era apresentado para mim e para os meus colegas negros.
No entanto, no curso do ensino médio, uma experiência me marcou muito. Uma professora, que estava organizando uma feira de filosofia em um dos colégios mais elitistas da cidade, nos levou para lá como público. A desigualdade era aberrante: enquanto a imensa maioria de nós, da escola pública, era parda e negra, não havia sequer um aluno negro na escola privada. O perfil era homogêneo, assustadoramente branco.
Foi nesse dia que compreendi o discurso da desigualdade. A pobreza econômica é só um dos fatores de desequilíbrio na sociedade. E enquanto a sociedade permanecer racista, exclusivista, arcaica e colonialista, sendo a cor da pele de uma pessoa o motivo para que seja alvo de mais ou menos desigualdades que outra pessoa de cor diferente, as ações afirmativas são, sim, medidas urgentes de justiça. (Anônimo)

Sou negro e era um que repetia o que alguns amigos brancos falavam no fundo, com a intenção de ser aceito por eles; repudiava as cotas, dizia que uma vez deixado de falar sobre racismo, ele desapareceria, entre outras pérolas. Quando acordei para vida e vi o que estava falando, mudei muita coisa. Curso Farmácia em uma PUC. E de todos os comentários racistas que já ouvi na minha vida e olha que foram muitos, o pior pra mim foi de um colega de classe reclamando muito sobre as cotas e xingando os negros de uma forma geral, ao ver que eu reclamei do seu comentário escroto, ele disse "relaxa cara, você não é negro, tu é pardo e tem grana pra bancar seus estudos, menos mal. Tô falando dos vitimistas que ficam atrás de cotas mesmo, eles merecem se foder muito." 
Tem como não sentir vontade de quebrar a cara do sujeito? Até hoje não sei dizer o que é mais absurdo: ele achar que um pardo seria melhor do que um negro e me tirar do "grupo ruim" porque aos olhos dele sou pardo, um homem branco saber e opinar se é vitimismo ou não o que as pessoas negras sentem, ou ele achar que beleza se tu for negro mas tenha grana pra bancar seus estudos. Essa foi demais pra mim, depois disso nunca mais falei com o retardado racista (redundante, eu sei). (Anônimo)




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