CRÍTICA: GIGOLÔ EUROPEU POR ACIDENTE / Só por acidente mesmo
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CRÍTICA: GIGOLÔ EUROPEU POR ACIDENTE / Só por acidente mesmo


Aqui tá passando “Harry Potter”, “Harry Potter”, e já mencionei “Harry Potter”? Também tá passando o ótimo “O Jardineiro Fiel”, recomendo pra todo mundo. E “O Galinho Chicken Little”, que imagino que deve ser fantástico, mas pra criança de seis anos, e eu já passei dos trinta (e como passei!). Daí sobrou “Gigolô Europeu por Acidente”, e lá fui eu, munida de muita coragem, manter minha ida semanal ao cinema. Gente, nem sei o que dizer. Só que arrastei o maridão até a sessão, porque mesmo que a gente não seja casada legalmente, levo o negócio de “na alegria e na tristeza” a sério. Lá pelo meio fiz o meu melhor olhar de cachorrinho pidão pra implorar perdão, e ele: “Não fala comigo!”. “Gigolô” causa essas reações. É o tipo de filme que merece o Troféu Cocô de Hamster Gigante (inspirado em “Professor Aloprado 2”, detentor vitalício da honraria, onde um hamster grandalhão dispara fezes contra seus inimigos).

Olha, eu até me divirto com comédias acéfalas. Adorei “Corra que a Polícia Vem Aí” 1 e 2. Mas há comédias que são estúpidas demais. Quero que elas morram. Não consigo nem adivinhar qual é o público pra isso. Por exemplo, li que existe um “Gigolô por Acidente” de 99, que rendeu cem milhões de dólares. Eu não vi porque, suponho, naquela época devia estar passando qualquer outro filme que fui ver no lugar. Se isso é pra garotos de doze ou treze aninhos, por que “Gigolô” é proibido pra menores de 16 (tanto aqui quanto nos EUA)? Quem sobra pra prestigiar essas babas? E por que o personagem-título se diz gigolô, se ele não come ninguém? Aliás, não acredito muito que montes de mulheres realmente contratem prostitutos. Meu palpite é que um cara que dependa de mulher pagante pra comer passa fome. Isso ficou dúbio de propósito. Enfim, vamos ao indefectível resumo da trama. O Rob Schneider, que eu mal e mal sei quem é, vai pra Europa ajudar um amigo cafetão dele. Há um assassino de prostitutos à solta. No meio do caminho sobra tempo pra inúmeros chistes tratando de tamanho de pênis, incluindo a máxima do tamanho dos asiáticos, e outras piadinhas baseadas em preconceitos contra gays e negros. É o humor de uma nota só a que o “Casseta e Planeta” chegou, só que bem mais grosseiro. Comecei a promover uma competição da Piada Mais Nojenta na minha cabeça, e deu empate técnico entre a da moça que tem um buraco na garganta, daí ela bebe vinho, e o vinho esguicha pelo buraco, e a da mulher que tem um pênis como nariz, e aí ela espirra, e aí seus, glupt, líquidos vão parar na sopa de um cara, aí, hã, preciso mesmo falar sobre isso? Chega uma hora em que essas duas pérolas do humor sofisticado se juntam. Não sei se você consegue imaginar como, sabe, buraco, pênis, esses roteiristas são um gênios.

Também fiz um outro torneio mental pra eleger a Piada Mais Sem Graça, mas isso foi duro. São tantas. Todas, por sinal. Uma das mais terríveis é quando o michê ouve sua amada dizer que trabalha num set de filme pornô, e ele vai atrás, só pra descobrir que ela trabalha lá, mas não é atriz, sacou? A piada não funciona porque a gente sabe que pro herói se apaixonar, só mesmo sendo por uma santa que tenha um coração do tamanho do mundo pra aceitar um débil mental como namorado.

No fundo, esses troços que falam tanto de sexo são muito moralistas. A mentalidade é a mesma de qualquer “Sexta-Feira 13” da vida: Transou? Usou drogas? Morreu! Bem-feito!

Bom, acho que já apresentei alguns motivos pra você não ver a comédia. Essa parte foi fácil. Agora vou fazer o impossível: dizer por que você deve correr ao cinema pra ver uma joça dessas. Primeiro, é a única produção hollywoodiana a ser rodada na Holanda. Sim, eu sei, se eu fosse Amsterdã, eu processava o estúdio. Segundo, você pode ser fã número um do Rob Schneider. Número um mesmo, porque duvido que haja outro. O Rob veio ao Brasil divulgar a coisa e, sei lá, de repente você acha que alguém que faz esse sacrifício imenso de ficar num hotel cinco estrelas em Ipanema tomando caipirinha enquanto bate papo com jornalista merece ter seu filme assistido. É um argumento. Terceiro, alguém diz “Amo o presidente Bush. Adoro americanos. Obrigado por levar democracia ao Iraque” e é jogado no rio. Quarto, a mensagem no final até que não é tão grotesca: que as mulheres preferem sujeitos que conversem com elas que necessariamente com grandes negócios. Tamanho não é documento etc. É um recado tão inédito e eficaz que convenceu um dos personagens do filme a entregar seu pepino. Não entendeu? Também não tenho que explicar tudo, né?





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