CRÍTICA: LEGALMENTE LOIRA / Vamos processar as loiras?
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CRÍTICA: LEGALMENTE LOIRA / Vamos processar as loiras?


Mantenho-me distante de “Harry Potter”, mas meu empenho vai perdendo força ao ouvir que surgirá nas telonas a próxima produção da Xuxa. Além disso, sinto que alguém que não vai assistir “H.P.”, mas, em compensação, prestigia “Legalmente Loira”, não tem moral para insistir em boicote. Portanto, esta talvez seja minha última semana de “Pedra Filosofal? O que é isso?! Um novo tipo de sabão de coco?”.

Ok, antes de malhar “Legalmente Loira”, quero esclarecer que nada tenho contra loiras, naturais ou oxigenadas. Também não tenho nada a favor. Acho ridículo discriminar quem quer que seja pela cor do cabelo ou da pele. Conheço várias pessoas loiras que são inteligentíssimas. Bem, não são exatamente pessoas... Estava pensando mais no meu gato amarelo. E há o maridão que, se não fosse calvo, seria praticamente fulvo. Logo, é irrefutável que sou alguém sem preconceitos.

Dito isto, ainda bem que sou morena! Sim, porque se esta comédia acéfala destina-se ao público-alvo flavo, isto realmente depõe contra as loiras. A trama é a seguinte: uma moça rica e desocupada, que vive no campus de uma faculdade californiana, numa irmandade que bem poderia se chamar The Doors (As Portas), com dúzias de garotas como ela (serão clones? Admirável mundo novo!), prepara-se para tornar-se noiva de um rapaz parecido com o Bush quando jovem, descontando o alcoolismo e a mirada debilóide do atual presidente. Na hora h, o sujeito desmancha o namoro, afirmando que tem uma reputação a zelar, e que um futuro político como ele se casa com Jackies, não com Marilyns. A loira fica jururu e decide estudar Direito em Harvard, para provar ao carinha que tem algo mais entre as orelhas do que só cabelo. Claro que ela é aceita na prestigiada universidade, claro que ela enfrentará as piadinhas dos colegas, claro que ela não mudará o seu jeito de ser em um centímetro, e claro que no fim ela triunfará, porque, como todos sabemos, o bem sempre triunfa. Aprendemos isso no cinema.

Olha, isso tudo é lindo e confortante e traz lágrimas aos meus olhos, mas “Legalmente Burra” faz Direito parecer algo fácil demais de aprender. Nossa Barbie devora livros constitucionais enquanto pinta as unhas ou se exercita na bicicleta. Sua mente é uma esponja – ela capta todas as letrinhas miúdas. Mas seu vocabulário não muda. Ela continua iniciando cada frase com “tipo assim”. Eu não entendo bulhufas de leis, mas sinto-me uma autoridade em Código Penal se comparada à protagonista do filme. Apesar disso, ela é vista como brilhante. Quiçá seu penteado reluzente tenha ofuscado uma opinião mais consciente dos outros personagens.

Agora, responda rápido. Aliás, pode pensar à vontade. Reflita: você está sendo acusado de assassinato e corre o risco de pegar prisão perpétua ou pena de morte. Você gostaria de ser representado por uma advogada que se preocupa mais com o modelito que vai desfilar no tribunal do que com a sua defesa? Imagina se ela perde e você recebe serviços forçados como punição. Imagine se os tais serviços incluam ver filmecos como este mais de uma vez. Honestamente, acho as loiras umas gracinhas, e rezo pra que a Xuxa vire a Hebe quando crescer, mas se eu tivesse um tumor no cérebro e precisasse optar por um neurologista, preferiria ser operada por alguém que não gaste três horas diárias no cabeleireiro. Não sei quanto a você.

No final desta comédia 100% sem graça, aparece uma sucessão de atores em close, todos com olhar meio esbugalhado. Nossa Vênus Platinada, então, nem se fala. Ela é interpretada por Reese Witherspoon, que já esteve em pelo menos um filme bom (“Eleição”). Certo, ignore o “pelo menos”. Se eu fosse preconceituosa de verdade, diria que “Legalmente Porta” foi dirigido por uma loira. Como não sou, fico por aqui clamando por uma nova lei – uma que regulamente a ilegalidade de se realizar um cinemão tão demente como este.





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