CRÍTICA: MAIS DO QUE VOCÊ IMAGINA / Atrizes, não envelheçam
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CRÍTICA: MAIS DO QUE VOCÊ IMAGINA / Atrizes, não envelheçam


- Só dói quando eu rio.

Desta vez devo parabenizar os produtores americanos que mandaram Mais do que Você Imagina direto pro dvd. Melhor que isso, só se o filme (com dois títulos em inglês, um pior que o outro: Homeland Security e My Mom's New Boyfriend) não tivesse sido feito. Mas, como somos quintal dos EUA, esses mesmos produtores pensaram: “Quem sabe dá pra descolar uma graninha nos cinemas de outros mercados, que exibem qualquer porcaria nossa?”. E taí, o filme veio parar em Joinville. De memória, tá entre os três piores de 2008 que vi no cinema. Os outros dois são Speed Racer e Meu Nome é Drillbit Taylor.

Com Mais do que eu não fiz como em Speed Racer - largar a sessão no meio -, mas admito que dormi um pouco em alguns momentos. Ainda assim, entendi a história todinha: o Colin Hanks, fiho do Tom na vida real, é um agente do FBI que volta pra casa (pra quê? Tá, isso eu não entendi) e encontra sua mãe, Meg Ryan, magra e incendiando corações. E passa a hora e meia do filmeco com ciúmes, o que só piora quando ela se envolve com o Antonio Banderas, um ladrão de obras de arte. Como você pode ver por este resumo, a Meg não é a protagonista. Esta honra cabe ao Colin (que eu nem notei que já havia trabalhado antes, mas ele tem trinta anos e esteve na série The O.C., em King Kong e em Sem Vestígios). A Meg começa a trama num fat suit (como a Gwyneth Paltrow em O Amor é Cego e o Eddie Murphy em praticamente toda a sua obra) como uma mulher gorda, desleixada e infeliz. Quando um desconhecido lhe dá esmola, ela vê que precisa emagrecer. E em Hollywood isso é fácil, ué, basta deixar o fat suit de lado. Quase como trocar de camisa. Durante o resto do filme, todos os personagens vão dizer como ela é linda, gostosa, e deslumbrante. Não tô exagerando. Não entra um coajuvante novo sem dizer: “Uau, quem é essa mulher maravilhosa?!”. Deve estar no contrato da Meg, não sei: “Só faço filme em que não se passe mais de dois minutos sem que alguém diga como sou divina”. E a gente, como espectadora, começa a se sentir como se estivesse num universo paralelo, pois tudo que consegue pensar é: o que é isso nos lábios dela, tadinha? Por que estão tão inchados? Ela bateu numa porta? Tão planejando refilmar Howard, o Pato? A Meg tá querendo fazer o próximo Coringa?

Não, olha, sei que tô sendo um pouco sacana, mas fiquei morrendo de pena dela. Só porque ela tem 46 anos, precisa fazer isso com seu rosto? O que aconteceu com aquilo de “envelhecer graciosamente”? Sei que Hollywood é injusta e que, se já é difícil bons papéis pra atrizes, pra atrizes mais velhas é praticamente impossível. Mas é triste ver a Meg fazendo essa transição de “menina bonitinha” pra “mãe de um adulto” num filme tão tenebroso, e com aquilo nos lábios. De cabeça, lembro que também tiveram seus lábios exageradamente retocados a Nicole Kidman, Melanie Griffith e Goldie Hawn. Por que a Meg não olhou pra elas e decidiu: “Não quero ficar assim”? Por que alguém não a avisou que é duro uma atriz se expressar com uma bocona daquelas, e que todo mundo só vai falar de seus lábios daqui pra frente (e não de maneira elogiosa)? Imagino que todas as atrizes de Hollywood façam plástica, e imagino que comecem cedo, e que sejam várias idas ao cirurgião ao longo da vida. Ossos do ofício. Mas uma plástica que chama tanto a atenção pra si mesma não deve ser algo bom. Ah, as sobrancelhas da Meg também estão pra lá de esquisitas. Quer dizer, pô, compare com o Banderas, que é um ano mais novo que a Meg. Por que homem pode passar dos 45 sem virar pato? Ele tá casado com a Melanie (foto) desde 96. Li uma declaração dele de que proibiu a mulher de fazer outra plástica. “Esse desejo pela beleza tem que parar”, ele disse. Só que pra ele ainda chove uma ampla oferta de bons papéis, enquanto pras loiras supracitadas...

Bom, não que o papel do Banderas valha um dólar furado em Mais do que Você Imagina. Todos estão tão mal que é até constrangedor. Mantenha distância, tá? Inclusive do dvd, quando sair. E eu nem entendi a que se refere o título em português. Mais do que você imagina o quê? Tão falando da quantidade de colágeno nos lábios da Meg?- Só me acordem quando este pesadelo terminar, por favor.





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