CRÍTICA: RESIDENT EVIL / A volta dos mortos-vivos
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CRÍTICA: RESIDENT EVIL / A volta dos mortos-vivos


"Resident Evil" é mais um filme baseado num videogame, e não pense que acho isso ruim. Pelo contrário, é uma chance da criançada largar o joystick, sair da frente da tela do computador e ir ao cinema prestigiar uma aventura edificante, com conteúdo, cheia de moral. Tá, ironia de lado, não entendo por que teimam em não traduzir o título. Devem pensar que no Brasil todo mundo domina o inglês. É até possível, um país de primeiro mundo como o nosso, mas quando falei pro bilheteiro o nome da película, ele quase respondeu "é a sua". Basta comparecer na locadora pra notar que o pessoal continua usando "Xereque" pra pedir "Shrek". Dá dois dias e "Resident Evil" estará sendo chamado de "Presidente Elvis", ou algo assim.

Só pra garantir, a galera colocou um subtítulo, "O Hóspede Maldito", que eu apelidei de "Meu Cunhado Aqui em Casa". Tem um slogan também: "Sobreviva ao terror". Eu sobrevivi. Quer dizer, mais ou menos. A vantagem é que o filme já começa a cem por hora. Numa corporação misteriosa, um vírus é solto. O computador central decide matar todo mundo. Essa parte é massa. Tem cena de decapitação via elevador e tudo. Mas, de repente, a ação pára pra se concentrar numa mulher nua que logo põe um mini-vestido e é levada por uma força de combate pra dentro da colméia pra desligar o computador malvado. É isso, né? Esqueci alguma coisa? Posso estar confusa.

Como o filme é um videogame, surgem os tradicionais vilões de videogame. Uau! Os funcionários não morreram?! Viraram mortos-vivos? Não olhe agora, mas tem uma gangue de dobermans demoníacos atrás de você! E, opa, o que é esse cruzamento entre o monstro de "Alien" e a língua do vocalista do Kiss? Tem tudo isso e muito mais em "Recipiente Ih! Viu", menos uma história bem contada. No entanto, os meninos que brincam de joguinhos eletrônicos devem adorar ver mulheres disparando bazucas, então o herói que sobrevive mais tempo é a Milla Jovovich. Milla é a margarina que veio do milho, Milla. Ela já esteve em "Joana D'Arc" e "O Quinto Elemento". Uma gracinha, a Milla, apesar de ser meio dentuça e de ter pinta de quem pula todas as refeições. Graças aos dentões e ao vestidinho vermelho, fiquei lembrando da Mônica portando uma metralhadora. Os mortos-vivos estão famintos e desejam carne humana, mas ninguém come a Milla – no bom sentido, claro. Sabe por quê? Porque os zumbis querem carne, e a Milla é só osso. E quem gosta de osso é cachorro, certo? A cena mais divertida, inclusive, ocorre quando a Milla foge de um doberman e se tranca em outro recinto, só pra se virar e encontrar uns dez cães babando por ela. Ela mata todos. Não gosto quando chutam cachorro, nem que seja cachorro-morto-vivo. Por isso, costumo ficar até o fim dos créditos, pro desespero do projecionista. Exijo ver aquele aviso de que "nenhum animal foi machucado durante as filmagens". E, aleluia, o aviso sempre aparece. Bom, em "Magnólia" não tinha aviso algum. Há uma chuva de sapos e não tem aviso?! Até hoje tenho pesadelos com os sapinhos sendo jogados vivos dos prédios, chuif.

E sou só eu ou ninguém mais tem medo de morto-vivo? Eles comem gente, mas são meio lerdos, chegam com os braços esticados, dá pro candidato à refeição dar a volta no quarteirão antes d'eles darem o segundo passo. Sei lá, o monstrinho à la "Alien" é aterrorizante, mas os zumbis... Pode ser que minha convivência com o maridão tenha me tornado imune a essas pragas. Ah, por falar no dito-cujo, a Michelle Rodriguez (de "Velozes e Furiosos") tá em "Incipiente". Ela interpreta a soldada machona, o que levou o maridão a perguntar: "Quem é ela? O que ela tá fazendo no filme? Alguém faltou?". Sacanagem dele com a moça que usa o branco dos olhos como método de interpretação. O bom é que ela não precisa fazer o mínimo esforço pra mudar de humana pra zumbi.

Resumindo, a trama de "Reincidente" se passa na Cidade Guaxinim, na corporação Guarda-Chuva, e tem a Mônica como protagonista. Uma história infantil, decerto. Programão pra crianças.





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