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DIÁRIO DOS MORTOS / Anotações
Vale a pena salvar a gente? Realmente, é uma boa pergunta.
Como quem tá segurando a câmera de mão é um estudante de cinema, a filmagem é muito superior à de “Cloverfield”. Não é mais o maridão, entende? É quase um profissional. Ele tem até que recarregar a bateria de vez em quando!
Agora, como pode um estudante de cinema conhecer filmes de terror, criticar os clichês em que uma moça bonita é sempre perseguida por um maníaco e vai perdendo peças de roupa pelo caminho, e não pronunciar a palavra “zumbi” uma única vez? Tá tendo uma epidemia, um morde o outro, os mortos não morrem e andam daquele jeito molenga, e ninguém da turma de cinema olha pra tela e diz: “Olha, igualzinho aos filmes de zumbi que a gente vê toda semana!”. A gente começa a entender por que eles se identificam com as múmias.
Falta coordenação motora aos zumbis. E eles voltam a ser lerdos, como todos do George Romero (não mais os papaléguas de “Extermínio”). Como eu disse em uma crítica, “dá pro candidato à refeição dar uma volta no quarteirão antes do morto-vivo chegar perto”.
O começo é bastante racista, porque toda a equipe é branca, e os primeiros zumbis são negros e imigrantes!
Interessante que as emissoras consagradas acabam, e proliferam-se os blogs, vídeos caseiros, filmagens de câmera de celular. Quer dizer que pro meu bloguinho fazer sucesso, só com o fim do mundo? E eu já disse isso em outra crítica, mas se o mundo acabar, eu ainda preciso escrever minha tese de doutorado?
Não tem vários dos clichês. As mulheres (duas) têm muito mais recursos que o normal. E um dos personagens não vai sacrificar sua existência inútil pra salvar o grupo.
Também não põe medo, não. Parece quase um documentário.
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