CRÍTICA: VANILLA SKY / Céu de brigadeiro
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CRÍTICA: VANILLA SKY / Céu de brigadeiro


Ao sair da sala após ver “Vanilla Sky”, alguém me indagou o que achei. Ainda em transe, respondi: “Achei lindo! Ah, você tá perguntando do filme? Eu tava falando do Tom Cruise”. Ouvi várias opiniões na saída – “Muito palha”, “Não entendi ”, “Nada a ver” e até um “Égua!”, típico linguajar joinvilense, mas dito de maneira pejorativa. O maridão, inclusive, afirmou que, perto deste, “’De Olhos Bem Fechados’ tinha um roteiro consistente”. É evidente que respeito estes comentários, mas eles foram proferidos por pessoas que não entraram no espírito da coisa, no tom do filme. No Tom, sacou? O Tom é divino, e ele está em quase todos os enquadramentos desta película. Eu me senti no céu. Não de baunilha, como promete o título original, mas de brigadeiro.

É verdade que o filme cai quando a Penélope Cruz aparece. E é verdade que ela está na maioria das cenas. Aliás, peço que não pronunciem este nome na minha frente. Creio que ela é o único motivo pelo qual o Tom, ao se separar da Nicole, não veio direto pros meus braços. Mas sou paciente. Eu espero. Então, o Cruzeiro, aqui, faz um milionário que dorme com a Cameron Diaz mas se apaixona pela Cruz. Ou seja, praticamente um retardado. A Cameron não gosta, o que é compreensível, diz pro Tom que “felicidade pra mim é estar com você” (só pra ela?), e se suicida, levando o Maravilhoso junto. Só que ele não morre. Fica com o rosto desfigurado e, ao contrário do que reza a cartilha hollywoodiana, não se torna uma pessoa mais humana por causa disso. Ele usa máscara e bate papo com o psicólogo Kurt Russell que, convenhamos, também dá um bom caldinho. Este é só o ponto de partida. Tudo vai se complicando até chegar num final tu-ru-ru-ru tu-ru-ru-ru (é a trilha de “No Limite da Realidade”, ó gente sem ouvido musical!), misturado com “Vingador do Futuro”. Particularmente, achei a melhor parte do filme, talvez porque nela não haja nem sombra daquela espanhola baixinha.

Se alguém não entender o final, mande um email que eu explico. Mas não vou entregar o fim da história aqui, né? Acho que, pra compreender “Céu de Brigadeiro”, tem que ser uma verdadeira fã do Tom. Os closes do Cruzeiro compensam qualquer furo de roteiro. Serei honesta: o Tom é o homem mais bonito que conheço. O Tom de máscara é o homem mais bonito que conheço. O Tom com o rosto deformado é ainda mais bonito que quase todos os homens que conheço. O maridão não aprovou esta ladainha e partiu pra provocação: “Quem é mais bonito com o rosto desfigurado, o Tom ou o Mel Gibson (em “O Homem Sem Face”)?” Eu rapidamente saí em defesa da minha paixão: “O Tom, porque... Epa! Peraí! Não quero entrar neste tipo de discussão doentia!”

Estou aberta a divagações como “qual a importância de se refilmar uma produção de quatro anos atrás?”. De fato. Refilmar algo só porque o original não era falado em inglês é algo bem esquizo. Mas aí eu quero saber: o original tinha o Tom? Não. Tinha a Cruz, pra piorar a situação. Se o Tom não tivesse produzido “Céu”, nunca veríamos o original mesmo. Ou você acha que filme de diretor chileno passa em Joinville e no resto do Brasil? Aceito outras críticas ao “Baunilhão”. Há partes no meio que são tão interessantes quanto um amigo bêbado pegando no pé. Inclusive, tem amigo bêbado no pedaço. E ainda tem aquela chata com sotaque carregado beijando o Tom a todo instante, yuck. Mas a Cameron está bem no quesito “Atração Fatal”. E, no final, um cara pergunta pro Tom “o que é felicidade pra você?” e juro por tudo que é sagrado que ele fita a câmera e olha bem dentro dos meus olhos. Tom, me liga. Não me importo se você for mais baixinho que aparenta, pois não gastaremos muito tempo em pé. Esqueça aquela magricela, Tom.

Aham! Voltando pra terminar, confesso que, quando adolescente, não gostei de “Negócios Arriscados”, aquele filme de 83 que começava com o Tom rebolando de cueca. Sim, eu pequei. Mas hoje tenho a mente aberta aos prazeres do corpo. Evoluí. Entendi que cinema é a maior diversão. Se o Tom rebolasse em “Céu”, eu teria gostado ainda mais do filme. Afinal, felicidade é o Tom sem a Nicole e sem aquela Cruz pra carregar, disponível só pra mim.





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