CRÍTICA: X-MEN ORIGENS WOLVERINE / Facas Ginzu com costeletas
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CRÍTICA: X-MEN ORIGENS WOLVERINE / Facas Ginzu com costeletas


A primeira faz tchun, a segunda faz tchan, e tchan tchan tchan tchan...

Preguiça de falar de X-Men Origens: Wolverine. Não porque seja a aventura mais detestável do mundo, porque não é. É só que ela está se esvaindo da minha mente a passos rápidos. E a preguiça do filme me contagia. Bom, pra começar, eu gosto de saber das origens dos super-heróis. Adoro quando o Peter Parker descobre que é uma aranha, como ele equilibra as bandejas na cantina. Seria legal ter mais disso em Wolverine. O problema é que o Wolve não tem super poderes espetaculares, lamento. Na infância, ele passa boa parte do tempo doente. Quando descobre seu dom, é só pra matar alguém que não merecia ser assassinado. Ele e seu irmão psicopata têm super poderes de destruição e de imunidade apenas. Podem destruir à vontade sem serem destruídos. E tudo bem, o Wolve talvez possa fatiar uma picanha melhor do que ninguém. Mas as facas Ginzu também fazem isso, e sem o pêlo facial que vem junto. Desculpe se estou reduzindo o Wolve, mas pra mim ele é pouco mais que uma faca Ginzu com costeletas.
Quer dizer, tudo bem que ele habita o corpo do Hugh Jackman, e isso vale pontos. Mas o Hugh tá meio bombado demais pro meu gosto. Peitoril imenso, bem maior que das mulheres com quem contracena. Um pouco Victor Mature (tá, essa ninguém vai lembrar). Talvez quem se saia um tiquinho melhor seja quem faz o irmão dele, o Liev Schreiber. Ele é feio mas fala bem as one-liners. Sabe, as frases curtinhas dedicadas ao vilão piadista? Algumas são o mais próximo que se pode ter de memorável num filme que não tem nada que me fará lembrar dele daqui a uma semana. Por exemplo, “Faz cócegas” e “Você é previsível”. Mais pra frente o cara se transformará no Dente de Sabre. Só pra tumultuar a vida de quem nunca sabe se é Sagre ou Sabre. Inferno. Adorei também o que uma mulher fala pra um dos vilões no final. Não posso dizer quem fala pra quem, mas posso dizer o que é: “Ande até seus pés sangrarem. E aí continue andando”. Puxa, isso é bem melhor do que “Vá ver se estou na esquina”. Vou adotar de agora em diante. Cadê meus trololós? Mas minha frase favorita mesmo é quando o Danny Huston diz pro Wolve “Seu país precisa de você”, e o lobudo responde: “Sou canadense” (sabem quem é o Danny, né? Irmão da Anjelica, filho do grande John. O cara tá em todas ultimamente. E eu gosto).
E ainda por cima a única moça do filme tem um super-poder que eu adoraria ter. Não posso falar muito pra não entregar toda a trama. Mas gente, esse poder dela é o sonho de consumo de toda esposa de um marido teimoso. Outro poder que eu fiquei urubuzando é o olhar fulminante do Scott, que mais tarde virará o Cíclope. Eu queria poder lançar um olhar pro pernilongo posando na parede. Eu dirijo meu olhar pro pernilongo e shhshh... Cheiro de pernilongo frito caindo no chão. Mas eu queria poupar a parede, de preferência. Os outros super poderes, sei não. Na realidade, acho que um monte deles imitam gatos. Garras retráteis? Presente. Pular alto? Presente. Desaparecer e se materializar num outro lugar, num piscar de olhos? É tudo que um gato faz nas raras horas em que está acordado. E não venham me dizer que Wolverine vem de lobo. Chama-se Wolve como podia se chamar qualquer outra coisa. Se a namorada tivesse falado pra ele sobre uma velha lenda indígena em que Chuchupaku era, sei lá, Ursinho Carinhoso em inglês, a gente veria o Hugh com um nome que combina mais com ele.
Achei os efeitos especiais cheesy, nada convincentes. Sério que isso custou 150 milhões de dólares? Ô coisa mal-feita! Principalmente quando o Wolve ainda tem garras feitas de osso. Quando ele evolui pra aço inox melhora bastante. Mas se o Wolve for até a sua casa e pedir pra usar o banheiro, não deixe! É estrago na certa. (Aliás, sei que seria difícil recusar um Hugh Jackman nu no seu celeiro, mas vai por mim: não vale a pena. Ele pode até ser um bom lobinho, mas tem inimigos malvados).
Um dos malvados, se é que eu entendi direito, é um boxeador que se chama Blob. Colocaram aquela cena do gordo só pra poder fazer piada de gordo, pra remeter o pessoal aos bons tempos de escola, onde o passatempo favorito era encontrar novos apelidos ofensivos pra atazanar o gordinho da turma. Como recordar é viver, põem o Wolve pra zoar do gordo. O pior é que não tem nada a ver com o personagem dele até então. Wolve é um cara sério, que não faz muita piadinha. Mas o gordo desperta o melhor em todos nós, não é mesmo?
Tem também um super que é um gênio. Senão, vejamos: o carinha odeia mutantes maldosos que o levaram pra uma ilha pra realizarem experiências com ele. Wolve está a uma garrinha de degolar um desses vilões. Aí surge o gênio pra lutar contra o Wolve, não contra o malvado. Ahn, vai que o gênio não tenha ido com a cara barbuda do Wolve. Não dava pra esperar que ele acabasse com o vilão pra depois disputar território com o lobo bom?
E lembram como eu falava que um bilionário mulherengo que cria armas de guerra não pode ser nunca um herói no meu livro? Então. Um cara que vive de derrubar árvores com serra elétrica tá no mesmo barco pra mim. No entanto, é como ouvi uma moça argumentar a favor de Wolverine: “Dois homens sem camisa se arranhando? Um ingresso, por favor”. Enfim. O filme pode ser legal se você queria ver transposto pro cinema como Wolve conseguiu sua jaqueta. Agora, se você, como eu, nem sabia que ele usava jaqueta, deve ter algo melhor passando no cinema. Putz, pior é que não tem!




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