DEPOIS DO TERREMOTO
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DEPOIS DO TERREMOTO


Olá, pessoas queridas. Gostaria de dar um retorno a vocês sobre tudo que aconteceu nesses últimos dias (venho falando disso incessantemente no meu Twitter, mas são meios diferentes). 
Terça, dia 3, eu realmente fiquei pra baixo com a repercussão adquirida pelo site de ódio que Marcelo Mello criou em meu nome. E me senti sozinha, isolada, desamparada. Mas eu sou forte e, graças ao apoio de vocês, fiquei mais forte ainda. Recebi milhares de tuítes de apoio (vários com a tag #ForçaLola), dezenas de emails, e mais de 430 comentários, quase todos muito carinhosos (deixei algumas ameaças lá pra vocês verem). SUPER OBRIGADA, gente!
Só um exemplo entre os inúmeros comentários lindos deixados aqui
Os coletivos feministas certamente demoraram para se posicionar, mas o apoio veio também. Como não estou no Facebook, dependi de pessoas me enviarem links e prints do que rolou por lá. E sei que o #ForçaLola (com cedilha, por favor!) por lá foi enorme também.
Depois que a Ouvidoria da UFC (cumprindo seu papel, eu sei) recebeu denúncias por causa do site falso e me pediu explicações -- que eu dei, inclusive enviando o boletim de ocorrência que eu havia feito em 8/11, logo após o site de ódio ser lançado --, o Centro de Humanidades da UFC divulgou nota de apoio a mim.
Clique para ampliar.
Na última vez que estive na UFC, na tarde de quinta (passei o dia inteiro de sexta indo e voltando de BH, para uma palestra que já estava marcada), recebi vários abraços queridos de alunxs e professorxs. Eu me senti bem acolhida. 
Sexta na UFMG
O reitor também está indignado e iremos nos encontrar esta semana para tomar providências.
Sim, estou em contato com ativistas e advogadas e vamos colocar o Ministério Público para nos ajudar. Vou até o fim. Vou processar vários desses seres que articulam ataques orquestrados a feministas.
Obrigada a minha querida colega e amiga Andréia!
Muitos veículos da grande mídia me chamaram (e continuam chamando) para dar entrevistas. Agradeço a todos. Destaco alguns (tem entrevistas que dou e que nunca fico sabendo onde ou se saíram, porque o pessoal não me dá retorno):
“Site que prega discurso de ódio é criado em nome de Lola Aronovich”. Revista Fórum, 3/11.
Publicado hoje na Folha,
seção "O que elas disseram"
“Site que oferecia abortivo em nome de professora da UFC é falso”. O Povo. Fortaleza, 4/11.
"Uma mulher tem sofrido ameaças por causa de um site fake e ninguém faz nada. O que está acontecendo com a gente?" Por Carol Patrocínio, 4/11.
“Blogueira feminista denuncia campanha de difamação na internet”. UOL Notícias. RJ, 4/11.
“Jout Jout Prazer e outras páginas feministas são retiradas do ar ou parodiadas na web.” Marie Claire, 4/11.
“Recebo ameaças de estupro, tortura e morte”, conta blogueira feminista”. Rádio CBN Noite Total com Tania Morales, 5/11.
"#Agoraéquesãoelas. Querem nos fazer chafurdar na lama do machismo". Coluna de Zélia Duncan no Globo em 6/11.
"De onde vem o câncer da internet brasileira: estupro, racismo, pedofilia, homofobia, ameaças de assassinato e difamação". Gazeta do Povo, Curitiba, 6/11.
“Calar-me não é uma opção.” Entrevista comigo na coluna de Monica Bergamo. Folha de SP, 6/11.
“'O feminismo é para todo mundo, tem que ser uma luta contra todas as opressões', diz Lola Aronovich”. Jornal O Povo. Entrevista de Amanda Araújo comigo. 7/11.
"Meu nome é Lola. E estou ameaçada de morte por ser feminista". No #Agoraéquesãoelas, no Blog do Sakamoto. UOL, 8/11.
Acho que o artigo da Gazeta foi tirado do ar, porque Marcelo e seu chan (se quiser vê-lo, você deve copiar o endereço https:// dogolachan.org/ b/ index.html, tudo junto, porque eles redirecionam para outros lugares) deram pra ameaçar o jornalista que publicou o texto. Isso é o que eles fazem -- ameaçar jornalistas e professoras.

Mascus que o digam
Ah, fui chamada para falar no Congresso Nacional, em Brasília, mês que vem, sobre violência contra a mulher e mídias sociais. E tudo isso é só uma parte.
Infelizmente, as ameaças continuam e o site de ódio no meu nome ainda está no ar. Primeiro Marcelo o removeu, não sem antes me ameaçar no meu blog de verdade:

E foi ele que o tirou, não eu, não a polícia, não a justiça. É o autor de um site de ódio hospedado na Malásia e feito para me difamar que decide se quer continuar difamando e ameaçando.
Depois Marcelo mudou de ideia e voltou com o site falso, desta vez colocando meu endereço e telefone residenciais em letra grande em todas as postagens.

Uma hora depois de publicarem isso no
chan, já estava no site falso
A última dos mascus foi inventar que o grupo Anonymous hackeou o site falso em meu nome para me ajudar, mas, no processo, descobriu que o site está codificado no nome do meu marido, "alguém com grande habilidade em redes de computadores" (ha ha, ele sabe um pouco mais do que eu, que não sei nem baixar série de TV no Torrent -- Silvinho sabe!). Ou seja, "o site é uma mentira vitimista para angariar simpatia, seguidores em redes sociais e repercussão em jornais tanto para seu proveito pessoal quanto para levar para frente sua agenda abortista".
Plano infalível do Marcelo Cebolinha Chola Mais no. 5,475
Fala pro Roger e pro Olavão que eles acreditam!
O Anonymous Brasil já desmentiu a farsa (obrigada, pessoal):
Com mais este golpe, é provável que o blog falso em meu nome volte com as postagens com meu endereço
Como acompanho o chan do Marcelo há meses, não me choco quando vejo a distorção da realidade que ele e sua meia dúzia de seguidores fazem. Em certos momentos foi até divertido vê-los narrando os acontecimentos:
"Lola não é ninguém, ninguém liga pra ela, é uma completa desconhecida, não tem onde cair morta, foi abandonada pelas feministas"
"A revista Fórum publicou um texto apoiando ela, mas a revista Fórum não é nada, só uma revista esquerdista, ninguém lê!"
Muito apoio das pessoas lindas
"Lola deu entrevista na CBN, mas essa rádio ninguém conhece, ninguém ouve! E a jornalista ri dela durante a entrevista!"
"Lola saiu na Folha. Ninguém dá uma foda pra ela!"
E, óbvio, aparece sempre a vontade insuperável de Marcelo se declarar vencedor diante de seu séquito de meia dúzia de misóginos, mesmo quando ele foi fragorosamente derrotado:

Sua intenção expressa era acabar com minha reputação através do site falso em meu nome e, se possível, fazer com que eu fosse (literalmente) linchada na rua. Não conseguiram. Eu só saí mais forte.
 

Só gente muito ignorante ou sem escrúpulos pra acreditar num Marcelo ou um chanzinho da vida. Os reaças mais famosos que os divulgam não têm coragem de se atrelar a figuras tão criminosas quanto Marcelo, que ninguém entende o que está fazendo fora da cadeia.
Homenagem do Canal das Bee
Vocês, pessoas queridas, falaram: Machistas, não passarão! E não passaram. Pelo menos por enquanto. Mas precisamos sempre continuar lutando. E lutando juntas, de preferência. Sei que é um clichê, mas é verdade: juntas somos mais fortes.




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