DUPLA TRAGÉDIA
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DUPLA TRAGÉDIA


Fiquei muito comovida com esse caso que aconteceu no Rio no sábado retrasado. Uma menina de cinco anos caiu da janela no quinto andar do prédio e morreu. Os pais foram presos em flagrante e soltos dois dias depois, para responder em liberdade e, entre outras coisas, enterrar o corpo da filha. Serão julgados por abandono de incapaz seguido de morte, cuja pena vai de quatro a doze anos de prisão.
A cada notícia que eu lia sobre o caso, mais dúvidas se formavam na minha cabeça. É impressionante como a gente tenta compreender histórias de notícias que trazem poucas (e desencontradas) referências. Por exemplo, assim que li “prédio no Rio”, pensei: família de classe média. O jornal nem explicava direito onde era esse prédio. O caso Isabella Nardoni apareceu rapidamente na minha cabeça, mas também se foi num raio (afinal, Isabella foi atirada de um prédio, enquanto essa menina do Rio, Rita, caiu. Totalmente diferente). Uma primeira notícia dizia que os pais estavam numa festa julina e deixaram Rita, sozinha, no apê. Depois eu li que a tal festa era no térreo do próprio prédio. E finalmente que não é que os pais estavam na festa, eles só foram lá buscar as outras duas filhas, mais velhas (quer dizer, mais pra frente as matérias abandonam o pai e se concentram apenas na mãe, o que é sintomático).
As câmeras do edifício filmaram tudo, e é uma tragédia. A menina, que estava na festa, com os pais, pediu para ser levada para cima, pois estava com sono. Já no apê, ela deve ter acordado pouco depois, já que há imagens de objetos caindo na portaria do prédio (mochila, edredon; numa reportagem inicial, falava-se de uma tesoura). A rede de proteção estava danificada - havia sido queimada, meses atrás, por um ferro de passar roupa. A câmera do elevador mostra a mãe chegando com a outra filha no apartamento. 38 segundos depois que a menina havia caído. Ela ficou sozinha entre 13 e 19 minutos (as fontes variam).
O que mais me chamou a atenção foi: por que o casal foi preso? Tudo bem, é a lei. Eles falharam em “abandonar” (uma palavra forte demais) a filha durante alguns minutos. Mas é também uma fatalidade, um acidente terrível, e esses pais devem estar sofrendo horrores. Serem tratados como criminosos num caso em que eles são as segundas maiores vítimas me parece cruel. E foi aí que eu comecei a rever minhas impressões. Decidi que não havia chance d'esses pais serem ricos ou sequer de classe média alta, porque, imagino, numa situação dessas pais desesperados podem até ser autuados, mas presos?! Pouco depois vi uma imagem dos pais na TV. Eles não são brancos! E, sim, são classe média baixa. O prédio fica nos subúrbios. Pode ser marcação minha, mas eu não pude parar de pensar - se eles fossem mais branquinhos e mais endinheirados, seriam presos após uma tragédia dessas?
Depois eu vi uma matéria sobre o enterro, mostrando o desespero da mãe, e só pude chorar junto. Porque não dá pra não empatizar com pais que perdem seus filhos. Ainda mais pais que vão passar o resto da sua vida se culpando por isso.
Como todo mundo tá cansado de saber, não tenho filhos. Mas isso não impede que eu pense em questões como “Com que idade pode se deixar um filho sozinho em casa?”. Sempre me parece um exagero que não se possa deixar crianças pequenas sozinhas nem por cinco minutos. Pô, cinco minutos é o tempo de ir ao banheiro! É só virar de lado pra um acidente horroroso acontecer? Mas, claro, sei perfeitamente que esses pensamentos só me vêm à mente por isso mesmo - porque não tenho filhos. Sei que, se os tivesse, a resposta óbvia seria que não dá pra deixar crianças sozinhas nunca. E que vale qualquer sacrifício pra proteger os filhos de desastres que, infelizmente, em boa parte das vezes eles mesmos causam. O número de acidentes domésticos é incrível, e o mais recorrente é uma simples queda no chão. Eu e o maridão falamos nisso de vez em quando, nisso da fragilidade da vida. Ele, mais pessimista, crê que é uma questão de pura sorte que mais acidentes não aconteçam o tempo todo. Quando eu vejo mães (são quase sempre mães) carregando seus bebês de colo no ônibus, penso como tudo é frágil. E se ela tropeça e derruba o bebê? E se alguém esbarra nela sem querer e derruba o bebê? Claro que existe a chance de nós mesmos, adultos, cairmos, bater a cabeça, e morrer, mas uma criança parece tão mais frágil.
Se eu acreditasse nessas coisas, diria que gente com filhos precisa ter um santo muito, muito forte.




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