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Eramos quatro. Lascados.
A Lola me pediu pra explicar melhor essa historia de morrer aos quatro anos, que eu cito no meu perfil. Na verdade, eu também gostaria muito de saber mais sobre essa historia. Tudo que eu sei é que minha mãe sofreu muito com seus filhinhos. Eis um pequeno resumo de alguns dos seus pesadelos de mãe.
Somos quatro: Guilherme, eu, Renato e Elis (26, 24, 22, 15 anos).
Guilherme foi o mais cruel (com ele mesmo). Um dia, ele pegou a espada do He-man (adoro essas frases) e gritando "pelos poderes de Greyskull", correu e atravessou a porta de vidro da sala. Ele tinha (em torno de) cinco anos. Ele tinha cinco anos e muito sangue. Minha mãe disse que nunca tinha visto tanto sangue na vida dela. Acredito que a visão que ela teve naquele momento do seu primogênito não foi das melhores. Não sei se pouco antes ou depois disso, o pirralho curioso prendeu a toalha na qual ele estava enrolado numa panela de leite fervente. Resultado: uma cicatriz que toma 2/3 da barriga dele até hoje.
Eu, por outro lado, não dei muito trabalho a minha mãe. A unica reclamação que ela tinha era a de que eu chorava muito. Meus apelidos eram boca da meia-lua e manteiga derretida. Alias, eu os odiava. E alias, as coisas não mudaram muito, continuo chorona. Tudo bem que uma vez eu chorei porque não consegui tirar uma meia do pé (sete anos), mas isso não é motivo pra banalizar o choro de uma criança. Eu acho. Bom, então, eu morri. Minha mãe disse que la estava eu, aos quatro anos de idade, em cima da cama, com o relogio do meu pai no braço, quando comecei a suar. Ela disse que eu suava bicas e que eu comecei a ficar palida e mole. Então ela me colocou debaixo do chuveiro. Não sei exatamente o que ela estava esperando com isso, mas não deu certo. Meus labios ficaram roxos e meu pobre coração parou de bater. Ai ela, ninja, fez massagem cardiaca e eu ressuscitei. Aposto que eu chorei depois disso.
Renato sim foi o filho-problema. Eh chamado de duas mãos esquerdas até hoje. Pensando nisso agora, vejo que minha familia não é muito criativa pra apelidos. Ele cortou a cabeça umas quinhetas vezes. Ele quebrou os quatro dentes da frente numa queda. Abriu a lingua. Socava os amigos, chutava a professora, foi pra diretoria inumeras vezes, fugiu dos meus pais num passeio. Foi o que mais quebrou objetos em casa, o que mais levou gritos e o que mais apanhou. Tudo se explica.
Elis foi a caçula que recebeu muita atenção. Ou não. Acho que, mesmo que eu morra aos 100 anos de idade, com Alzheimer, eu nunca vou esquecer desse fato: numa tarde dos anos 90, uma pessoa tocou nossa campainha à tarde: era a vizinha e ela estava com Elis nos braços. A gente não entendeu nada, pois ha dois minutos, Elis estava na sala de estar. Então a vizinha disse que viu Elis andando sozinha no meio da rua (Elis tinha menos de dois anos). Essa vizinha morava numa rua perpendicular à nossa e soh viu Elis porque seu portão era cheio de furinhos. Minha mãe pegou Elis nos braços sem palavras. Eu tremia. Quem estava "tomando conta" dela, era eu. Até hoje eu lembro disso e volto a estremecer pensando no que poderia ter acontecido se a vizinha não estivesse no seu terraço e se seu portão não fosse furado, até onde Elis iria?
Coitada da minha mãe...
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