ESQUILINHOS ARREPENDIDOS
Geral

ESQUILINHOS ARREPENDIDOS


Três ou quatro coisinhas muito boas aconteceram comigo na minha emocionante volta pra casa pro almoço. Vamos pela ordem: 1) Na entrada do elevador do prédio da faculdade, encontrei o meu querido faxineiro (esse merece um post só pra ele). Com aquela voz maravilhosa, ele, espantado com a minha roupagem de inverno - vestida como se eu estivesse indo pruma expedição no Alasca - perguntou se o tempo abaixo do equador onde eu vivo é muito diferente. Ele não elogiou meu cachecol multi-colorido, mas notei nos seus olhos que tava morrendo de vontade de comentar alguma coisa. 2) Vi um esquilinho lá fora, no jardim da biblioteca pública. Tá tudo coberto de neve, mas lá estava o esquilo, gordinho ainda por cima, o que prova que não está passando fome. O bichinho deu alguns passos, fez um túnel subterrâneo na neve, e saiu do buraco com algo parecido com uma noz. Eu, claro, fiquei lá parada, aplaudindo (e todo mundo me olhando esquisito, com pinta de “O que aquela boneca de neve tá fazendo? Parece que nunca viu um esquilo!”). Mas confesso que achei a atitude esquilística estranha também. Muitas vezes eu já joguei amendoim pra esquilos, e, quando não acerto um bem no meio da testa, eles ficam procurando a guloseima. Quase sempre tá no focinho deles, e eles não vêem. Como que um esquilo mergulha no meio da neve e acha uma noz? Deve ser um super-esquilo (tem que ser, pra sair da bat-árvore no meio do inverno). 3) Um senhor começou a falar comigo do nada. Primeiro me desejou um “Happy Valentine’s Day!” (me controlei pra não revelar que meu próprio marido, aquele traste, não me disse isso hoje), depois confidenciou que seu presente de Valentine’s pra ele mesmo será sair de Michigan, porque a economia americana tá péssima, então ele vai se mudar pra New Mexico, fronteira com o México, e fazer uns contrabandos. Muito simpático. 4) Finalmente cheguei em casa e o maridão pediu desculpas de joelhos. Aí em cima você pode ver o desenho que fez no cartão. É o esquilo com a maior cara de Rei Leão que eu já vi, mas valeu a intenção. Apesar d’o maridão dizer “Alguém pisei na bola”, implorar meu perdão e tal, disse pra ele que aquele cartão não era bem uma declaração de amor, e sim um pedido de desculpas. E pedi pra ele escrever outro, uma verdadeira declaração de amor agora, como se deve, porque amar é nunca ter que pedir perdão.




- Última CrÔnica De Detroit
Escrevi este texto na última semana de Detroit (um mês atrás), e ele ficou perdido entre milhões de arquivos. Então tá aqui, antes tarde do que nunca. Voltando da faculdade pra casa, lá pelas 7:30 da noite mas com pleno sol, passei por dois sujeitos,...

- Olhar ManÍaco De Esquilo?
Um dos exóticos leitores que chegaram aqui esta semana através do Google escreveu na sua busca "olhar maníaco esquilo". Não conheço esse olhar nos meus inocentes esquilinhos. Será este olhar maníaco a que o leitor se refere?Ou este?Ou, de repente,...

- Os Homens, Ai, Os Homens...
Um substituto à altura, pra dizer o mínimo Hoje é Valentine’s Day aqui nos EUA. Não é bem como o nosso Dia dos Namorados em 12 de junho, porque é costume dar cartões carinhosos pra amigos e amigas, não apenas pra cara-metade. Mas claro que,...

- PedaÇo Do PenÚltimo Dia Do Ano Em Detroit
Último domingo. Decidi sair um pouco porque o maridão, além de mal-humorado, monopolizava o computador. E o tempo estava bom, só um ou dois abaixo de zero. Não pense que gosto de morar num lugar onde a gente se acostuma a achar que zero grau sem...

- Amor NÃo Correspondido
Como raramente se vêem cães e gatos aqui em Detroit (eles ficam presos nas casas e quintais), uso os esquilos pra tentar saciar meu amor pelos animais. Mas esquilos não são substitutos à altura. Primeiro que são silvestres, não domesticados. Depois...



Geral








.