Faltam os visionários - TOSTÃO
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Faltam os visionários - TOSTÃO


FOLHA DE SP - 06/11

O futebol brasileiro, dentro e fora de campo, precisa de profissionais mais poéticos e menos utilitários


Hoje, o Barcelona enfrenta a retranca do Milan.

Nas duas últimas partidas, Neymar, em dois lances parecidos, colocou a bola entre as pernas de vários defensores. Fez um gol contra o Real Madrid e, contra o Espanyol, deixou Alexis Sánchez livre para marcar. Essa jogada, frequente no Santos, será mais ainda no Barcelona. Quando o time se aproxima da área, pelo meio, trocando passes, os laterais fecham para fazer a cobertura e deixam os atacantes, pelos lados, livres para receber a bola. Aí, Neymar, pela esquerda e dentro ou próximo da área, pode executar seu imenso repertório.

Dias atrás, em uma de minhas caminhadas pelo bairro Savassi, em BH, encontrei o escritor e poeta Pedro Maciel. Ele lamentava o fato de os jornalistas esportivos chamarem Neymar de garçom. Para Pedro, sem desmerecer a importante profissão de garçom, um passe tão magistral, tão insólito, merecia uma apoteose, uma homenagem poética.

Lembrei-me de uma das deliciosas crônicas de Luis Fernando Veríssimo. Ele também lamentava que muitas pessoas estavam nos lugares errados, como o primeiro homem que pisou na Lua. Para Veríssimo, deveria ser um grande poeta, para contar em versos o deslumbramento, o espanto do momento.

O futebol brasileiro, dentro e fora de campo, precisa também de profissionais mais poéticos, mais visionários e menos utilitários.

A seleção brasileira sub-17 foi novamente eliminada no Mundial. Não é isso o que mais me preocupa. É a enorme altura e força física dos jogadores, em quase todas as posições. Pior, os garotos adoram a disputa física e os lances aéreos. Jogam sem fantasia. Os grandalhões têm preferência nas categorias de base.

Será que hoje o Arsenal, time de José Trajano, um visionário, suportará o desvario do Borussia Dortmund e de sua torcida? No jogo de ida, na Inglaterra, o time alemão ganhou por 2 a 1. Bayern de Munique e Borussia, além da disciplina tática e da ótima técnica, jogam em ritmo mais alucinante que os concorrentes. A torcida do Borussia une o respeito às leis com a paixão sul-americana de torcer, cada dia menos frequente no Brasil, ainda mais nos novos estádios.

Hoje, vamos conhecer os finalistas da Copa do Brasil e se o São Paulo continuará na Copa Sul-Americana.

O São Paulo está na fase de vencer, mesmo quando joga mal. Um dos acertos de Muricy foi efetivar Maicon como titular. Ele é apenas um bom jogador, mas é um clássico armador, que atua com a cabeça em pé e que tem um bom passe. Esse tipo de jogador, que não é um típico volante nem um típico meia ofensivo, foi abandonado e criticado, durante muito tempo, no Brasil. Começa a ser redescoberto.

Pena que não vamos ver o novo Ganso, suspenso. Ele está mais vibrante, sem perder o jogo fino e bonito.




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