FÉRIAS PELO SUL DO SUL
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FÉRIAS PELO SUL DO SUL


Esta é uma crônica antiga, de 2001, que fala por si só, mas como estamos em época de férias, decidi colocar aqui pra vocês lerem. É bonitinha, e tudo 100% verdade. Já repetimos essa viagem algumas vezes, por caminhos diferentes. Espero que vocês tentem copiar.O maridão e eu pegamos o carro e fomos, sem destino, rumo ao sul. Este é um programa altamente recomendável, pois faz com que a gente se sinta livre, leve e solta, como se o mundo inteiro realmente nos pertencesse. Nosso objetivo final era chegar até Montevidéu, mas não deu, por motivos embaraçosos que não pretendo revelar. O que me leva à outra recomendação: nunca se esqueça de levar a documentação do carro.
Ano passado, fizemos um programa parecido, só parando em cidades diferentes. Fomos até Buenos Aires pra praticar nosso portunhol, como se não fosse possível falar espanhol nas praias daqui. B.A. é belíssima, mas leva jeito de ser a cidade mais cara do planeta. [isso em 2000, antes da crise econômica que varreu o país. Agora tá tão barata quanto o Brasil]. Além disso, tá cheia de argentino.
Desta vez tentamos gastar menos. Primeiro descemos em Imbituba. O maridão não conseguiu decorar o nome e a chamava de Imbitinga. Adoramos Imbituba, mas praticamente todos os imbitubenses (?) com que falamos nos mandavam a Garopaba. Não porque odiaram a gente – quero deixar isso claro – mas porque Garopaba sim, segundo eles, é o paraíso na Terra. Na volta, passamos por lá, e a cidade é mesmo bonita – tanto quanto Imbituba. Mas é mais cara, e só tem gaúchos e argentinos. Por sinal, o maridão também errou o nome. Dizia Gabiroba ou Gororoba, dependendo de seu estado mental. Já Capão da Canoa ele chamava de Canoa Bonita. Gosto de pensar que ele era mais inteligente quando o conheci, mas sei que só estou me iludindo.
O lugar mais lindo que vimos, no entanto, foi São Lourenço do Sul, na Lagoa dos Patos. Eu tinha familiaridade com a lagoa através de Tapes, um vilarejo que eu já achava maravilhoso muito antes de saber que meu querido editor é de lá. Sabe como é, preciso manter a boquinha. Mas São Lourenço é ainda melhor. Pena que foi lá que o maridão perdeu a fé na humanidade. É que roubaram os chinelos que deixei na praia. Depois de experimentar a água morna da lagoa, não quis mais entrar nos mares do Oceano Ártico. Ah, era Atlântico, né? Pois não parecia.
Um dos pontos altos da viagem foi quando atolei na areia. Bem, quase. Possuída de meu espírito aventureiro, decidi chegar a Chuí, de onde iria para Montevidéu, pelo lado de fora da Lagoa dos Patos. Ou seja, aquele trecho entre a lagoa e o Oceano Atlântico que aparece nos mapas sem as listinhas vermelhas que indicam as estradas asfaltadas. Pensei que os mapas e os pessimistas estivessem exagerando – afinal, não seria possível que um local com tamanho potencial turístico fosse intransitável e inacessível. Mas é.
Primeiro, possuída por aquele tal espírito, passei uma noite em Cidreira, uma cidade que um salva-vidas de Capão da Canoa carinhosamente definiu como “uma anarquia”. A única vantagem de Cidreira é que pude vislumbrar como seria o mundo se o padrão de beleza feminino fosse aumentado em vários quilos. Eu, que sou gordinha, me senti em casa! Estava tão atraente que, no momento que pus o dedão no mar, uma água viva me abordou. Aliás, não acredito que o pessoal do Sul chame este bicho de mãe d’água. Mãe d’água pra mim é Iemanjá.
Em todo caso, eu e o maridão (esqueci de contar que viajava acompanhada – infelizmente, ou aquele salva-vidas estaria no papo) seguimos pra Pinhal e depois pra Quintão, cidades que parecem igualmente “anárquicas”, no mau sentido. Após enfrentarmos uma estradinha de terra em péssimas condições por vários quilômetros, paramos pra pedir informações. Não dava pra crer que rumávamos na direção certa. O que ouvimos em troca? Pra seguir em frente: “Tu já estás no inferno, agora dança com o diabo, tchê!”. Os gaúchos têm um senso de humor...
Seguimos reto por um caminho tenebroso até que a estrada acabasse. Aí eram só dunas de areia. Fomos à civilização pra nos certificarmos se era aquilo mesmo. Uma moça, mui gentil, nos perguntou: “Vocês têm celular? Tentem passar. Se o carro atolar, a gente busca”. Não consigo descrever a velocidade com que demos meia volta, volver, e corremos até Porto Alegre. Nessa Lagoa dos Patos, o pato fui eu.




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