Gasto com juros garfa R$ 251,1 bilhões
Geral

Gasto com juros garfa R$ 251,1 bilhões


http://www.marciobaraldi.com.br/
Por Altamiro Borges

Nos dois primeiros anos do seu primeiro mandato, a presidenta Dilma Rousseff decidiu enfrentar a poderosa ditadura do capital financeiro e tomou várias medidas contra os especuladores. Fortaleceu os bancos públicos, incentivou o crédito popular e, principalmente, reduziu a taxa básica de juros – a Selic. Em 2012, ela atingiu seu nível mais baixo no período recente – de 7,25% ao ano. Na sequência, sob o violento cerco da oligarquia rentista e da sua mídia, o governo cedeu e a taxa de juros voltou a disparar e hoje está em 12,25%. Atualmente, ela figura outra vez entre os mais altas do mundo. 

Os efeitos deste recuo são destrutivos – redução do crédito, retração da produção e do consumo e queda no ritmo de geração de emprego e renda. Para piorar, o aumento dos juros ainda saqueia os cofres públicos, ao elevar os recursos destinados ao pagamento das dívidas do Estado. Segundo dados oficiais divulgados no final de janeiro,  o governo federal entregou R$ 251,1 bilhões no ano passado aos credores da União, numa expansão de 35,1% em relação aos R$ 185,8 bilhões do ano anterior. O absurdo montante seria suficiente para financiar por quase uma década o programa Bolsa Família, a principal marca das políticas públicas de combate à miséria dos governos Lula e Dilma.

O aumento dos gastos com juros superou os investimentos em infraestrutura e em outros programas mais tradicionais de transferência de renda, como os da previdência, assistência social e amparo ao trabalhador. Além de elevar os juros, a nova equipe econômica da presidenta reeleita pretende agora promover os famosos "ajustes" para reforçar o superávit primário – nome fictício da reserva de caixa dos banqueiros. Esta medida tende a reduzir ainda mais os investimentos nas infraestrutura e a afetar os programas sociais do governo. Ou seja: a ditadura do capital financeiro, que foi derrotada nas eleições de outubro – nunca escondeu a sua torcida pela ex-verde Marina Silva e, na sequência, pelo cambaleante tucano Aécio Neves –, vai impondo a sua agenda política ao novo governo. 

*****

Leia também:

- Alta dos juros e o suicídio político

- Alta dos juros não reduziu a inflação

- Taxa de juros constrange Dilma

- Mìdia rentista exige mais juros

- Globo, Folha e o roubo dos juros

- Alta dos juros emperra a economia

- O círculo vicioso da alta dos juros

- Quem quer a alta dos juros?




- Alta Dos Juros Emperra A Economia
Por Altamiro Borges O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciou nesta terça-feira (25) sua segunda reunião do ano para definir a taxa básica de juros. Segundo a mídia rentista, os “agentes do mercado” – nome fictício...

- Copom Cede Novamente E Juros Sobem
Por Altamiro Borges Pela sétima vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou nesta quarta-feira (15) a taxa básica de juros, a Selic, de 10% para 10,5% ao ano. Um verdadeiro crime, que beneficia uma minoria...

- "deus-mercado" Festeja Alta Dos Juros
Por Altamiro Borges Pela quinta vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (9) elevar a taxa básica de juros. A Selic subiu meio ponto, pulando de 9% para 9,5% ao ano. A absurda decisão foi...

- Dilma Vai Recuar Na Política De Juros?
Por Altamiro Borges O ringue já está montado. De um lado, banqueiros, agiotas financeiros e a mídia rentista exigem o aumento da taxa básica dos juros e esbravejam que o governo perdeu o controle da inflação e que o país ruma para o caos. Do outro,...

- O Copom E Os Juros Asfixiantes
Por Altamiro Borges Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central volta a se reunir para discutir a taxa básica de juros. O próprio “deus-mercado”, meio zangado, já dá como certa uma nova redução da Selic – de 10,5...



Geral








.