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GUEST POST: A MULHER DEVE ESCOLHER ONDE E COMO TER O BEBÊ
Neste domingo, o Fantástico apresentou uma reportagem curta, mas boa, sobre parto humanizado domiciliar. Vários conselhos regionais de medicina, inclusive o federal, são contra o parto domiciliar, por crer que um parto envolve grandes riscos para a mãe e o bebê, e que esses riscos só podem ser diminuídos numa maternidade. Mas muita gente discorda dessa visão.
O chocante é que o Cremerj abrirá denúncia contra o médico Jorge Francisco Kuhn, que na reportagem da Globo se posiciona a favor do parto domiciliar, desde que decorra de uma gravidez totalmente tranquila e sem problemas. Ele diz, a meu ver sabiamente, que parto não é um ato cirúrgico, é um ato natural. Repreender um médico por manifestar sua opinião soa, pra mim, como censura das grossas.
Claro que o assunto é mais profundo. Até eu que não sou mãe sei que o Brasil é campeão em tornar partos procedimentos cirúrgicos. É só ver o número de cesáreas que são feitas no nosso país, infinitamente superior ao que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (que diz que cesáreas só devem ser realizadas em casos de complicações, não como padrão, não como primeira escolha).
Como tempo é dinheiro, o trabalho de parto foi transformado em negócio, e num empreendimento lucrativo um médico não pode ficar horas à disposição de uma gestante. Esse tratamento desumano (pois parto natural está longe de ser sinônimo de parto humanizado) é responsável também pela violência obstétrica, que se espalha como praga no Brasil. Enquanto isso, os Conselhos de Medicina decidem se posicionar contra a escolha de uma mulher ter o filho onde quiser, como quiser, e de um médico que embasa essa escolha. É de revoltar mesmo! Aqui há uma excelente carta aberta contra a decisão da Cremerj e a favor do parto domiciliar.
Publico com muito prazer o guest post da Camila Torelli, que é médica veterinária em SP.
Antes de começar a tratar do assunto, gostaria de agradecer à Lola por estar sempre disponível pra contribuir com causas que de alguma forma possam ser injustas com alguém.
Se você assistiu ao Fantástico deste domingo, viu uma matéria sobre parto domiciliar. Puxa, bacana, este assunto merece mesmo ser tratado. Você sabia que a mulher que tem seu momento respeitado dá à luz de forma serena, tranquila, prazerosa? E isso pode incluir a companhia do marido, palavras de incentivo, ambiente conhecido... Por isso muitas mulheres ao redor do mundo optam por receber seus bebês dentro de seus lares. Isto é, quando existem as condições para isto. Há cerca de um ano, foi publicado no jornal do Cremesp uma matéria que deixa clara a posição contrária do conselho em relação a este tema. Depois da abordagem de domingo, num programa de grande audiência em rede nacional, foi publicada a notícia de que o Cremerj deseja abrir denúncia contra um médico, só por ele defender o parto domiciliar. Não consideramos que as mulheres sejam obrigadas a dar à luz em casa. Nem no hospital. Nem que sejam obrigadas a ter parto normal. Aliás, é exatamente o contrário: queremos que a mulher seja livre para fazer suas escolhas. Desde que ela tenha acesso a toda a informação possível. E que a tomada de decisão seja da mulher. Afinal de contas, toda a mudança que um parto pode provocar acontece no corpo dela.A partir disto, está se organizando uma marcha nacional, a Marcha do Parto em Casa, cuja página oficial no facebook é esta aqui.Mulheres, o parto é nosso. É nosso direito ter acesso à informação de qualidade, ser atendidas por profissionais atualizad@s com base em evidências científicas, e tomar as decisões a partir disto. Em países onde o parto humanizado é praticado, como Inglaterra e Holanda, as gestantes de baixo risco são acompanhadas por parteiras (midwives) durante o pré-natal, parto e pós parto. O médico é acionado quando necessário, intervindo conforme o caso. Curiosamente, as taxas de morbidade e mortalidade materna e neonatal estão dentro das preconizadas pela OMS. Órgão este que recomenda que a taxa de cesarianas esteja entre 10 e 15%, número fundamentado em evidências científicas que dizem ser este o percentual de casos que tornam a intervenção cirúrgica necessária. No Brasil, algumas maternidades do sistema particular de saúde chegam a mais de 90% de nascimentos por via cirúrgica. E as taxas de morbidade e mortalidade materna e neonatal não são mais baixas do que em países que têm o parto normal como padrão. Algo soa estranho, não? Vale dizer que as equipes que trabalham acompanhando partos humanizados são capacitadas a fazer um planejamento com a família, elaborar cada detalhe de como pode ocorrer o parto e como agir em caso de intercorrências e agir preventivamente a tempo de realizar uma transferência para o hospital com segurança. É possível ter um parto humanizado em casa, no hospital, na casa de parto. Enfrentamos muitas dificuldades para isto no Brasil, mas é da nossa busca que surgem os frutos. Vamos nos mobilizar. Toda mulher tem direito a escolher e este abuso de autoridade do Cremerj pode ter sérias consequências neste sentido. Saiba aqui onde acontecerão as marchas, já neste sábado e domingo (16 e 17 de junho). E participe!
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