GUEST POST: PELO DIREITO DE SER FRÍVOLA, FRUFRU, ROCOCÓ
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GUEST POST: PELO DIREITO DE SER FRÍVOLA, FRUFRU, ROCOCÓ


Bom, já tivemos manifestações pelo direito de muitas coisas por aqui. A Thaís quer ter um direito um pouco mais controverso.

Conheci o feminismo através do blog de uma Lolita (Moda Urbana Japonesa, nada a ver com Nabokov), e desde então tenho lido a respeito. Eu gostaria de falar um pouquinho sobre uma situação que tem se repetido desde que me descobri Feminista. Eu sou Lolita e um pouco nonsense. E sinto que algumas pessoas têm muito preconceito com o meu estilo de vida. Só que eu trabalho e faço bicos para manter meu estilo de vida frívolo e frufru.
Eu fui muito bem educada, mas, ao mesmo tempo, acho que cresci um pouco retraída demais. Aliando isso à minha personalidade calma, e à pouca disposição para discussões, fui vítima de várias situações humilhantes. Hoje em dia eu não levo desaforo pra casa, e devo isso ao novo estilo de vida que adotei para mim: Rococó.
Desde criança, eu amo filmes de época e histórias de princesa. Até hoje, eu sento com um bloquinho de papel e desenho princesas e criaturas fantásticas. Quando eu era adolescente me levava a sério demais. Passei por um monte de situações tristes por conta disso. Eu não queria ser uma pessoa frívola, e nem ser vista como uma. Lá no fundo, eu queria me cercar de coisas bonitas e apenas curtir uma vida simples sendo eu mesma. Então eu era do contra às vezes, pelo simples desejo de não ser normal. 
Eu não tinha percebido que a cada dia que passava, eu estava me tornando tão cínica quanto as pessoas ao meu redor. Eu me esforcei tanto para ser diferente delas que acabei ficando igual. Eu via aqueles sorrisos forçados e olhares maldosos, e comecei a me questionar. Questionei tudo que havia em mim que tinha sido influenciado por coisas que eu não gostava. Resumindo? Eu mudei da água para o vinho. Desde meu modo de me vestir, modo de falar, agir e até pensar. Eu perdi o medo de ser frívola. E acabei levando isso a sério. 
Hoje tenho 24 anos e resolvi o que quero da minha vida. Quero ter um estilo de vida lindo e frívolo. Quero levar o jardim que há dentro de mim para tudo ao meu redor. Desde a minha música até a minha falta de religião. Parece errado querer ter uma vida bonita? Sei que pareço fútil e não tenho vergonha disso, mas comecei a reparar que faço muito mais pelo mundo agora  do que antes, quando me julgava séria e socialmente útil. Eu mudei de dentro para fora. 
Eu ajudo amigas que sofrem com o machismo e a falta de respeito. Eu não aceito subornos, não furo filas, não pago por favores, não vendo meu voto, respeito quem me respeita,  não jogo lixo no chão, não aceito injustiças, acredito em um estado laico, não maltrato animais e não espalho o ódio, e, apesar da dificuldade que é, eu tento não julgar as pessoas. Não quero dizer que sou perfeita. Mas a partir de um momento que quis ter uma vida bonita (do meu ponto de vista), eu excluí o que acho feio. E é muito mais fácil aprender hábitos feios do que bonitos.
Eu já ouvi comentários do tipo:
-Você é feminista com todos esses babados?
-Você fala em ser bonita sendo você mesma, mas usa maquiagem e quer emagrecer?
-Você fala que quer mudar o mundo lendo livros e assistindo desenhos?
Eu não sou menos feminista por usar cor de rosa e coroa. Visto uma roupa que eu amo. Os cinco quilos que quero perder é por não gostar do que tenho visto no espelho, não por causa da opinião de alguém. Eu não sou alienada por gostar de batom. Saio pelas ruas parecendo um cupcake trevoso, e escuto um monte de piadas. Já não ligo. Mas se alguém passar dos limites ou me desrespeitar, não tenho medo de exigir respeito e me defender.
Eu brinco de Barbie e vou em protestos. Gosto de cozinhar e leio sobre política. Eu e meu companheiro trabalhamos fora e moramos com a minha mãe, nós dividimos as contas e as tarefas de casa. Na minha família têm evangélicos, espíritas e católicos, eu sou discordiana e me divirto em sites ateus... E por aí vai. Apesar de gostar dessa vida “Rococó”, como eu mesma gosto de chamar, sou humana e vivo em sociedade. Eu acredito em um mundo melhor. Mas acredito mais ainda que o poder de mudar está nas nossas mãos. 
Todo mundo pode fazer sua parte. Eu faço a minha. Essa minha vontade de ter uma vida mais bonita me trouxe uma grande preocupação: consumismo. Então eu arrumei uma solução: reciclagem. Quando a gente muda o mundo muda também. [Nota da Lolinha: desculpe te decepcionar, querida Thaís, mas reciclar não é solução pra consumismo. A solução é consumir menos]. 
Eu não sou boba, e não acredito que o final feliz de uma princesa seja nos braços de um príncipe, ou que eu tenha que ser desse ou daquele jeito para encontrar alguém que goste de mim. Mas eu acredito no Verdadeiro Amor, independente de quantos amores você já teve. A diversão de assistir Branca de Neve e Albergue é a mesma para mim. A diferença é a estética que me agrada mais. Eu tenho calafrios de assistir ao filme As Esposas de Stepford, apesar de amar o figurino.
Acho que a roupa não define caráter. Eu de babados e purpurina sou tão feminista quanto nossas companheiras que tiram o sutiã em forma de protesto. Eu não sou muito inteligente e não sou boa em debates. Mas sei defender meu ponto de vista sem faltar com respeito ao próximo. Acho que as pessoas têm que pensar menos em como elas querem parecer e serem mais como elas mesmas. 
Muito obrigada pelo desabafo Lola. Tenho um slogan que uso muito com as minhas amigxs: Sou feminista, sou princesa e a Lola me representa. Um beijão perolado e cheio de rendas para você.




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