GUEST POST: PROIBIDA A ENTRADA DE CRIANÇAS
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GUEST POST: PROIBIDA A ENTRADA DE CRIANÇAS


Como todo mundo que me lê sabe, não tenho filhos. Foi minha decisão, e a do maridão também, claro. Não tenho nada contra crianças, mas elas não fazem parte do meu dia a dia, e não sinto falta. 
Já fui muito mais intolerante com a presença de crianças incômodas em certos locais. Creio que ninguém gosta de viajar com um bebê chorando a viagem toda (imagino que o próprio bebê e os pais do bebê também não gostem). E é péssimo ir ao cinema, ao teatro, a um concerto, e ter um guri sentado atrás de você, chutando o seu assento. Já a criançada correndo num restaurante nunca me incomodou. 
Eu tento ser mais compreensiva porque não é fácil criar filhos, e porque não acho justo que pais (e principalmente mães, que ainda são as que arcam com a responsabilidade maior na criação dos filhos) devam abdicar dos prazeres da vida (ahn, entendo que ter filhos também pode ser considerado um prazer, mas estou pensando em situações de lazer). E porque acredito que crianças cresçam mais saudáveis em lugares onde sua criação não esteja restrita apenas a seus pais, mas à toda a comunidade. Não posso defender um conceito de coletividade se sigo exigindo que crianças sejam vistas como propriedade (e responsabilidade única) dos pais.
Falar é fácil; ser toda tolerante ao ver uma criança dando piti é bem diferente. 
Sempre ouvi falar de como os franceses, por exemplo, gostam mais de animais que de crianças. Que tem um monte de restaurante onde você pode levar seu cachorro, mas não pode levar o filho pequeno. Mas esses dias li um artigo de uma americana afirmando que as crianças francesas são muito mais educadas que as americanas e inglesas, e o maior motivo, segundo ela, é que os franceses não creem em gratificação imediata. Não li o livro, que se chama, traduzido, Crianças Francesas Não Jogam Comida, ou algo assim.
Por que estou escrevendo tudo isso? Porque a Loisiana me enviou o texto abaixo. E como minha introdução já está maior que o guest post, melhor parar. Com a palavra, a Loisiana.

Há algum tempo atrás fui informada que não poderia frequentar um hotel porque lá eram proibidas crianças menores de 12 anos. Eu me senti discriminada. Segundo o hotel, esta medida era para não estragar o clima romântico do local.
Fiquei muito indignada e achei que aquilo não podia ter embasamento legal! Como assim, gente? Alguém bota uma placa na frente de uma boate proibindo a entrada de idosos para não estragar o clima agitado do local?
Triste foi minha descoberta! Vários restaurantes e hotéis pelo mundo afora estão fazendo isso, proibindo a entrada de crianças! Vejo que a PEDOFOBIA vem crescendo muito e fico bastante assustada. Afinal, a pedofobia deve ser tão combatida como qualquer outro tipo de intolerância.
Fico de verdade chocada com piadinhas do tipo "Criança é que nem peido, cada um só aguenta o seu".
Esquecemos nós que fomos todos crianças? Crianças são apredizes da vida... Puxa! Quem é que não tolera alguém que ainda está aprendendo a conviver?
Eu e o marido sempre frequentamos vários hotéis, pousadas e resorts. Muitos em lugares conhecidamente românticos, e sempre frequentado também por famílias. Nunca achei que o fato de ter uma criança que passa correndo por nós ou que janta ao lado, e eventualmente fala alguma coisa em um tom maior, quebrasse o nosso clima romântico. Para mim o clima romântico se dá entre duas pessoas que se gostam e estão ali para se curtir e não vão dar a mínima se volta e meia toparem com uma criança. Se toda e qualquer presença de criança destruísse clima de romance, seríamos todos filhos únicos e de pais separados.
Para mim isso é intolerância. Eu tenho uma filha que não perturba ninguém. Mas uma vez estávamos no Costão do Santinho e uma excursão com diversos casais, todos sem filhos, pertubou muito nossa estadia. Os adultos tomaram conta de toda a piscina. Bebiam muito, falavam gritando, jogavam uns aos outros na piscina, e não tinha nenhuma plaquinha proibindo a entrada de gente sem noção em lugar nenhum.
Cabe a todos o bom senso. A proibição de crianças pra mim é absurda.
- Pare de se comportar como se tivesse seis anos. 
- Mas eu tenho seis anos.




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