GUEST POST: SAPATOS E RELACIONAMENTOS AFETIVOS
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GUEST POST: SAPATOS E RELACIONAMENTOS AFETIVOS


Leonardo, amigo de uma grande amiga, me enviou este post:

Esses dias, comprei um sapato incrível em um aplicativo para celular.
Muito embora meus amigos tivessem me advertido de que ali eu não encontraria nada que prestasse, decidi correr o risco e procurar mesmo assim. E encontrei.
Antes de comprá-lo, obviamente, tomei as devidas cautelas: peguei informações sobre sua procedência, suas características, efetuei inúmeras perguntas, analisei diversas fotos e, a seguir, acabei fechando o negócio.
O sapato, conforme combinado, chegou em um domingo. Achei-o surpreendente e fiquei impressionado com seu jeito. Parecia ainda melhor do que nas fotos! Calcei-o e, com ele, fui tomar um sorvete. Da sorveteria, acabamos indo passear no calçadão da praia e, de lá, fomos para o Dragão do Mar. A sensação de estar com ele foi tão fantástica que as horas transcorreram como se minutos fossem. 
Após o passeio, viemos para minha casa e, por mais que o senso comum não recomendasse, não tive coragem de dormir sem ele naquele dia.
Ao acordar, tive uma nítida impressão de que aquele sapato iria fazer parte da minha vida por um longo período. Imaginei-me apresentando-o para minha família e meus amigos, saindo com ele para jantar, indo ao supermercado, ao cinema e até mesmo à praia. Criei muitas expectativas com aquele novo calçado.
Em poucos dias, desinstalei o aplicativo que me auxiliou a encontrar meu novo sapato. Concluí que, como já havia encontrado o ideal, uma futura procura seria pura perda de tempo.
Após uma semana, percebi estar tão “vidrado” naquele item que até me esqueci de usar sapatos antigos. Deixei-os efetivamente de lado. Estava inexplicavelmente empolgado com as possibilidades que o calçado recém-adquirido trazia. Quando mostrava suas fotos e mencionava suas qualificações para os amigos, todos ficavam verdadeiramente impressionados, o que aumentava meu interesse por ele.
Tudo transcorria bem até que, em um curtíssimo espaço de tempo, o calçado me causou um machucado grave. Fiquei desolado, pois, afinal de contas, havia investido tempo e dinheiro naquele lindo objeto. Na ocasião, desejei jogá-lo imediatamente fora, mas logo mudei de ideia. Convenci-me de que precisava insistir um pouco mais, pois, com toda a certeza, a culpa era minha pelo fato de o sapato não estar “dando certo” no meu pé.
Após narrar a situação para pessoas de minha confiança, decidi mudar minha atitude e observar como o sapato reagiria. Coloquei band-aids nos tornozelos e nos dedos, chumaços de algodão nos calcanhares e encolhi meus pés, tudo para me adequar àquele calçado já inestimável. Mantive um pensamento positivo, acreditando que a dor poderia ser decorrente do medo em aceitar um novo sapato em minha vida.
Ledo engano. Quanto maior o esforço despendido para ajustar-me a ele, mais o sapato feria meus pés. Por mais que tentasse caminhar em menor velocidade, mais ele permanecia indiferente a meus anseios.
Foi então que me dei conta. 
Sapatos são como relacionamentos afetivos. Não adianta forçar a barra. Caso não se ajustem perfeitamente a você, é melhor desfazer-se deles. Insistir, persistir, ler livros de autoajuda, nada disso irá adiantar se você estiver com o “número” ou com o “modelo” errado. Seja realista e livre-se deles. Só assim haverá espaço em sua vida para encontrar um sapato especialmente feito para você. 
O ideal é envolver-se com sapatos flexíveis, cujo material seja resistente. Este tipo irá ajustar-se a seus pés e ainda permanecerá ao seu lado por muito tempo. Obviamente, qualquer calçado requer cuidados, mas isso não significa que você precisará “pisar em ovos” para mantê-lo. Um sapato de verdade suporta a caminhada, proporcionando conforto aos seus pés. Se este não for o caso, é melhor andar descalço, ainda que a sociedade insista em dizer que tal comportamento é típico de gente louca.
Após perceber meu equívoco, terminei com o sapato. Nada contra, que fique bem claro. Tenho convicção de que ele irá caber “como uma luva” em outros pés, e que fará muitas outras pessoas felizes. Ocorre que, após um tempo, percebi que meu desejo é caminhar pela vida com conforto e com o mínimo de sofrimento. Para isso, estou em busca do sapato “dos meus sonhos”.
Calma! Não precisa me chamar de ingênuo. Sei que sapatos são duros no início, mas sei também que a tendência é que se amoldem a você com o passar dos dias. Continuo na esperança de que, no momento certo, o calçado ideal irá aparecer em minha trajetória, e será um prazer indescritível caminhar com ele por boa parte de minha vida. 




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