GUEST POST: SEM CAMISINHA NÃO DÁ
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GUEST POST: SEM CAMISINHA NÃO DÁ


Nunca publiquei nada sobre doenças sexualmente transmissíveis no blog, mas a B., de 21 anos, pediu pra que eu colocasse aqui o seu relato. Sem querer estragar o carnaval de ninguém, recomendo que leiam e pensem em todos os problemas que podem ser evitados quando se usa camisinha.

Te admiro muito, e gostaria que você publicasse minha história para alertar todos os seus leitorxs (que são muitos e esclarecidos) sobre dois grandes vilões que fizeram e fazem parte da minha vida.
O primeiro é o HPV [uma doença sexualmente transmissível, ou DST]. Eu o contraí aos 15 anos de idade, na minha primeira relação sexual (deixo claro que, na minha ingenuidade da época, não usei camisinha) com um "quase desconhecido" -- um ficante, que nem mesmo era da minha cidade. Só descobri que tinha HPV aos 16 anos, quando fiz um preventivo e a ginecologista viu que eu tinha manchas internas no colo do últero. Até então, eu nunca tinha tido nenhuma manifestação da tal doença (ex: verrugas, erupções etc). Nem mesmo tinha chegado a vacina contra HPV aqui no Brasil! Imagine a decepção da minha mãe ao saber que sua filha tinha perdido a virgindade com um "vagabundo" e além disso pegou uma doença! Era muita informação pra cabeça dela, e pra minha também.
Tive que começar um tratamento de cauterizações no consultório da médica. Ao total foram três sessões. É usado um aparelhinho que queima o local contaminado, o que causa uma dor aguda e fina, como se fosse uma cólica menstrual triplicada. Em um ano fui quatro ou cinco vezes ao ginecologista. Era complicado. Eu imaginava o que as pessoas diriam de mim se soubessem que eu peguei uma doença sexual (que é tão associada a mulheres promíscuas)! Mal sabem que isso afeta a maior parte da população brasileira.
O engraçado, Lola, é que eu comentei pro rapaz que tinha tido HPV. E que tinha pegado com ele, porque tinha sido meu único parceiro sexual. Ele jogou o corpo fora, dizendo que era impossível, mas ainda assim fez o exame, que NÃO ALEGOU NADA! Ou seja: ele só transmite, o vírus não se manifesta. Enfim, ele se confiou nisso. Anos mais tarde conheci uma outra ex ficante dele que me viu comentando em uma comunidade de HPV no orkut (o que me foi muito útil na época), e tínhamos "ele" como amigo em comum, e ela alegou que pegou HPV dele também.
Você só pode se sentir curada do vírus do HPV se ele não reaparecer cinco anos depois da manifestação, o que é o meu caso. Sempre faço os exames, e o meu sonho é tomar as vacinas, porque de certa forma o organismo cria resistência.
Passado o stress do HPV, ano passado me veio a HERPES TIPO II (herpes genital). Estou namorando atualmente, e ambos tínhamos feitos exames de doenças, que não constaram nada fora do anormal. Então decidimos fazer sexo sem camisinha, usando apenas o anticoncepcional.
Até que um dia apareceu uma ferida com tamanho de um caroço de feijão na cabeça do pênis do meu namorado, o que lhe causou muita dor! Um dia depois amanheci com uma ferida na vagina, o que eu achava que era por conta do sexo. Meu namorado procurou o urologista, fez exames, e no dele constou que não era herpes, e sim um fungo. Eu não tive a mesma sorte.
Eu estava cada vez pior, minha vagina se encheu de feridas, bolhas, erupções... Eu mal conseguia andar direito, meus lábios vaginais triplicaram de tamanho e o meu clítoris ficou todo pra fora! Fiquei deformada! Até meu ânus tinha ferida! E eu não procurei ajuda por vergonha... O que minha mãe pensaria de mim outra vez? E o médico? Aliás, pra marcar uma consulta com minha ginecologista, tenho que marcar com meses de antecedência.
Até que chegou o quinto dia (eu chorava de dor e faltava à academia e faculdade) e eu não aguentei mais. Desesperada, falei com minha mãe, e ela ligou pra minha médica. Logo ela disse que tudo indicava que era herpes e mandou eu tomar o Aciclovir (é como uma droga MUITO FORTE contra esse vírus). Duas semanas depois minha vagina estava normal, mas como a minha ginecologista falou, sempre teria herpes. Tenho que ficar controlando minha imunidade, alimentação etc, porque se não... tenho uma crise!
Eu fico me perguntando como fui manifestar isso. Minha médica disse que todos nós temos herpes, mas poucos manifestam. Então, fui uma das "contempladas".
Nós mulheres somos bem mais suscetíveis a pegar doenças desse naipe. Candidíase (corrimentos brancos) chega a ser comum para todas nós, mas costumamos esconder isso dos homens. É um tabu muito grande falar sobre essas coisas, até porque na nossa errônea visão todos são aparentemente tão saudáveis, né? O ficante da minha primeira vez era lindo e atlético -- quando eu iria imaginar (com 15 anos) que ele era um fornecedor de doenças?
Eu mesma sempre cobro exames de sangue e faço questão de fazê-los também. Isso é uma questão de confiança!
Não é fácil ter que mudar seus hábitos por causa de um vírus. Ter de evitar uma cervejinha, não poder ter uma noite mal dormida, sempre ficar machucadinha ao fazer sexo (porque a vagina fica muito mais delicada e sensível a tudo), não poder se estressar, e morrer de medo de adoecer por conta dos surtos de herpes voltarem... Pois é assim que ando vivendo. Sem dramas, mas é ruim demais! Mudei minha alimentação, tenho que praticar exercícios diariamente, tomo duas vitaminas e fico longe de pessoa com gripe!
Queria poder alertar de alguma forma as mulheres com essas doenças e os homens também. Que eles tenham mais sensibilidade em arcar com suas responsabilidades, abertura pra poder dialogar sobre o assunto e franqueza com suas parceiras e parceiros. E sempre, sempre usar camisinha. 
Peguei esta imagem daqui. Clique para ampliá-la.




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