Líderes mundiais se despedem de Mandela no Estádio Soccer City, em Johannesburgo, na África do Sul
A cerimônia religiosa em homenagem ao ativista e , morto na última quinta-feira (5) aos 95 anos, teve início na manhã desta terça-feira (10) no Estádio Soccer City, em Johannesburgo, na África do Sul, em meio a orações de diversos credos, como expressou por escrito em seus últimos desejos o ex-presidente da África do Sul.O púlpito de oração foi ocupado por representantes das religiões judaica, hindu, muçulmana e cristã.
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O tributo reúne o maior número de chefes de Estado da história. O recorde atual foi registrado no funeral do papa João Paulo II, em 2005, com a presença das autoridades máximas de 70 países. De acordo com o governo da África do Sul, mais de 90 chefes de Estado confirmaram presença. Entre eles, a presidente Dilma Rousseff, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro.
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A cerimônia teve início com a execução do hino nacional da África do Sul cantado em coro pelas arquibancadas, que não ficaram lotadas devido à intensa chuva que cai na cidade desde segunda-feira (9) à noite, além da falta de transporte público. O tributo religioso começou com cerca de uma hora de atraso. A introdução do ato foi feita por Cyril Ramaphosa, membro do Congresso Nacional Africano (CNA) e ex-companheiro de luta de Mandela, a quem lembrou como seu "mentor e mestre". Após uma oração ecumênica, começaram os tributos iniciais, realizados por amigos próximos do ex-presidente e seus familiares. Andile Mandela, neto do ex-presidente sul-africano, comparou o avô a uma "árvore gigante" que caiu "espalhando mil folhas brilhantes", e pediu aos cidadãos para seguir seus passos.
Andrew Mlangeni, ex-companheiro de Nelson Mandela na prisão Robben Island, afirmou em discurso que acredita que o líder "sorri do céu" ao ver seu país unido pelo luto por sua morte. "Não resta dúvida de que Mandela sorri ao ver a nação unida." Mlangeni, que foi condenado à prisão perpétua junto com Mandela no julgamento de Rivonia, em 1964, por suas atividades contra o regime racista do apartheid, lembrou a luta do ex-presidente por "unir todas as raças e credos" ao "respeito mútuo"."Foi uma inspiração para bilhões de pessoas, ao simbolizar os valores da esperança e da paciência. Criou esperança quando não havia nada."
O cantor e líder da banda U2, Bono, a atriz sul-africana Charlize Theron, vencedora de um Oscar de Melhor Atriz, e a modelo Naomi Campbell também participam da despedida oficial a Mandela. Além de chefes de Estado, autoridades internacionais e artistas, milhares de sul-africanos estão presentes no estádio, que tem capacidade para 90 mil espectadores. Sob chuva, eles acompanham a cerimônia, carregando bandeiras da África do Sul e imagens com o rosto de Madiba, como Mandela é carinhosamente chamado no país.
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Muitos vestem camisas com o rosto de Mandela e vestidos africanos com as cores e o anagrama do Congresso Nacional Africano (CNA), liderado pelo ex-presidente, e até uniformes militares de Umkhonto we Sizwe, o braço armado da organização fundada por Madiba. Bandeiras de outros países como Zimbábue e França podem também ser vistas penduradas nas arquibancadas, onde há muitos cartazes com fotografias de Mandela.
Mandela morreu na quinta-feira (5), aos 95 anos, em sua residência de Johanesburgo, após receber tratamento intensivo nos últimos meses devido a uma recaída de uma infecção pulmonar. O funeral de Estado será realizado no próximo dia 15 em Qunu, no sudeste do país, cidade onde ele viveu na infância, informou ontem o presidente sul-africano, Jacob Zuma. Desta forma, o preso político mais famoso do mundo cumprirá seu desejo de ser enterrado perto da família.
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