Por Altamiro BorgesMerval Pereira, o novo imortal (ou será imoral?) da Academia Brasileira de Letras, demorou a escrever sobre o livro “A privataria tucana”. Quando resolveu fazê-lo, o serviçal da Rede Globo esbanjou ressentimento e ingratidão. Na sua posse na ABL, ele mesmo havia elogiado o jornalista Amaury Ribeiro, jactando-se de tê-lo “dirigido” numa reportagem em 1999 que ganhou o Prêmio Esso.
Hoje, no artigo “A ficção do Amaury”, no jornal O Globo, ele utiliza os mesmos argumentos dos privatas tucanos para desqualificar o premiado “amigo” de redação. Afirma que Amaury Ribeiro “foi indiciado pela PF por quatro crimes”, apoiou Dilma e que “o livro faz parte da sua atividade como propagandista da campanha petista e, evidentemente, tem pouca credibilidade na origem”.
Bajulador pegajoso dos tucanosA maior parte do texto, que parece ter sido obrado junto com algum grão-tucano, tenta justificar as privatizações efetuadas no reinado de FHC. Neste caso, Merval Pereira é coerente. Ele sempre foi um entusiasta neoliberal da privataria e um bajulador pegajoso do ex-presidente. Nunca escondeu o seu ódio preconceituoso a Lula, o que lhe rendeu um “livro” e uma cadeira na decrépita ABL.
Além de elogiar as criminosas privatizações, o maior assalto ao patrimônio público da história do Brasil, Merval também se esforça para inocentar os chefões do PSDB, principalmente Serra, das várias denúncias – todas fartamente documentadas no livro – de corrupção, lavagem de dinheiro em paraísos fiscais, quebras de sigilos financeiros, arapongagens e outros crimes. Os tucanos são santos!
A inveja é uma merdaTalvez por dor de cotovelo, o tedioso comentarista da TV Globo afirma que o livro “é um sucesso de propaganda política do chamado marketing viral, utilizando-se dos novos meios de comunicação e dos blogueiros chapa-branca para criar um clima de mistério em torno de suas denúncias supostamente bombásticas”. A inveja realmente é uma merda!
Neste trecho, Merval destila seu ódio também contra a blogosfera e defende seus patrões, os barões da mídia. Para ele, a chamada “grande imprensa” acertou ao não dar destaque para o livro de Amaury Ribeiro. “Por ter mais responsabilidade que os blogueiros ditos independentes, mas que, na maioria, são sustentados por verba oficial e fazem propaganda política, ela demorou mais a entrar no assunto, ou simplesmente não entrará, por que precisava analisar com tranqüilidade o livro”. Haja cinismo!
No que se refere às verbas oficiais, talvez sem os bilionários recursos em publicidade, que o governo Dilma insiste em despejar nas contas da Rede Globo, ele perderia o seu empreguinho. Já no tocante à “propaganda política”, ele e outros “calunistas” deveriam fazer parte da folha de pagamento dos tucanos e rentistas – talvez num paraíso fiscal. Merval não passa de uma ficção da Rede Globo!
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