MINHAS RESOLUÇÕES DE ANO NOVO
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MINHAS RESOLUÇÕES DE ANO NOVO


Ontem deve ter sido o dia mais vazio de todo 2014, e hoje, pelo que vejo, não está muito diferente. Vocês vão voltar, né? Espero que sim. É esquisito, porque sabe qual foi o recorde absoluto de visitas na história de quase seis anos do blog? Janeiro de 2013: 330 mil visitas, 490 mil visualizações de página. Com as 4,100 visitas de ontem, vai demorar dois janeiros pra chegar nesse patamar.
Vamulá, com ponto de exclamação pra animar! Resoluções pessoais pra este ano que começou chuvoso (e não estou reclamando) e com alarme de carro que disparou na minha rua e não quer calar (aí eu reclamo mesmo: devia ser proibido). Primeiro, preciso aproveitar mais a vida. Quero ter finais de semana e feriados. Muita gente tem, já ouvi falar, e dizem que é legal. Então também vou querer. 
Quero dormir mais, porque está difícil continuar operando com quatro ou cinco horas de sono por noite. Eu sinto que isso realmente prejudica minha qualidade de vida, me deixa mais lenta. 2013 foi muito melhor que os três anos anteriores nesse quesito de dormir. É que, quando cheguei na UFC, me deram turmas de manhã e à tarde. E tem turma de manhã que começa às 7:30 da manhã. É uma droga, porque os alunos não chegam no horário, e porque eu durmo tarde, e nisso de preparar aula, teve várias noites entre 2010 e 2012 que eu simplesmente não dormi.
Ano passado, em contrapartida, eu fui colocada no turno da tarde e da noite. Há vantagens e desvantagens pra cada turno, assim como em tudo na vida. Andar pelas ruas com luz do sol é uma grande vantagem. Enfim, o fato é que, pelo menos pro primeiro semestre de 2014, voltei pra manhã e pra tarde, e terei uma turma às 7:30 da madrugada, o que significada (tentar) acordar às 6:30, e não às 8, como fiz em 2013. Então, pelo menos nesses dias, terei que dormir cedo. Tipo uma da manhã. E nada de varar a noite. 
Cuidar da saúde. Esta é minha principal resolução de ano novo. Porque em 2013 não fiz absolutamente nada nesse sentido -- não fui ao médico nem uma única vez. Fui ao dentista, porque estava com dor de dente, mas tenho que colocar dois implantes, e fui adiando, adiando, basicamente porque pra fazer um mísero implante eles pedem um monte de exames, e eu sem tempo pra fazer. Mas concordo com o que o dentista me disse na última consulta, já faz um tempão: o que eu fizer agora vai determinar como será minha velhice. 
É chato porque agora, com 46 anos, eu noto que não posso mais me safar impunemente de todas as irresponsabilidades cometidas durante todos esses anos. Ok, falando assim até parece que eu sou uma viciada em álcool ou drogas. Mas eu sou uma viciada -- em chocolate. É um vício sério. Fiz vários exames de rotina em 2012 e, embora os indicadores de saúde estejam bem (inclusive colesterol), fui diagnosticada com esteatose, ou seja, gordura no fígado. 
Pra combater isso, não tem jeito: preciso me alimentar melhor, preciso emagrecer, e preciso parar de ser sedentária. Eu quero fazer tudo isso, sem neura, sem pisar na balança, sem contar calorias, sem remédios, sem nutricionista (minha última consulta, ainda em 2012, foi um desastre: a mulher, sem dar a mínima pro que eu gosto ou não gosto, simplesmente quis me proibir de comer tudo, até iogurte!). 
Eu não como demais. Bebo apenas água (muita água -- acho que ultimamente consegui reduzir pra apenas quatro litros por dia; já foram oito), sou do tipo que leva garrafinha pra todo canto. Nem chego perto de refrigerante. Álcool, nem pensar. Minha alimentação não pode ser considerada saudável porque não sou fã de frutas, legumes ou verduras. Alface é um insulto. É como comer papel verde. Eu adoro queijo e, pra mim, queijo que não derrete, tipo ricota ou frescal, nem deveria merecer ser chamado de queijo. 
Mas o maior problema, sem dúvida, é chocolate. Eu sinto falta de chocolate se fico um dia sem. E não consigo controlar. Se tem um chocolate perto de mim, eu preciso acabar com ele de uma só vez. Não vejo saída: se não tenho controle, o jeito é cortar o chocolate da minha vida. Viver sem chocolate é uma perspectiva horrível, mas que estou começando a contemplar. Já consegui ficar seis ou oito meses sem chocolate, depois de uma crise em 2006 (uma série de fatores: fígado pedindo clemência, chocolate bichado, quebrar dente comendo uma barra), e sobrevivi. 
Creio que, parando de comer chocolate, emagrecerei um pouco. Mas, quando se tem esteatose, exercícios físicos tornam-se ainda mais importantes. Eu ando bastante, subo e desço escada, dou aula em pé, na maioria das vezes. Só que só isso não me faz menos sedentária. Passo a maior parte do dia sentada na frente de um computador. E isso, aliado à má alimentação, à menopausa (que deve estar começando), às poucas horas de sono (eu não tenho insônia, só não tenho tempo pra dormir), me fez engordar mais ainda nos últimos anos. 
Se eu fosse jovem e não tivesse esteatose (uma doença que pode levar à cirrose, e já me avisaram que depender de um transplante de fígado não é bonito), talvez eu não me preocupasse muito. Mas estou perdendo muito da minha mobilidade! Subir ou descer degraus altos (como os dos ônibus) é um sufoco. Não sei como os velhinhos fazem!
Bom, academia de ginástica eu não vou fazer, porque detesto esse ambiente que sempre me lembra um templo ao corpo (e dispenso cultos religiosos, obrigada). Mas, em 2012, eu comprei uma esteira, e até comecei a andar um pouco (correr pra quê?). Ouvi boa parte de um livro da Flannery O'Connor no Kindle enquanto fazia exercício. Isso durou alguns poucos meses no início de 2012, até que comecei a viajar muito, e parei. Em 2013 só não posso dizer que a esteira não foi usada aqui em casa porque a Isabel gosta de dormir em cima dela de vez em quando, e o Calvin passou a imitá-la. Uma super resolução minha é usar essa esteira e "ouvir" vários livros (eu me sinto muito inútil só fazendo exercício). 
E, pra aquecer, antes de andar na esteira, muito Radio Taiso! Foi um amigo descendente de japoneses, amigo do maridão, que me ensinou (eu nunca tinha ouvido falar). E se tem uma coisa que os japoneses fazem bem, é viver muito. Vá ao minuto 32 deste ótimo documentário (apesar do título) e surpreenda-se. A média de idade dessas mulheres é... 67! E eu adoraria viver até os 90 como as japonesas, mas por enquanto me contento em chegar a 75 (claro que quando eu tiver 74, a história será diferente).
Resumindo, esta é a principal resolução de ano novo: tirar tempo dessa rotina maluca pra cuidar da saúde. 
Fora isso, pretendo publicar um livro sobre aceitação do corpo. E não há contradição em precisar emagrecer e gostar do seu corpo. Repito o que escrevi num post de três anos atrás:  
"Nos EUA existe um movimento chamado HAES, sigla para Health At Every Size (Saúde em qualquer tamanho). Ele prega que qualquer pessoa, gorda ou magra, pode ser saudável. E que, se a preocupação de todo mundo com o nosso corpo é mesmo bem intencionada (e é baseada na saúde, não num padrão de beleza inatingível), mais vale que sejamos gordas saudáveis. Dá pra se alimentar de um jeito saudável sendo gorda. Dá pra fazer exercícios sendo gorda. Dá pra ter colesterol baixo sendo gorda. Dá pra se sentir bonita sendo gorda. Dá pra ser amada sendo gorda. Dá pra ser feliz sendo gorda. E então, qual corpo uma pessoa vai tratar melhor? Um que ela ama ou um que ela odeia? Com que estilo de vida ela terá mais propensão a emagrecer? 
Fazendo ginástica, comendo comida saudável, ou não querendo sair pra não se expor, vivendo em depressão, se empaturrando de comida por causa dessa depressão? Sério, não é uma pergunta difícil."
Também pretendo publicar artigos acadêmicos, continuar com o bloguinho, descansar mais. E viver no mínimo até 2042. 




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