Geral
Negando a realidade
Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
Os fatos não deixam de existir porque são ignorados. O presidente Obama deveria ter lembrado deste alerta de Aldous Huxley, quando foi à imprensa comentar o rebaixamento da nota dos títulos americanos pela agência de risco Standard & Poor’s. Mas o populista presidente americano preferiu o caminho mais fácil de atacar o mensageiro das más notícias. Fez um discurso sensacionalista, desprovido de substância e evasivo.
O rebaixamento do Treasury americano, fato único nos últimos 70 anos, ocorreu com base em fundamentos, e apenas fez eco àquilo que todos já sabem: que a trajetória fiscal do Tio Sam é insustentável. O governo americano gasta muito mais do que deveria. O presidente Obama não criou esta situação, mas ajudou muito a agravá-la. Sua liderança é medíocre, e sua agenda vai à contramão do que deveria. Obama claramente acredita em um modelo mais socializante, na linha do “welfare state” europeu. E sua reforma do Medicare representa um dreno crescente dos cofres públicos.
Diante deste quadro, o que faz o presidente? Vem à público comunicar mudanças drásticas em seus programas sociais insustentáveis? Claro que não. Ele vem falar em aumento de impostos para os “ricos” (lembrando que 1% dos mais ricos já pagam mais de 30% do total de impostos), e em dar dinheiro para os desempregados para “estimular” a economia e gerar emprego. Parece inacreditável, mas foi exatamente isso que Obama fez.
Na verdade, Obama é apenas o ator da peça, enquanto os roteiristas são os keynesianos como Paul Krugman. Essa turma realmente parece acreditar nas maluquices que defendem, apesar de cada nova medida provar o contrário. Depois de trilhões em estímulos fiscais e monetários, eis que o desemprego continua perto de 10% e a economia aponta para nova recessão. O que fazer? Mais estímulos, naturalmente!
São os alquimistas que se negam a crer que há algo estrutural na incessante tentativa fracassada de transformar chumbo em ouro. Se ao menos um pouco mais de magia for feita, quem sabe desta vez a coisa não sai direito?
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