Geral
Termômetro dourado
Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
A crise está de volta com força total. Na verdade, trata-se da mesma crise de 2008, apenas em capítulos diferentes. Se antes o maior problema estava na alavancagem do setor privado, agora o abacaxi foi transferido para o setor público, que já vinha apresentando números muito ruins. O estouro da bolha de crédito, somado à irresponsabilidade dos governos, fez com que o quadro fiscal, tanto dos EUA quanto da Europa, ficasse assustador.
Não há solução fácil, e aquilo que
deveria ser feito tem custo político elevado demais. Cortar a droga de um toxicômano não costuma ser uma cena tranqüila. Há desespero, ranger de dentes, ameaças e revolta. É preciso pulso firme, liderança, postura de estadista. Mas ninguém pode pensar que, por ser difícil, a solução é injetar mais droga ainda para manter a falsa euforia.
Bem, alguns pensam. Os keynesianos acham que toda crise desta natureza se deve à falta de “demanda agregada”, e defendem como solução mais estímulos fiscais e monetários. Como os alquimistas ainda não descobriram um jeito de transformar chumbo em ouro, os investidores fogem do chumbo e correm para o ouro, negando-se a aceitar que são idênticos. Os keynesianos ficam perplexos e, em vez de admitirem que possam estar errados, preferem atacar o termômetro. O ouro é uma “relíquia bárbara”, como dizia o pai da horda, Mr. Keynes.
Enquanto os cães ladram, a caravana passa. Os mais alucinados entre os keynesianos pedem mais estímulos, mais gastos públicos, mais “quantitative easing”. A reação do mercado? Correr para a “relíquia bárbara”, moeda sólida há milênios, sem a contraparte de bancos centrais com licença para imprimir à vontade uma oferta ilimitada de moeda. O ouro já subiu mais de 50% em relação ao dólar nos últimos 12 meses. Desde o começo da crise em 2008, o termômetro dourado já se valorizou 175% frente ao dólar. Ele expõe com precisão a febre do viciado.
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