O CINEMA E AS MAMÃES
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O CINEMA E AS MAMÃES


A super mãe de Almodóvar no comovente Todo Sobre Mi Madre.

Eu detesto essas datas comemorativas porque nunca caio no apelo pra consumir. E, agora que tenho um blog, detesto mais ainda, porque às vezes me sinto forçada a escrever alguma coisa sobre a data tão especial. Como hoje, que é Dia das Mães. Nem sei o que dizer, fora: parabéns, queridas mamães em todo lugar! Espero que vocês sejam celebradas todos os dias, e não só quando a indústria tenta vender todo o estoque de máquina de lavar e fogão.
Encontrei no blog da minha querida Chris, que por sinal é a mãe da Ciça, um post sobre uma matéria que saiu na Entertainment Weekly, 24 Grandes Filmes pra Ver com a Mamãe. (Antes que eu me esqueça, recomendo muito um texto da Tina, mãe da Nina, sobre a aventura que é ser homenageada na escola da filha). Bom, as dicas da EW são meio fraquinhas, na minha opinião. Dá pra deixar de fora Tudo Sobre a Minha Mãe, sinceramente? Alguns filmes não têm muito a ver com maternidade, e outros são apenas ruins. Tipo, concordo que ver Mamma Mia, Laços de Ternura e, sei lá, Clube da Felicidade e da Sorte junto da mãe é um excelente programa. Mas não entendi bem a inclusão de O Curioso Caso de Benjamin Button, Wall-E, Dreamgirls, Em Busca da Terra do Nunca, Feitiço da Lua, Casamento Grego, O Segredo de Nimh (1982), um desenho animado com ratos, A Rainha, Flores de Aço, e Driblando o Destino (Bend it Like Beckham). Até compreendo por que Pequena Miss Sunshine tá na lista - além desta comédia dramática ser um brilhante feel-good movie, as personagens da mãe e da menininha são as mais sãs da história. Kill Bill 2 e Aliens (o de 1986) e, na mesma linha, O Exterminador do Futuro 2, são todos ótimos filmes de ação sobre a maternidade e a força (inclusive sica) das mães, entre outras coisas. Agora, acho meio estranho recomendar O Pai da Noiva, seja o de 1950 ou o de 1991. Primeiro porque são historinhas água com açúcar que reforçam todos os estereótipos de e do gênero, e segundo porque, como diz o título, eles são sobre o pai da noiva, não a mãe, e nem a noiva. Aliás, é dificílimo lembrar as atrizes que fazem as mães nessas bobeiras (assim como em Entrando Numa Fria, que é igualmente medonho, só que mais cruel e perigoso). Tá, a gente lembra da Diane Keaton, mas só porque ela se especializou em fazer quinhentos papéis iguais.
E é estranho também que a EW ponha Mulheres de Verdade Têm Curvas e Os Outros na listinha. Ambos são bons filmes, não discuto, mas não oferecem exatamente exemplos de boas mães. Em Mulheres, a mãe latina da America Ferrera (quando ela ainda era gordinha) é responsável por uns 50% dos complexos da filha. E em Os Outros, se não me falha a memória, a Nicole Kidman não tenta estrangular a própria filha?
Pra mim, esses dois deveriam estar numa relação minúscula que a EW faz de filmes pra não ver com a mãe. Jogue a Mamãe do Trem é óbvio, e Mamãezinha Querida é a cereja do bolo (e é difícil esquecer de A Última Ceia, que deu o Oscar a Halle Berry). Na realidade, é até bom ver Mamãezinha Querida com a mãe pra gente notar como nossas mães são maravilhosas, em comparação. Pelo menos nossas mães nunca nos bateram com cabide de arame ou nos colocaram em colégio interno (ish, sei que vou me encrencar por causa desta parte. Um pouquinho de senso de humor, please!). Outros que a EW inclui na lista dos indesejáveis são Aos Treze e Mamãe é de Morte. Não me lembro o suficiente deles pra saber por que a personagem da mãe é tão terrível (em Mamãe é de Morte, a Kathleen Turner mata alguém que canta “The Sun Will Come Out Tomorrow”, de Annie, o que eu chamaria de homicídio justificado). Mas por que A Primeira Noite de um Homem? A EW explica que é pra gente não fantasiar que nossas mães estejam seduzindo rapazes. Francamente, quando eu vejo um mulherão como a Anne Bancroft, eu só penso: putz, o que ela quer com um bobalhão como o Dustin Hoffman? Sem falar que, na vida real, a bela Anne (que foi casada a maior parte da vida com o Mel Brooks) tinha apenas seis anos a mais que o Dustin.
Creio que preferi um pouco mais o artigo (em inglês) que vi na Jezebel, Por que as Mães no Cinema Têm a Mesma Idade que seus Filhos. Tá, o artigo não fala grande coisa - a explicação é que Hollywood não gosta de colocar mulheres de meia idade nas telas -, mas é bom pra lembrar o absurdo que é ver a Angelina Jolie como mãe do Colin Farrell em Alexandre (ela é um ano mais velha que ele), Sally Field como mãe do Tom Hanks em Forrest Gump (dez anos mais velha), Glenn Close como mãe do Mel Gibson em Hamlet (nove anos a mais), Cary Grant com qualquer atriz que fez sua mãe no cinema, Angela Lansbury como mãe do Laurence Harvey em Sob o Domínio do Mal (três anos mais velha), e no caso mais recente, Joan Cusack como mãe da Isla Fisher em Delírios de Consumo de Becky Bloom (14 anos a mais). Ok, já dá pra ter filho com 14 anos, mas não é a regra. Felizmente.
Porque se fosse assim, eu poderia ter hoje um filho de 28 anos. Cruzes! Putz, agora sim me senti uma velhinha caquética. Por falar em filhos imaginários, outra péssima dica pro Dia das Mães é ver Quem Tem Medo de Virginia Woolf. Ou talvez esse grande filme seja ruim apenas pra comemorar aniversário de casamento.




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