Imagine o que vive hoje um jovem torcedor da Portuguesa. Aquele que nasceu no meio da década de 90 e não teve tempo de adquirir consciência e memória suficientes para lembrar de Dener e seus dribles gols impossíveis. Ou ainda da fila formada por Clemer, Valmir, Émerson, César, Carlos Roberto, Capitão, Gallo, Caio , Zé Roberto, Alex Alves e Rodrigo Fabri, que no dia 15 de dezembro de 1996 fizeram muitos torcedores se emocionarem com o sonho do título brasileiro se esfarelando com a pancada certeira do gremista Aílton. ?Eu sou foda?, gritou o jogador tricolor ao correr em direção às arquibancadas de um Olímpico ensandecido. ?Eu sou foda?.
E o que era a Portuguesa? A Lusa era um incômodo. Como aquele time inexpressivo se aproximou tanto de um título inédito? Como ousa formar um elenco capaz de derrotar a dupla de Minas Gerais no mata-mata e encarar o copeiro Grêmio e os bigodes de Luis Felipe Scolari como se fosse um púbere repleto de espinhas e picardia? Em 1996, a cidade de São Paulo parou. O Natal não importava. Torcedores dos ditos grandes da capital transferiram cordialidade aos lusitanos, naquele sentimento que nem sempre cai bem: a generosidade aos simpáticos pequenos.
A Portuguesa perdeu o Campeonato Brasileiro de 1996. No dia posterior, torcedores dos outros times voltaram a se ocupar dos seus e deixaram a ?Lusinha? relegada ao seu costumeiro anonimato. A história foi cruel nos anos seguintes. Uma ou outra campanha menos vexatória, mas muitos episódios que fizeram a Lusa testar todos os níveis de fé e convicção do seu torcedor. Convenhamos, seria muito fácil abandonar o clube. Série C do Brasileirão, Javier Castrilli, caso Héverton, investigações de corrupção pelo Ministério Público. E agora a segunda divisão do Paulistão, após a derrota por 3 a 0 para o São Paulo. São sete rebaixamentos nos últimos 13 anos.
Os torcedores não parecem mais ter ânimo de ir ao Canindé, ameaçado nos últimos meses de dar lugar a um daqueles prédios de alto luxo que usam termos americanos descolados seguidos por números romanos para vender um apartamento de 40 metros quadrados. E os odores pútridos da Marginal Tietê parecem fazer a unção de um enfermo sem forças para reagir. O último suspiro talvez seja a bonita festa da Barcelusa em 2011. De lá pra cá, o quadro só se agravou e a Portuguesa praticamente deixou de atuar como um time.
O que será do jovem torcedor além de alguns recortes guardados numa pasta cinza escondida na gaveta do seu quarto? Um time de futebol não se abandona, mas talvez haja um limite na perseverança. O garoto, que já tem as espinhas secas e a coluna ereta, não fará a estupidez de escolher um badalado estrangeiro para substituir a sua paixão. Mas talvez lhe falta o sopro de ânimo necessário para não desistir do ofício. Quando lhe faltar raiva e sobrar apenas a indiferença, o fim estará mais próximo. É assim em qualquer relacionamento. Os parcos garotos que viajam pelas kombis para ver o time jogar se olham com aquela inconfundível sensação de impotência. Diante deles um ser moribundo que simplesmente não reage mais. Para todos os torcedores que um dia ofereceram simpatia ou outros que encararam a Lusa como um verdadeiro rival, a Portuguesa acabou. O incômodo não existe mais.
fonte:http://esportefino.cartacapital.com.br/portuguesa-rebaixamento-campeonato-paulista-2015/
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