Ombudsman critica “barrigas” da Folha
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Ombudsman critica “barrigas” da Folha


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Por Altamiro Borges

A nova ombudswoman da Folha, Vera Guimarães Martins, é bem mais afável com os donos do jornal do que a anterior, Suzana Singer, que tinha um espírito mais crítico. Mas nem ela aguentou as pisadas de bola do diário na semana passada. No artigo deste domingo (22), intitulado “Arrogância, 2 a 0”, ela lembrou dois fatos que entrarão para a história das maiores “barrigas” – termo jornalístico que substitui erros – da mídia nativa. “O jornal começou a semana contestado por um poeta e acabou encalacrado em entrevista com um imitador”. Deste jeito, a tiragem do jornal, que já foi de mais de um milhão de exemplares e hoje é de menos de 300 mil, vai continuar despencando!

“A primeira pedra no caminho apareceu na segunda-feira, quando o poeta Augusto de Campos divulgou carta aberta acusando o jornal de usar sua obra sem autorização, sem pagar direitos autorais e num contexto equivocado. O pivô da ira de Campos foi uma página da edição de sábado, que repercutia os xingamentos dirigidos à presidente Dilma Rousseff na abertura da Copa e discutia os limites entre vaia e insulto. O material era ilustrado pelo poema concretista VIVA VAIA. O poeta protestou: ‘A brutalidade da conduta de alguns torcedores mereceria incisiva condenação, não dubitativa cobertura, abonada por um poema meu publicado fora do contexto’, escreveu”.

A ombudswoman lembra que a critica do poeta foi compartilhada por leitores, “que consideraram a cobertura leniente na condenação do insulto”. Ela ainda condena a reação arrogante do jornal, que nem sequer respondeu às criticas de Augusto de Campos. “A indignação do autor ou as acusações que ele fazia não mereceram resposta”. Nenhuma surpresa! Esta sempre foi a postura do jornal, que distorce e manipula, mas nunca faz autocrítica. Até hoje, por exemplo, a Folha não se penitenciou por ter publicado uma ficha policial falsa de Dilma Rousseff. Esta arrogância também levou o jornal a qualificar a sanguinária ditadura militar – que ela apoiou e ajudou – de “ditabranda”.

Para desmoralizar ainda mais o jornalão, Vera Magalhães Martins lembra outro fato, que já virou motivo de galhofa. “Nem bem assentado o pó da vaia, na noite de quarta, o jornal encalhou num rochedo – ou numa monumental ‘barriga’. Não chega a ser consolo (nem desculpa), mas nesta a Folha não embarcou sozinha. A ‘barriga’ foi compartilhada com ‘O Globo’ e um dos mais conhecidos jornalistas brasileiros, Mario Sergio Conti”. Ela se refere à risível entrevista com o sósia do técnico Felipão, que virou destaque nos sites dos dois veículos e resultou, inclusive, no recolhimento e na destruição de parte da edição impressa da Folha. “Sobrou a perplexidade diante do erro tão primário”, decreta.

Para a ombudswoman, porém, o maior equívoco não foi a publicação da entrevista. “Erros, por mais crassos, acontecem” nas redações. O pior foi a postura novamente arrogante do jornal. Tanto no site como na sua versão impressa, “só Mario Sergio Conti se explica e se desculpa. Ninguém da Folha se pronuncia. O colunista assumiu a falha sozinho. ‘Foi um erro tolo. Não prejudiquei ninguém, a não ser eu mesmo’, declarou. É muita modéstia. Faltou lembrar dos prejuízos materiais e do arranhão na credibilidade dos jornais, um ativo que não tem preço. Fim do jogo (e da semana): Arrogância, 2 x Autocrítica, 0”. Pelo jeito, o jornal da famiglia Frias está afundando rapidamente!

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