OPERÁRIA REPRESENTA O DIA DO TRABALHO
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OPERÁRIA REPRESENTA O DIA DO TRABALHO


Gostei muito da imagem que o Google está usando hoje para ilustrar o Dia do Trabalho. Bom, é melhor Dia do Trabalhador (porque se põe em foco o trabalhador, que é quem faz a ação, e não a ação, que é muito vaga -- lembra aquela lenga-lenga que poucos acreditam hoje em dia, que "o trabalho enobrece o homem"), mas aí cai no problema de gênero na língua. Não é todo mundo que quer usar (ou sequer entender) um @ ou um x para falar Dia d@ Trabalhador@ (é feinho, admito, e cansa a leitura um texto cheio de arrobas, mas mais feio hoje em dia é continuar aceitando o gênero "neutro", que por coincidência é masculino, para falar de toda a humanidade). 
Tem quem considere tudo isso uma grande bobagem. Mas desconfio que seja gente que, do alto do seu privilégio, nunca parou pra pensar em por que trabalho está quase sempre associado a homens, não a mulheres (tanto que duvido que quem diga que "o trabalho enobrece o homem" esteja pensando em mulher). Ou melhor, essa gente, quando parou pra pensar nesses detalhes de quem a língua privilegia, foi logo pra afirmar "Que besteira! Vocês não têm nada de mais importante pra fazer não? Vão lavar uma louça!". 
Mas a verdade é que, embora a grande maioria das brasileiras trabalhe fora atualmente, ainda vivemos num mundo em que muita gente acredita que trabalho é coisa de homem. Felizmente são poucos (só os mascus e religiosos que seguem a bíblia ao pé da letra?) aqueles que têm coragem de dizer, em público, que mulher não deveria trabalhar. Mas quantas vezes você já ouviu alguém dizer que o mundo está pior porque hoje as mulheres trabalham e as crianças ficam "soltas", sem ter ninguém pra cuidar delas? E que bom mesmo era o tempo em que as mães ficavam em casa cuidando da prole? Isso pra mim é idêntico a dizer que mulher não deveria trabalhar fora (e eu incluo sempre o "fora"  porque considero que cuidar de uma casa é um trabalho e tanto, embora não remunerado e, portanto, não valorizado). 
Ah, mas é só uma imagem de um dia no Google, né? Pois é, mas o Google poderia ter usado qualquer desenho, qualquer foto, e escolheu esta. Poderia ter usado aquelas "tradicionais" que continuamos adotando (para ensinar meninas e meninos) nos livros didáticos, da mulher com um avental e um bebê no colo, e do homem, de terno e gravata e com uma valise na mão, saindo pra trazer dinheiro pro lar. Como se a gente vivesse nos anos 1950 pra sempre. Aliás, é só abrir o caderno feminino de algum jornal pra ver como estamos distantes do que se esperaria de um século 21.
Então, é só um pequeno gesto do Google. Mas a vida é feita de pequenos gestos. Mudanças partem de pequenos gestos, como repensar que o Dia do Trabalho ou d@ Trabalhador@ não precisa ser representado por um homem, ou riscar do vocabulário palavras como vadia e vagabunda para se referir a uma mulher, ou deixar de lado esses clichês que repetimos no dia a dia ("isso é coisa de homem! isso não é coisa de mulher").  Não vai ser o governo ou empresas privadas que, por decreto, vão criar um mundo mais inclusivo. Somos nós. Através de gestos minúsculos e imperceptíveis para a maioria. Mas que de tão repetidos passam a brigar com nossas concepções arcaicas.







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