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PMDB na TV: programa fora do tom
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Por Tereza Cruvinel, em seu blog:Como podem levar ao ar um programa destes estando para ganhar o ministério da Saúde?
A pergunta de muitos petistas tem razão de ser. O programa do PMDB veiculado na quinta-feira foi claramente oposicionista, funcionou como um chamado inequívoco à “solução com Temer”. Ou seja, pró-afastamento de Dilma. “Chega de estrelismos”, disse metaforicamente o texto referindo-se ao símbolo do PT e apontando para Temer como o presidente-solução, o presidente sereno, que tem um grande time de auxiliares para enfrentar a crise. Quando o programa foi ao ar, Temer já estava oficialmente na Presidência, substituindo Dilma, que voava para os Estados Unidos.
As queixas petistas, é claro, chegaram ao vice e a outros caciques do PMDB. Muitas foram as explicações de volta.
Uma: “Isso foi coisa do Temer, aborrecido porque Dilma abriu uma negociação direta com as bancadas e os comandos da Câmara e do Senado. E ela fez isso depois que ele fez beicinho e se recusou a fazer indicações para o ministério”.
Outra: “O programa ficou desalinhado com os acontecimentos porque já estava gravado quando Dilma resolveu contemplar os grupos da Câmara e do Senado e o próprio Temer, com a manutenção de Eliseu Padilha na Aviação Civil.”
As duas explicações são verdadeiras. A permanência de Padilha foi mesmo pedido pelo grupo Temer, quando Dilma avançou no acordo com os grupos da Câmara e do Senado. Mas a própria Dilma considerou justa a permanência de Padilha. Afinal, ele suou a camisa ao lado de Temer quando este exerceu a coordenação política, ajudando a aprovar a primeira etapa do ajuste fiscal. Mas com isso, ela não poderá criar a pasta de Infraestrutura que prometeu ao líder na Câmara, Leonardo Picciani.
Padilha, por sinal, demonstrou no programa sua grande habilidade. Foi o menos hostil, faltou que o Brasil precisa “voar alto” mas enalteceu as conquistas da aviação civil.
O dilema que atravessará o final de semana é o seguinte: o governador Pezão e o prefeito Eduardo Paes conseguirão convencer Picciani a ficar apenas com a mega pasta da Saúde, para um indicado da bancada, e a promessa de mais espaço no futuro?
Dilma vai enfrentar o impasse na volta da viagem. E deve levar em conta que a primeira batalha do impeachment será na Câmara.
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