Resposta adequada na crise da espionagem - EDITORIAL O GLOBO
Geral

Resposta adequada na crise da espionagem - EDITORIAL O GLOBO


O GLOBO - 10/09

As revelações da quebra de sigilo no Brasil pelo braço de espionagem eletrônica americano, a Agência Nacional de Segurança (NSA), só se agravam. No início de julho, a partir de documentos vazados pelo ex-funcionário terceirizado da NSA Edward Snowden, asilado na Rússia, para o jornalista americano Glenn Greenwald, O GLOBO mostrou que o Brasil era alvo dos computadores espiões da agência.

No primeiro domingo deste mês, o ?Fantástico?, da TV Globo, a partir das mesmas fontes, incluiu a própria Dilma entre as vítimas dos softwares bisbilhoteiros da NSA. O problema diplomático com os Estados Unidos subiu, então, pelo menos uma oitava. E neste último domingo, a progressão do agravamento da crise continuou, com a descoberta de que, segundo ainda o ?Fantástico?, redes privadas de dados, entre elas a da Petrobras, também são invadidas. Em associação com a agência de espionagem eletrônica britânica, a Government Communications Headquarters (GCHQ), responsável pelo desenvolvimento dos programas de invasão de computadores, para recolher dados a serem compartilhados com os chamados ?Five Eyes? (cinco olhos) ? além da Inglaterra e Estados Unidos, a Austrália, Canadá e Nova Zelândia. Desmentia-se, dessa forma, a garantia dada pela NSA ao jornal ?Washington Post? de que não fazia espionagem econômica.

Até agora, a diplomacia brasileira e a presidente Dilma têm agido como requer a situação. De forma direta, dura, mas com equilíbrio. Não vale o argumento de que seria óbvio que os americanos, com o dinheiro e base tecnológica que têm, utilizariam todos os recursos disponíveis na espionagem de última geração. (E não é de hoje, pois há relatos de que a NSA atuou em 2000, na concorrência do Sivam, sistema de radares na Amazônia, para a americana Raytheon vencer o consórcio francês Thomson-Alcatel.) Mesmo com esta conjectura, a diplomacia brasileira, ou de qualquer país, teria de reagir à altura ao ser confirmada a suposição lógica.

Antes de a Presidência emitir nota, ontem, Dilma equiparou a gravidade das revelações às anteriores, referentes a ela. Em nota, o governo relacionou, com acerto, a ação sobre a Petrobras a interesses econômicos e estratégicos, sem qualquer relação com o combate ao terrorismo ? uma das alegações americanas.

Já com o novo chanceler empossado, Luiz Alberto Figueiredo, o governo seguiu o roteiro indicado pelas normas diplomáticas: convocado o embaixador Thomas Shannon ao Itamaraty, a ele foram pedidas explicações por escrito. Ao encontrarem-se em São Petersburgo, na reunião do G-20, Dilma e o presidente Barack Obama conversaram sobre o assunto. O Planalto espera esclarecimentos.

Diante dos interesses comuns brasileiros e americanos, o imbróglio exige esta maturidade, e não bravatas tão em voga em certas regiões da América Latina.




- Firme, Sem Bravatas - Merval Pereira
O GLOBO - 07/09O comentário sarcástico do senador Francisco Dornelles de que o governo brasileiro está "faturando" esta crise de espionagem com os Estados Unidos, mas tem de mostrar indignação em dose certa, "não dá para declarar guerra", resume...

- Os Cinco Olhos - Miriam LeitÃo
O GLOBO - 03/09 O governo brasileiro elevou um pouco um tom contra o governo americano. Pediu explicações não mais ao embaixador. Quer uma resposta por escrito, formal e rápida da Casa Branca. O governo Obama havia dado respostas falsas de que apenas...

- Eua Temem Um “novo” Snowden
Por Altamiro Borges Para irritar ainda mais os EUA, a Rússia decidiu nesta semana dar mais três anos de asilo político a Edward Snowden, o ex-técnico da Agência de Segurança Nacional (NSA) que revelou ao mundo os programas de espionagem do império...

- Eua Buscam Acesso Total Na Internet
Por Altamiro Borges O jornal Washington Post divulgou na semana passada que a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA trabalha para criar um computador quântico, uma máquina que seria capaz de quebrar as senhas de privacidade e de acessar...

- Eua Espionam Dilma. Cadê A Reação?
Por Altamiro Borges O programa Fantástico, da TV Globo, divulgou neste domingo (1) uma grave denúncia, que exige imediata e dura reação do governo brasileiro. Documentos classificados como ultrassecretos, que fazem parte de uma apresentação interna...



Geral








.