SOBRE INSEGURANÇAS, OVOS E TOMATES
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SOBRE INSEGURANÇAS, OVOS E TOMATES


Um dia antes da minha palestra no Rio, recebi um email de uma leitora querida. Apesar da boa intenção da moça, esse não é o tipo de mensagem que você manda pra alguém antes de uma palestra. Ela contava que havia muitas pessoas que me odiavam, que inclusive me conheciam pessoalmente (no Rio? Impossível! Fazia mais de vinte anos que eu não pisava lá), que eu era uma ególatra (acertaram a rima, pelo menos: chocólatra), e que eu havia negado apoio pra alguma causa delas (outra mentira –- nunca recusei nada, faço o melhor pra ajudar, divulgo no twitter, publico guest post, só que infelizmente tem vezes que eu, completamente sem tempo, não consigo responder emails). Respondi pra querida leitora que é assim mesmo, que não se tem controle sobre o ódio dos outros, e que, à medida em que se vai ficando mais conhecida (sendo que não tenho nenhum devaneio acerca da minha fama: sou uma sub-sub-sub-celebridade, lida por um grupinho de pessoas na internet), a gente ganha admirador@s, mas também ganha desafetos. Normal. Não vou deixar de escrever ou de dar aulas e palestras ou de fazer tudo que eu quiser fazer porque tem gente que não vai com a minha cara, né?
Mas pouco depois recebi dois tweets, quase ao mesmo tempo, ultra meigos: um de um rapaz que escreveu “Owww querida, te vi pela primeira vez no vídeo do debate com o Lobão. Te achei tão fofa! :D Daquelas que da vontade de abraçar!” (eu respondi que pessoas gordas são realmente abraçáveis, e é verdade –- pergunte pra uma criança se ela não adora abraçar gente cheinha), e de uma moça que disse: “Sonho: a Lola palestrar lá na minha faculdade e eu poder dar nela um grande abraço de agradecimento por tudo que ela me acrescentou”.
Ah, fiquei muito feliz e decidi contar pro maridão, já que eu havia lido o email da leitora pra ele também. Sobre o primeiro, do rapaz querendo me abraçar, o maridão gritou “Sai pra lá, Mané!”. Sobre o segundo, ele só fez “Ahhh”. Aí seguiu-se este diálogo:

- Viu como tem gente que gosta de mim?
Ele, olhando pro gato Calvin: - Claro que tem, minha flor.
- Eu vi você olhando pro Calvin. E o Calvin pode não ser gente, mas ele vale mais que muita gente. Tô ansiosa, amor. Você acha que vão jogar tomates em mim lá na UFRJ?
- Com o preço que tá o tomate?! Pode esquecer.
- E ovos? Podem jogar ovo em mim?
- Ovo tá mais caro ainda! Tomara que joguem ovos! Leva uma sacolinha pra recolher alguns.

Claro que correu tudo muito bem na UFRJ, conheci pessoas incríveis, fiz contatos acadêmicos importantíssimos, e ainda ganhei brownie e desenhos. Mas na véspera eu tava carente e insegura (talvez porque ainda não tivesse acabado de preparar minha apresentação).
Se ano que vem alguém me convidar pra dar uma palestra na páscoa, espero que vocês joguem uns ovinhos de chocolate em mim, tá?




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