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Trégua cambial - EDITORIAL FOLHA DE SP
FOLHA DE SP - 06/06
Recuperação nos EUA e valorização do dólar criam riscos para o Brasil; Fazenda acerta ao suspender barreira para entrada de capitais
O governo federal tomou a decisão acertada ao eliminar o imposto (IOF) sobre investimentos externos em aplicações de renda fixa.
O ambiente financeiro internacional mudou, o que se traduz na valorização do dólar diante das principais moedas. O Brasil não enfrenta mais o risco de excesso de entrada de capitais --ao contrário. No curto prazo a medida pode atenuar a desvalorização do real, que dificulta o combate à inflação (pois encarece o produto importado, que concorre com o nacional).
Há mais a fazer, no entanto. A magnitude e a natureza da mudança ainda são motivo de debate aceso entre financistas, mas haverá turbulências. Recomenda-se pressa na reformulação da política econômica brasileira.
Parte dos profissionais de mercado acredita que, a partir do final do ano, começaria um recuo na política de relaxamento monetário nos EUA. Com a recuperação americana, seu banco central (Fed) deixaria de despejar dinheiro na economia e os juros subiriam.
A abundância de capitais originada pelo relaxamento e por juros reais próximos de zero provocou um grande fluxo de dinheiro para países emergentes, por exemplo, o que valorizou suas moedas.
O abandono de tal política causaria ao menos uma redução dessa torrente: o dinheiro refluiria para investimentos nos EUA, de novo mais rentáveis. A mera expectativa de reversão resultaria na valorização do dólar, como tem ocorrido.
Uma outra interpretação para a alta duvida de que a recuperação americana seja forte o bastante para levar o Fed a alterar sua política monetária. A presente recuperação do dólar seria, na verdade, sintoma da debilidade econômica.
Os juros caíram na zona do euro. Alguns países, como o Japão, relaxam suas políticas monetárias. Outros procuram desvalorizar suas moedas a fim de estimular a atividade por meio da exportação. Como contrapartida dessa "guerra cambial", o dólar sobe.
Seja por um motivo ou por outro, o dólar vinha subindo também no Brasil. Mais preocupante, porém, é a perspectiva de redução do fluxo de capital para países emergentes, alguns com crescente deficit externo, caso brasileiro.
Neste século, a economia nacional se preparou para resistir a choques externos. Tem grandes reservas internacionais, e o endividamento do governo, apesar dos pesares, está mais controlado.
Uma redução nos fluxos de capital, contudo, vai dificultar o retorno da economia a um ritmo apreciável de crescimento. Isso torna ainda mais urgente a restauração da austeridade na política macroeconômica, de modo a preparar o país para a turbulência que virá.
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