Trincheira inócua - CARLOS ALEXANDRE
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Trincheira inócua - CARLOS ALEXANDRE


CORREIO BRAZILIENSE - 17/09
Nesse clima de suspense em relação à viagem da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, convém observar que o iminente cancelamento do encontro com Barack Obama terá efeito zero nas relações entre Brasília e Washington. A decisão certamente não trará avanços, tampouco uma reação contundente da Casa Branca. O gesto de Dilma não mudará uma vírgula da política de segurança global deflagrada pela maior potência mundial desde os ataques de 11 de Setembro. Pelo contrário: episódios internos como o atentado em Boston e as 13 mortes de ontem em Washington só reforçam a convicção de que a águia estará cada vez mais atenta a qualquer movimento, dentro ou fora dos Estados Unidos.
Apenas um dos braços operacionais do poder de vigilância dos EUA, a Agência de Segurança Nacional (NSA) tem orçamento oficial de US$ 10 bilhões. As informações vazadas por Edward Snowden representam uma parte ínfima - e seguramente de baixo grau de confidencialidade - da gigantesca base de dados analisada pelo serviço de informação norte-americano. Esse é só um indicador, revelado ao grande público, do que o Grande Irmão é capaz de descobrir. O discurso enérgico de Dilma, determinada a saber "everything" que os Estados Unidos bisbilhotam por aqui, constitui mera retórica.

Dilma pretende reiterar na ONU que a espionagem no Brasil está mais vinculada a interesses econômicos do que à guerra ao terrorismo. Trata-se de uma declaração legítima e alinhada à defesa da soberania nacional, mas também de consequências limitadas. Não há ambiente para aplicar uma censura a Washington, no momento em que as grandes potências demonstram extremo cuidado no acordo de intervenção na Síria, esta sim, uma questão delicada para a conjuntura internacional.

A presidente obteria resultados mais significativos se comandasse uma efetiva valorização do sistema de segurança nacional. Os dados que vieram à luz com as denúncias de Snowden são um flagrante da nossa fragilidade no sigilo de informações relevantes para o governo e para os cidadãos brasileiros. Em um país no qual a Polícia Federal não consegue nem sequer operar os helicópteros adquiridos e as Forças Armadas estão à míngua, há muito a se fazer para preservar assuntos sensíveis, como o caráter estratégico do pré-sal ou a comunicação entre as altas autoridades do governo.




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