"NUNCA BEIJEI NA BOCA"
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"NUNCA BEIJEI NA BOCA"


Hoje é carnaval (e, depois de três anos, desisti de viajar nessa data), e também é uma data sem importância pra gente, Valentine's Day. Mas me lembro do Valentine's que passei nos EUA, sete anos atrás.
Sábado passado eu ainda estava em Buenos Aires, e descobri que lá também se comemora dia dos namorados no dia 14 de fevereiro. No lindo hotel que ficamos, o Castelar, um hotel fundado em 1929, estavam oferecendo uma grande promoção para casais que quisessem passar uns dias lá (e valia pra todo o mês de fevereiro): 
diária completa com um ótimo café da manhã, mais um
jantar especial com champanhe, mais check-out às 15h, mais uso do spa (o hotel tem dois andares de spa, um pra homens, outro pra mulheres, com saunas e pequena banheira de hidromassagem), tudo isso por 900 pesos, o que dá, no câmbio negro, uns 200 reais. Ainda vou falar mais de mi Buenos Aires querida.
O email abaixo eu já recebi faz um tempão, e nunca respondi (desculpa, gente, falta tempo). Então vou responder, mas vocês precisam me ajudar um pouquinho:

Meu nome é A., tenho 21 anos, e acredite: nunca beijei na boca. Às vezes me pego perguntando: por que sou tão paranoica? Tem rapazes a fim de mim, mas surgem mil empecilhos na minha cabeça. Um problema que vejo é a minha casa, que é muito simples. Sei que é um problema bobo demais, até porque não convivo com ricos, mas me aflige muito.
Também sonho demais, acho que é meio um escapismo. Sempre me vejo linda, com um corpão à la Panicat, com um carrão. Detalhe: não tenho nada disso e não consigo imaginar que um dia serei feliz sem essas coisas. Lendo seu blog aprendi a olhar a realidade e esse padrão de beleza fictício, mas não aprendi a não me autossabotar com pensamentos.
E o pior é eu entrar num relacionamento imaginando que o rapaz me achará uma idiota por eu ser tão inexperiente. Sempre esperei por um homem muito compreensivo, mas ele nunca aparece e acho que nunca vai aparecer... Escrevendo isso me sinto uma boba, por isso que não falo com ninguém a respeito, tanto que nem tenho amigos, só amizades superficiais, colegas. Imagino o quanto as pessoas devem me achar fechada, brava e estranha. Escuto isso desde sempre e meus familiares nem devem imaginar que sou assim, devem imaginar que estou sozinha para focar nos estudos, e se eu falar vão achar que estou fazendo drama.
Sei que você não é psicóloga nem nada, mas te acho tão inteligente e habilidosa com as palavras, e só queria isso: escutar umas palavras confortantes pra minha angústia e medo da solidão, que só crescem.

Minha resposta: A., querida, você tem 21 anos e já está com medo da solidão? Tem muito tempo pra isso, sua vida ainda está muito no comecinho. 
Você mesma diz que as coisas que te afligem são bobagens, e são mesmo. Ninguém precisa ter uma casa sofisticada, um carrão ou um corpão pra ser feliz. Aliás, existem pessoas com tudo isso que não são felizes. Por que você vai acreditar num padrão de felicidade vendido pela propaganda? 
Quanto à inexperiência, lamento dizer que há vários homens que ficariam aliviados por você nunca ter beijado ou transado com alguém e, assim, não ter muitos meios de comparação. Mas minha sugestão é pra não dar muita atenção pra esses caras inseguros e machistas. Inexperiente todo mundo já foi um dia, e sabe, não é tão difícil beijar/transar. Não exige grandes técnicas. A gente vai se conhecendo, conhecendo o parceirx, descobrindo o que cada um gosta, experimentando.
Minha opinião é que, quando se tem amigos e amigas, as paqueras surgem mais naturalmente. Não se preocupe tanto com o que as pessoas acham de você. E se preocupe bem menos com o que você acha de si própria, porque sua autoestima não tá legal. Você pode sair por aí beijando sem grandes expectativas (dizem que carnaval é uma excelente época pra isso), ou você pode deixar suas ansiedades de lado, que as pessoas e as horas certas vão aparecer.   




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