A DONA DESTE BLOG É MEIO LÉSBICA
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A DONA DESTE BLOG É MEIO LÉSBICA


Um novo troll que se intitula Ahmadinejad (por que o pessoal pega nomes tão difíceis de escrever? Escolha presidente do Irã, a gente vai saber quem é) escreveu pra uma leitora num post que rendeu muita discussão (sobre bichinhos de estimação virarem comida): “Você deve ser igual a dona desse blog, uma gorda véia e feia, meio lésbica, e rejeitada pela sociedade 'patriarcal' e 'racista', querendo defender causas 'nobres' para parecer alguém de importância. Eu recomendo-lhe deixar as pessoas viverem e pensarem como bem queiram, porque não vai fazer sexo, ler um livro?”.
Eu acho super legal que o carinha venha com um papo de “live and let live” (viva e deixe viver) depois de xingar pessoas por falarem o que pensam. O recadinho tá cheio dos clichês de sempre (você conhece, você confia), mas o que realmente me chamou a atenção foi a parte do “meio lésbica”. Essa eu não me lembro de ter ouvido! O que é uma meio lésbica? Seria uma bissexual? Nah, acho que não, porque imagino que ele diria bissexual se achasse que a dona deste blog (moizinha!) fosse bi. Acho que é mais porque ele não consegue crer na heterossexualidade de uma feminista. Toda feminista é lésbica, né? Não é isso que prega a cartilha? Então aquelas casadas com homens devem ser, além de mal amadas, por supuesto, no mínimo meio lésbicas. Ou talvez por eu ter amigas totalmente lésbicas, isso me faça meio lésbica. Pode ser? Ou eu estou pulando alguma outra explicação lógica?
Momento histórico: essa é a segunda vez que sou chamada de lésbica (bom, meio lésbica) na vida! A primeira foi quando eu era adolescente. Aliás, ninguém chegou na minha cara e me disse: “Sua sapata!”. Mas era o boato que corria numa época em que eu passava férias em Búzios. Sabem por que rolava esse rumor? Porque eu jogava futebol. Se hoje o preconceito contra mulher que joga futebol ainda persiste (nos EUA é o contrário: homem que joga soccer é que é considerado meio gay, digamos, afeminado!), na primeira metade dos anos 80 era pior, imagino. Não havia clubinho pra menina jogar. E eu sempre amei futebol. Eu não corria muito, não driblava grande coisa, nunca aprendi a cabecear, e os peitões que deus me deu não me permitiam matar no peito, mas se tinha/tem uma coisa que eu sempre tive foi perna grossa e batatuda. Então eu possuía grande força nas pernas. Meus chutes eram um tanto... bombásticos. E eu devia ter alguma pontaria, porque fazia muitos gols.
Lá em Búzios, todo final de tarde, eu jogava pelada de praia. Era a única mulher no meio de montes de homens sem camisa. Aquilo era o paraíso. Deve ser o que prometem pros terroristas islâmicos que se sacrificam por Alá, cem virgens pra cada um? Tá, no meu caso nem todos eram virgens, mas eram moços jovens e bonitos. E todos meus! Não havia concorrência, já que as outras mulheres achavam o fim uma menina se misturar no meio daqueles varões suados, praticando um esporte tão másculo. Desnecessário dizer que os meus cem virgens me tratavam como uma rainha. Tinham o maior respeito, e nunca dividiam bola comigo. Quer dizer, uma vez um marmanjo não muito familiarizado com as regras do jogo (deixa a menina jogar em paz) veio dividir uma bola comigo e quase me quebrou a perna. Os rapazes ficaram revoltados, quase o lincharam. Naquele dia eu recebi muitas massagens nas pernas ("Ah, não é essa perna que tá doendo? É essa então?"). Mas em geral eu só ficava esperando perto do gol e, quando me passavam a bola, ou quando a bola calhava de cair perto de mim, eu chutava. Eu era a artilheira da praia, sério mesmo. Não me lembro bem das comemorações pra cada gol, mas deviam ser bótimas. Vocês devem ter notado pelo tom nostálgico do post que tenho saudades da minha adolescência.
Não sei se minha fama de galinha promíscua devoradora de homens veio antes ou depois da de lésbica. Ou simultaneamente. Mas eram bons tempos aqueles. Mocinhas, participem das peladas de praia! Recomendo.
Agora que o troll sabe do meu passado de jogadora de futebol, eu espero ser promovida a uma lésbica inteira, pois não?




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